Núcleo de Estudos Guevaristas: laboratório político-teórico

Neste 14 de junho, data que marca a memória dos 95 anos de nascimento do Comandante Ernesto Guevara de La Serna em Rosário, na Argentina, anunciamos com entusiasmo o início das atividades do Núcleo de Estudos Guevaristas, um laboratório político-teórico de estudos e pesquisas sobre o guevarismo e as lutas revolucionárias na América Latina. Afirmar a importância e a atualidade da estratégia guevarista é afirmar a vigência do marxismo revolucionário latino-americano, da guerra revolucionária como caminho de libertação dos povos e de um projeto socialista para nosso continente. O Núcleo de Estudos Guevaristas é uma iniciativa da Casa da Resistência, do Editorial Adandé e do Movimento de Unidade Popular que tem como objetivo principal fomentar, a partir do guevarismo, o debate estratégico sobre a Revolução Brasileira e a construção de uma corrente revolucionária no país. Além de promover iniciativas editoriais como a Coleção Guevarismo e a Revista Bacuri, o Núcleo de Estudos Guevaristas se dedica ao estudo e a pesquisa da estratégia guevarista a partir de temas como a Revolução Cubana de 1959, dirigida pelo Movimiento 26 de Julio, a Rebelião Simba de 1964, na República Democrática do Congo, as experiências internacionalistas da Organização de Solidariedade aos Povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL) de 1966 e da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) de 1967, além da Guerrilha de Ñancahuazú com o ELN na Bolívia (1966-67). A permanência da estratégia guevarista na América Latina, em iniciativas como a Junta de Coordenação Revolucionária (JCR) que em 1972 reuniu o PRT-ERP, o MIR chileno, o MLN-Tupamaros e o ELN ou o Batalhão América, que coordenou o M-19, o Movimiento Armado Quintín Lame, o MRTA do Peru e a guerrilha equatoriana Alfaro Vive ¡Carajo! em 1986, até movimentos insurgentes atuais como o ELN da Colômbia e o Exército do Povo Paraguaio (EPP), são alguns dos temas fundamentais para a construção revolucionária que o Núcleo de Estudos Guevaristas assume como missão. CHE VIVE E VENCERÁ!

Apresentação e chamada da Revista Bacuri

O Comandante Bacuri completaria 80 anos em 2025. Eduardo Collen Leite, nascido em 28 de agosto de 1945, foi um guerrilheiro operário que comandou importantes ações da luta armada contra a ditadura militar fascista, fundador da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Resistência Democrática (REDE), organização que se integrou à Ação Libertadora Nacional (ALN) através da Frente Armada Revolucionária, foi assassinado em 8 de dezembro de 1970, após ser brutalmente torturado por 109 dias. Nossa revista, que orgulhosamente carrega o nome do Comandante Bacuri, é uma publicação de teoria, política e história com caráter militante e não acadêmico, que tem como objetivo principal propor, debater e fomentar, a partir de uma linha editorial socialista, anticolonial e anti-imperialista, a atualidade da estratégia para a Revolução Brasileira, dialogando com as experiências revolucionárias de nosso continente e dos povos do mundo, resgatando também o debate e a memória das organizações da esquerda armada brasileira. Com periodicidade semestral, em edição impressa e versão digital, a Revista Bacuri se propõe a ser um instrumento de formação política e propaganda revolucionária, que visa reunir militantes, pesquisadores, movimentos e organizações afins ao nosso projeto identificado principalmente com o marxismo revolucionário, as lutas anticoloniais e os movimentos insurgentes em nosso continente, assumindo também uma função organizativa como espaço de diálogo e construção teórica, com o objetivo de avançar na formação de uma rede solidária de militantes e organizações revolucionárias no Brasil. Organizada pelo Editorial Adandé e convidados/as, com coedição do Núcleo de Estudos Guevaristas, a primeira edição da Revista Bacuri, com capa ainda provisória, tem lançamento previsto para agosto de 2025, tendo como tema central a experiência de unidade da Frente Armada Revolucionária e o debate sobre a atualidade da Revolução Brasileira, seguindo aberta à participação, envio de artigos e colaboração de militantes, pesquisadores, coletivos e organizações. CHAMADA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO Diferentemente dos modelos de chamadas públicas ou editais de periódicos acadêmicos, fazemos um convite aberto para participação na revista destinado a militantes, pesquisadores, movimentos e organizações seguindo critérios simples de publicação e a concordância com nossa política editorial. Nessa primeira edição da Revista Bacuri, com lançamento para o início de dezembro, podem ser enviados artigos, resenhas de livros ou trabalhos gráficos e fotográficos até o dia 7 de julho de 2025. Critérios de publicação: — Artigos dentro da temática da edição com 2 a 6 laudas, que devem ter linguagem simples e formato não acadêmico, evitando excessos de notas de rodapé e citações de autores ou necessidade de bibliografia, com obras e autores devendo constar no próprio corpo do texto. — A temática da primeira edição da Revista Bacuri abrange questões como a resistência armada contra a ditadura militar fascista no Brasil, debates sobre a realidade brasileira, marxismo revolucionário, anticolonialismo, anti-imperialismo, América Latina e sul global. — Além dos textos que entrarão na primeira edição, podem ser enviados artigos em qualquer data para publicação no site, seguindo as mesmas indicações de produção textual e as seções da revista impressa. — As seções da Revista para as quais podem ser enviadas contribuições incluem Memória, com biografias curtas de militantes, organizações revolucionárias e lutas insurgentes; Realidade Brasileira, onde podem ser feitas análises históricas ou conjunturais de aspectos da nossa realidade; Documentos Históricos, podendo ser enviados documentos recuperados e pesquisas históricas temáticas; em Literatura Revolucionária são bem-vindos contos, ensaios, crônicas e poemas; em Resenhas, podem ser enviadas resenhas críticas ou apresentações de livros, e em Internacionalismo, cabem análises históricas ou conjunturais de temas internacionais. COMANDANTE BACURI, VIVE E VENCERÁ! Contatos em revistabacuri@editorialadande.com

O que é uma editora autogestionária?

Nas novas impressões do nosso catálogo de 2024 passamos a utilizar um selo em nossos livros: “Autogestão, produzido sem patrão”. Mas o que é uma editora autogestionária? Qual o conceito que nos difere das editoras da esquerda pequeno-burguesa ou mesmo de outras pequenas editoras independentes? Qual nosso papel na socialização da literatura revolucionária e no enfrentamento às editoras capitalistas e distribuidoras multinacionais que dominam o mercado editorial? Primeiro é necessário localizarmos nosso projeto editorial politicamente e nosso modesto papel na luta de classes. Somos uma cooperativa editorial formada por trabalhadores gráficos e intelectuais militantes, que conjuga o trabalho manual e teórico combatendo a divisão social do trabalho, com o estudo e a pesquisa tendo a mesma importância que a execução de técnicas como impressão e design gráfico. Como uma cooperativa anticapitalista somos contra a lógica do lucro, por isso é nosso princípio manter valores acessíveis e tentar garantir uma remuneração digna para o trabalho empregado na produção. Nossa gráfica existe em uma ocupação urbana conquistada pela luta popular combativa e nos identificamos com o povo pobre e trabalhador, principalmente afroindígena, tendo como objetivo central contribuir com a construção da revolução brasileira. Defendemos o copyleft e somos contra a legislação burguesa sobre os direitos autorais. A defesa de uma linha revolucionária também nos impõe a demanda de combater a degeneração liberal em todos os seus aspectos e a contrarrevolução teórica antimarxista, da mesma forma que rejeitamos os desvios próprios da pequena-burguesia progressista ou radical e do pensamento acadêmico que reproduz invariavelmente a lógica da universidade burguesa. Nossa editora autogestionária assume então a dupla tarefa de enfrentar a lógica capitalista na produção editorial de um lado, e de outro, a hegemonia classe média e reformista sobre o pensamento socialista, superando na prática a contradição de terceirizar a produção em grandes gráficas, onde trabalhadores explorados produzem livros marxistas sobre mais-valia. LIBERTAR A LITERATURA REVOLUCIONÁRIA!

Mostra virtual e permanente Olney São Paulo

A Sala Popular de Cinema da Casa da Resistência apresenta a Mostra virtual permanente Olney São Paulo, com a filmografia completa de Olney São Paulo disponível online e gratuitamente em plataformas de vídeo, além de exibições gratuitas dos filmes de Olney São Paulo e rodas de conversa no cineclube comunitário da Sala Popular de Cinema. Olney Alberto São Paulo foi um cineasta sertanejo, precursor da produção documental no Brasil. Com uma formação influenciada pelo neorrealismo italiano e o western norte-americano, o cinema marginal de Olney São Paulo lhe rendeu a alcunha de “cineasta maldito do sertão”, por seus temas subversivos e questionamentos da realidade social brasileira. Representante da segunda fase do Cinema Novo dirigiu 14 filmes e segundo Glauber Rocha: “Olney é a Metáfora de uma Alegorya – o cineasta foi perseguido, preso e torturado. Manhã Cinzenta é o grande filmexplosão de 1968. Panfleto bárbaro e sofisticado, revolucionário a ponto de provocar prisão, tortura e iniciativa mortal no corpo do Artysta.” Ícone do audiovisual militante brasileiro, Olney São Paulo nasceu em Riachão do Jacuípe, em 7 de agosto de 1936, e se mudou com a família ainda adolescente para Feira de Santana, onde estudou, participou do grêmio e do jornal da escola. Foi acompanhando as filmagens de “A Rosa dos Ventos” em 1954, que se decidiu pelo mundo do cinema. Muito ativo na militância cultural, se envolveu com teatro amador, foi redator do jornal “O Coruja”, criou o programa de rádio “Cinerama” e se tornou cineasta autodidata. Dirigiu o curta “Um crime na rua” em 1955 e nesse mesmo período participou da Associação Cultural Filinto Bastos, criou a Sociedade Cultural e Artística (SCAFS) e o Teatro de Amadores (TAFS). Conquistou prêmios nacionais escrevendo contos e também foi autor do roteiro do documentário “O Bandido Negro”, sobre o escravo rebelde Lucas de Feira. No início dos anos 1960, Olney entra em contato com o Cinema Novo e começa também a publicar a revista literária Sertão. Em 1964 dirige “O Grito da Terra”, seu primeiro longa-metragem, baseado no romance “Caatinga” de Ciro de Carvalho Leite. Em 1969 lança “Manhã Cinzenta”, filme que lhe rendeu reconhecimento internacional, foi censurado e distribuído clandestinamente, sendo o motivo da sua prisão e tortura pela ditadura militar fascista. Faleceu em 15 de fevereiro de 1978 em decorrência de problemas de saúde causados pelas torturas.

Plataforma Chico Pinto: Constuir a Democracia Popular

No curto governo popular de Chico Pinto, interrompido pelo golpe militar fascista de 1964 com a cassação e prisão do prefeito eleito e amplamente apoiado pelo povo pobre e trabalhador feirense, a prefeitura planejou e organizou as obras necessárias e o orçamento público com a participação direta das associações de bairro e dos sindicatos. As experiências de governos populares nas cidades, orçamento participativo e radicalização democrática remetem aos primeiros governos municipais do PT, como de Olívio Dutra em Porto Alegre em 1989, ou mais recentes, como as gestões de João Paulo em Recife (2001-08). Vale destacar também os governos trabalhistas de Leonel Brizola no Rio Grande do Sul (1959-63) e Rio de Janeiro (1983-87; 1991-94), ou o próprio governo das “reformas de base” de Jango (1961-64). Após duas décadas de hegemonia ronaldista, com Feira sendo dominada pela quadrilha de José Ronaldo e vítima dos seus desmandos, ingerência, mentiras, roubalheira e incompetência, a cidade de Maria Quitéria, Lucas da Feira e George Américo clama por transformações profundas que façam da Princesa do Sertão uma cidade de direitos e que garanta uma vida digna para seu povo. A vitória eleitoral sobre o ronaldismo é também fruto de um processo de lutas do povo e da juventude feirense por mais de 20 anos, seja nas grandes manifestações pelo transporte público, nas diversas tomadas do paço municipal e da câmara de vereadores, nas ocupações urbanas e na luta por moradia, nas mobilizações das diversas categorias de trabalhadores, na defesa da educação e da saúde, no enfrentamento ao BRT de mentira e tantas outras. O importante movimento construído em torno da União por Feira e da candidatura de Zé Neto como uma frente ampla representativa da vontade popular e do sentimento de mudança, apresentou um programa de governo participativo que é também uma oportunidade histórica para fazer avançar a construção de uma democracia popular baseada na gestão coletiva dos serviços públicos através de comitês populares nos territórios, nos conselhos de base dos diversos setores sociais e em mecanismos de consulta e participação direta do povo feirense. POR UM GOVERNO PARTICIPATIVO, BASEADO EM COMITÊS POPULARES, CONSELHOS DE BASE E CONSULTAS AO POVO FEIRENSE! instagram.com/plataformachicopinto plataformachicopinto.org                          

Feira de Santana: a farsa do BRT

O colapso do sistema de transporte coletivo em Feira é uma das faces mais visíveis da tragédia que nossa cidade vive. Desde as negociatas com a máfia do Sincol, passando pela péssima implementação do SIT até a atual farsa do BRT, o grupo mafioso do ex-prefeito José Ronaldo transformou o transporte de Feira em um sistema inviável, arruinado e falido. As estações fantasmas do BRT espalhadas pelas avenidas Getúlio Vargas e João Durval são uma grande vergonha para qualquer feirense e representam bem a incompetência e a inépcia das gestões de José Ronaldo e Colbert Martins Filho. A obra original do BRT foi aprovada no PAC II em 2012 dentro do Programa Pró-Transporte para Mobilidade em Médias Cidades, durante a gestão de Tarcízio Pimenta, para um sistema que cortaria a cidade no sentido norte-sul a partir do Tomba por um corredor na João Durval, custando mais de R$ 90 milhões. O projeto foi modificado pela gestão de José Ronaldo em 2013 para incluir as trincheiras, com um inquérito aberto pelo MPF e MP-BA pela falta de um Plano Diretor, de um Plano de Mobilidade e de diálogo com a sociedade. Mesmo assim, uma licitação foi realizada em 2015 e a prefeitura prometia resolver magicamente os problemas crônicos do transporte, além de implantar ciclofaixas e bicicletários. Em meados de 2015 a obra foi suspensa por uma Ação Civil Pública por conta dos desvios de finalidade, mas logo a liminar foi derrubada. Em agosto de 2015, o Movimento Unificado contra o BRT iniciou a ocupação que durou 2 meses e paralisou as obras no cruzamento da Maria Quitéria, conseguindo evitar que centenas de árvores fossem arrancadas e todo o canteiro da Getúlio Vargas fosse destruído. A ocupação foi invadida por capangas da prefeitura e pela Guarda Municipal, com o projeto que havia sido novamente suspenso pelo Ministério das Cidades sendo mais uma vez retomado, após novas manobras judiciais de José Ronaldo. O BRT que não existe e é tecnicamente uma farsa, mas que já consumiu muito mais que 100 milhões do orçamento municipal, com estações fantasmas e trincheiras desnecessárias, teve recentemente uma 2ª etapa anunciada por Colbert, dando continuidade à vergonha do BRT de mentira de José Ronaldo. instagram.com/plataformachicopinto plataformachicopinto.org                          

Plataforma Chico Pinto: retomar Feira de Santana para seu povo 

A Plataforma Chico Pinto é uma proposta de construção de um programa popular, democrático e radical para transformar Feira de Santana, que busca debater coletivamente e contribuir para retomar nossa cidade para o povo feirense. Uma plataforma programática da esquerda popular e construída de forma colaborativa, por uma Feira de Santana que garanta uma vida digna para a maioria de sua população, com direitos sociais, serviços fundamentais e políticas públicas. Acreditamos que é fundamental articular as lutas sociais e organizar as demandas da nossa gente a partir de um conjunto de medidas e propostas que possam responder e enfrentar os graves problemas do povo feirense, impulsionado uma ampla frente política e social baseada na unidade democrática, na diversidade e na participação popular, com um projeto radical de transformação social para defender Feira contra o descaso, o abandono e a pilhagem promovida pelos criminosos que controlam por décadas o poder político e econômico em nossa cidade. Dominada e destruída pelo mesmo grupo mafioso e corrupto ligado ao ex-prefeito José Ronaldo há mais de 20 anos, Feira de Santana vive um dos piores momentos da sua história, com serviços públicos sucateados, saúde e educação abandonadas, desemprego e trabalho precário afligindo as famílias trabalhadoras, mobilidade urbana caótica e excludente, violência urbana desenfreada, cultura desprezada, problemas graves de saneamento, falta de políticas ambientais, planejamento urbano e moradia decente. Colbert Martins Filho, apadrinhado político de José Ronaldo e que venceu as últimas eleições de forma fraudulenta, fez uma das piores gestões municipais que Feira de Santana já viu, desonrando o nome e a memória do seu pai. Um governo criminoso que abandonou nosso povo durante a pandemia, foi marcado diversos casos de corrupção, total falta de diálogo, além de truculência e grande incompetência, que vai nos deixando uma cidade arruinada e desolada por onde quer que se olhe. Reivindicamos com muita honra e respeito o nome e a trajetória de Chico Pinto para a nossa plataforma. Prefeito eleito em 1962 com o lema “Francisco Pinto na prefeitura é o povo governando” e onde aparecia na campanha ao lado de um trabalhador rural com uma foice e um operário com um martelo, Chico Pinto fez um governo de transformação e participação popular com o orçamento sendo elaborado com as associações e os moradores decidindo as obras necessárias como calçamento de ruas, construção de escolas e redes de água. Pinto também promoveu um amplo programa de alfabetização e se alinhou com a defesa das reformas de base do governo Jango. Em 1964, Chico Pinto enfrentou ao lado do povo os golpistas e reacionários até ser derrubado ilegalmente e preso, se tornando um grande símbolo da resistência democrática e da luta contra a ditadura militar fascista no Brasil, pela qual seria novamente cassado como deputado federal em 1974. A Plataforma Chico Pinto é baseada no debate a partir dos territórios e associações comunitárias, das categorias de trabalhadores e da juventude feirense, através de plenárias públicas e de um site colaborativo, a fim de apresentar um programa em eixos temáticos, propostas e soluções para os graves problemas socioeconômicos que enfrentamos em nosso cotidiano, entendendo a cidade como a primeira instância que deve garantir direitos à maioria pobre e trabalhadora das periferias e zonas rurais. Partimos da defesa de um grande projeto de cooperativas populares, crédito e moeda social para enfrentar o desemprego, a radicalização democrática com o controle comunitário dos serviços públicos a partir de comitês populares nos bairros periféricos, a estatização do transporte público com tarifa zero e integração dos modais, o fim da máfia das “gatas” na saúde e da corrupção que mata nosso povo todos os dias, a reorganização da rede de educação, um programa de soberania alimentar, combate à fome e incentivo à agricultura camponesa, um novo planejamento urbano e ambiental que enfrente a especulação, além de outras séries de medidas para transformar radicalmente nossa Feira. instagram.com/plataformachicopinto plataformachicopinto.org                          

Declaração de Dakar da Plataforma Mundial Anti-imperialista

A 7ª Conferência Internacional da Plataforma Mundial Anti-imperialista (PMAI) e a Mesa sobre o pan-africanismo combativo e o internacionalismo anti-imperialista foram realizadas entre os dias 25 e 27 de outubro em Dakar, capital do Senegal. A Conferência foi organizada pela PMAI, pela Dinâmica Unitária Pan-Africana (DUP) e pelo o Comitê Preparatório Nacional do Senegal, reunindo cerca de 50 delegações de organizações comunistas, progressistas e anti-imperialistas de 35 países. Com uma homenagem ao centenário do revolucionário marxista Amílcar Cabral, a PMAI firmou a Declaração de Dakar como resultado da Conferência, assim como, a nota de conclusão da Mesa sobre pan-africanismo e anti-imperialismo. DEVEMOS FORTALECER A LUTA ANTI-IMPERIALISTA A onda revolucionária contra o imperialismo exigindo a independência dos povos do mundo está se intensificando. A luta anti-imperialista na região do Sahel, na África, que alcançou novos patamares a partir de 2020, resultou na expulsão completa das tropas dos EUA e da França do Níger, do Mali e de Burkina Faso. A retirada dessas tropas, que apoiavam a dominação política e o saque econômico da região pelas potências ocidentais, é mais uma vitória histórica para a luta anti-imperialista no continente africano. Também na região do Sahel, o povo senegalês tem travado uma intensa luta contra o regime pró-imperialista, que aprofundou sua repressão fascista apoiada pelo Ocidente contra as forças populares. A recente vitória eleitoral após 12 anos de intensa luta é uma conquista significativa do movimento popular no Senegal. Por trás das grandes conquistas da luta anti-imperialista na África está o espírito do pan-africanismo combativo e revolucionário. Isso combinou a constante reflexão e a prática de corajosos revolucionários africanos com a grande onda global de luta por libertação nacional que surgiu da histórica vitória sobre o fascismo, alcançada pelas forças socialistas tendo a URSS à frente durante a Segunda Guerra Mundial. Os revolucionários que lutaram pela libertação africana, incluindo Amílcar Cabral, cujo centenário de nascimento celebramos este ano, transcenderam as fronteiras artificialmente criadas pelos imperialistas, destruíram suas táticas divisionistas e levantaram a bandeira da estratégia anti-imperialista e do socialismo como o verdadeiro caminho para a libertação do continente africano do colonialismo e do neocolonialismo. A luta e as atividades dos povos africanos para conquistar dignidade e direitos diante da agressão e do saque do imperialismo por cinco longos séculos confirmam o princípio revolucionário de que as forças imperialistas, cujo objetivo é a dominação e exploração, são os principais inimigos dos povos do mundo, e a verdade imutável de que onde há opressão, haverá resistência. O MUNDO CAMINHA PARA UMA TERCEIRA GUERRA MUNDIAL O campo imperialista está agora aprofundando sua marcha para a Terceira Guerra Mundial ao prolongar a guerra na Ucrânia, intensificar a guerra na Ásia Ocidental (Oriente Médio) e avançar em direção para uma nova guerra na Ásia Oriental e no Pacífico Ocidental. O exército fantoche neonazista ucraniano dos EUA-OTAN tem exigido que seus senhores autorizem mísseis de longo alcance para atingir o território russo, e muitos no campo imperialista querem suspender as restrições ao uso desses mísseis, forçando a Rússia a revisar sua doutrina nuclear de autodefesa. Apesar de perder em todos os principais campos de batalha, as agressivas forças imperialistas continuam provocando a Rússia e estão freneticamente tentando expandir e prolongar a guerra na Ucrânia. Usando seus representantes sionistas, o imperialismo dos EUA está avançando em direção a uma guerra mais ampla na Ásia Ocidental. A máquina de matar sionista, com total apoio dos EUA, da UE e da OTAN, continua massacrando palestinos em sua guerra genocida à Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, os sionistas têm bombardeado Beirute, sul do Líbano, Síria e Irã, assassinando entre outros, o comandante militar do Hezbollah e o presidente do bureau político do Hamas em julho, e seguiram, com o assassinato do secretário-geral do Hezbollah no final de setembro e do líder político-militar do Hamas em outubro. Em 1º de outubro, o Irã lançou a Operação “Promessa Verdadeira 2”, e desde então o Hezbollah tem se envolvido em combates intensos para repelir repetidas tentativas de invasão israelense ao longo da fronteira libanesa. As forças da resistência palestina continuam combatendo as forças coloniais sionistas na Faixa de Gaza, e o “Eixo da Resistência”, a partir da unidade das forças populares e armadas contra o imperialismo e o sionismo na região, anunciou sua intenção de lutar até o fim em caso de uma guerra total na Ásia Ocidental. Há sinais cada vez mais claros de que o campo imperialista em seus estertores está se preparando para uma guerra no Pacífico Ocidental, na qual Austrália e Nova Zelândia também estarão envolvidas, expandindo seus planos de guerra na Ásia Oriental e as provocações por forças militares do Japão, “República da Coreia” (ROK), Taiwan e Filipinas. O campo imperialista tem realizado seu plano de “pacificação” a partir da Cúpula da OTAN em Washington em julho de 2024 por meio de exercícios militares multinacionais em larga escala no Pacífico, nos quais participaram os países beligerantes pró-EUA do Pacífico Ocidental juntamente com membros da OTAN. Os EUA e os países beligerantes vassalos têm conformado blocos e alianças militares agressivas e conduzido exercícios militares conjuntos através dessas “alianças”. É profundamente preocupante que a marcha em direção a uma guerra na península coreana possa desencadear uma guerra mais ampla na Ásia Oriental e no Pacífico Ocidental. Os EUA, o Japão e a “República da Coreia” (ROK) concordaram com um “sistema de segurança coletiva” no mesmo modelo da OTAN, realizando exercícios militares conjuntos para avançar em uma “OTAN do Nordeste Asiático”. O regime fantoche de Yoon Suk-yeol na “ROK” conduziu exercícios militares conjuntos com os EUA visando a RPDC ao longo de agosto, culminando em uma repressão fascista até mesmo contra os partidos políticos constitucionalmente reconhecidos no final deste mesmo mês. Os líderes da oposição na “ROK” chegaram a apresentar evidências de que o governo de Yoon está tramando uma guerra local para justificar a declaração de lei marcial e consolidar seu regime antipovo. Enquanto isso, os EUA estabeleceram um comando unificado com as forças japonesas, que estará operacional no início de

Carmen Villalba: “Um revolucionário comunista deve acreditar no povo pobre”

Esta é a segunda vez que entrevisto Carmen Villalba, prisioneira política comunista do Exército do Povo Paraguaio (EPP) que está encarcerada há 17 anos. Desta vez cheguei até ela logo depois de escutar um áudio profundamente doloroso, após o regime paraguaio assassinar suas duas sobrinhas, as meninas argentinas Maria Carmen e Lilian Mariana, de 11 anos, que foram torturadas e fuziladas pelo exército, treinado por forças repressoras colombianas. Confesso que minha intenção era descobrir também o que ela pensa, e para além da verborragia e das mentiras da mídia hegemônica, saber as razões que a levaram a militar pela causa comunista, assumindo as consequências de tal decisão em um mundo dominado e aviltado pelo capitalismo. De um poço escuro que destrói qualquer ser humano, a prisão, Carmen Villalba não reclama de sua situação e assinala que ela é semelhante ao “sofrimento e as dificuldades da vida cotidiana do trabalhador, do camponês ou do indígena, que sofre em uma prisão ao céu aberto”. Apesar das dificuldades, ela continua otimista de que um dia, os povos cantarão a vitória.   Carlos Aznárez: Gostaria que nos contasse em que momento da sua vida tomou consciência e por que iniciou sua militância? Carmen Villalba: Quando tinha 13 anos, comecei a me perguntar por que faltava comida em minha casa e nas casas dos meus amigos do bairro. Apesar do trabalho árduo da minha mãe, que fez tudo, ainda não havia comida suficiente. Desde crianças fomos obrigados a sair para trabalhar, o trabalho e os esforços de minha mãe não eram suficientes. Meu irmão Osvaldo tornou-se carpinteiro desde os 7 anos de idade. A negação de direitos, a pobreza, são elementos que induzem um espírito rebelde a se perguntar, a buscar respostas, conduzem a uma consciência crítica, embora isso não seja o único fator determinante para dar um salto para a prática. Como disse José Saramago em A Caverna: “uma pessoa não é uma coisa que se larga num lugar e fica lá, uma pessoa se move, pensa, pergunta, questiona, duvida, investiga, quer saber e se é verdade que, forçada pelo hábito da conformação, acaba, mais tarde ou mais cedo, subjugada, mas não acredita que a sujeição, em todos os casos, é para sempre”. Não somos apenas sujeitos que executamos, mas também sujeitos que pensamos. Cresci em um bairro muito pobre de Concepción, às margens do rio Paraguai, entre pescadores e carpinteiros. A combinação do ambiente político crítico e de pobreza me levou a posições revolucionárias, e com o tempo isso amadureceu e se tornou uma forma de pensar e viver. No âmbito do tema político revolucionário, o elemento que norteou e orientou meus primeiros passos foi exercido pelo meu irmão mais velho, que era politicamente crítico para um ambiente interiorano, e foi também influenciado por alguns religiosos franceses, da Fraternidade dos Pequenos Irmãos de Jesus. Professores da Teologia da Libertação, eles encarnaram sua pregação com coerência, vivendo sua fé ao lado dos trabalhadores ribeirinhos como fabricantes de tijolos e ladrilhos. Eles viviam com seus salários, longe do ambiente abastado e cínico da Conferência Episcopal Paraguaia e da hierarquia católica, cujos votos de pobreza carregam apenas em suas bocas. Nunca esqueço aquela bela comunidade de religiosos, eles moravam em uma pequena casa no bairro operário de Concepción, não tinham móveis, usavam poltronas rústicas para as visitas e sentavam-se em almofadas no chão para dar as aulas de formação e reflexão política, que eu frequentava com pontualidade religiosa. Com eles tive meus primeiros contatos com a ciência proletária, o marxismo-leninismo. Aqueles encontros memoráveis de adolescente marcaram para sempre minha vida e meu pensamento político. Tenho muito a agradecer a essa atmosfera de solidariedade, de ideias críticas e à minha mãe que me deixou crescer com o pensamento livre e crítico, mesmo que ela não concordasse comigo. A IDEOLOGIA Carlos Aznárez: No âmbito da militância em que está envolvida, além da identificação com o marxismo-leninismo, se reivindica Gaspar Rodriguez de Francia. Qual é a razão para esta definição? Carmen Villalba: Em minha cidade natal, Concepción, dei meus primeiros passos de militância na luta estudantil, em minha escola, na criação do centro de estudantes. Nestes espaços entrei em contato com o que mais tarde se tornaria minha primeira experiência política em um partido de esquerda. Meu caráter veemente e meu entusiasmo por ingressar em uma organização revolucionária me fez abandonar a escola assim que terminei meus exames do quinto ano. Em 1991, embarquei em uma viagem desconhecida, migrando para a capital, onde, em uma semana após minha chegada, consegui um trabalho e me instalei em um lugar, na segunda semana ingressei para a corrente Pátria Livre. Após um ano de militância política em dois departamentos do interior, o partido me integrou na célula clandestina que vinha preparando. Vários camaradas carregamos sobre nossos ombros, com convicção e responsabilidade, a orientação do partido. Sabíamos que isso implicava riscos, mas isso não desencorajava nossa disposição em lutar. Enquanto se trabalhava na formação de estruturas clandestinas e na solução do problema financeiro, ocorreu o sequestro de María Edith de Debernardi, nora do ex-homem forte e ministro das finanças de Stroessner. Daí minha prisão e minha sentença de 18 anos, que cumpro integralmente no próximo ano. A luta passou a ser a razão e o sentido de nossas vidas, renunciamos a nossas famílias e nosso passado, as condições da luta futura exigiam entrega, alta disciplina e compartimentação. Fomos todos jovens que abraçamos a luta revolucionária. Isto, relato aqui como uma síntese de uma parte da história da luta de classes. Em 2001, a feroz contraofensiva da burguesia e do Estado encontrou uma liderança reformista, esmagada pelos acontecimentos, não disposta a sustentar um projeto político revolucionário que articulou e organizou, mas do qual acabou desistindo. Depois veio o colapso, a rendição e a liquidação do Partido. A liderança superior do Pátria Livre acabou traindo seus companheiros presos, centenas de quadros e a luta revolucionária no Paraguai. É necessário fazer as críticas e as autocríticas, todos nós temos limitações, ninguém é infalível, é até

¡BOLSONARO NUNCA MÁS! Por nuestros muertos, contra el hambre y la destrucción de los derechos del pueblo

Traduzido pelo Movimiento Rebelión Popular El primer turno de las elecciones, contrariando gran parte de las encuestas, consolidó la avalancha reaccionaria del bolsonarismo en las disputas para los gobiernos estatales, senado, cámara federal y asambleas legislativas. Utilizando la maquinaria pública, el abuso del poder y la corrupción institucionalizada mediante el presupuesto secreto, la extrema derecha y el llamado centro consiguieron elegir la mayoría en el parlamento, abriendo incluso la posibilidad de controlar el poder judicial y el ejecutivo en el próximo período, en caso de que Bolsonaro consiga revertir la derrota con el pequeño margen que sacó Lula en el primer turno para las elecciones presidenciales. En un proceso electoral fuertemente marcado por el rechazo a ambos lados y el voto útil, la alianza entre el bolsonarismo y los partidos de la derecha fisiológica amenazan el futuro de Brasil. El gobierno criminal, genocida y deshumano de Jair Bolsonaro, apoyado por políticos deshonestos, militares fascinerosos, sectores de la burguesía y el agronegocio, es responsable por los peores ataques contra el pueblo brasileño en la historia de nuestro país. Las millares de muertes por COVID 19 a causa del negacionismo y del atraso de las vacunas, la vuelta al mapa del hambre, los niveles récord de desempleo e informalidad, la inflación galopante y el alto costo de vida, el desmantelamiento de programas sociales, el favorecimiento de la destrucción ambiental y los ataques a los servicios públicos como la salud, educación y seguridad social son algunas de las atrocidades contra nuestro pueblo cometidas por un gobierno reaccionario, oscurantista y neoliberal. Esta es una elección atípica donde la mayoría del pueblo pobre y trabajador dio la victoria a Lula en el primer turno, demostrando principalmente la insatisfacción y la repulsa popular contra este gobierno de canallas y estafadores. Por otro lado, además de utilizar la máquina de noticias falsas y comprar votos con dinero público, usar las iglesias evangélicas para promover terror psicológico, hacer una campaña racista contra nordestinos, patrones y gestores ligados al bolsonarismo se han movido en el sentido de dificultar que el pueblo vote por Lula y derrote a Bolsonaro en las urnas. Considerando que en esta coyuntura especial la táctica electoral de las organizaciones revolucionarias y movimientos combativos no pasa por incentivar la abstención, bajo el riesgo de cumplir el papel de línea auxiliar del fascismo bolsonarista. Debemos tener en cuenta que el circo electoral de esta falsa democracia tiene como función principal alternar gobiernos de turno y ajustar los niveles de miseria y explotación de nuestra gente. El proceso electoral para el pueblo trabajador no es sino una elección de cuáles de sus enemigos van a gerenciar el estado capitalista. La clase trabajadora brasileña, desmovilizada por décadas de hegemonía petista y por los gobiernos de conciliación, se encuentra en una situación defensiva. Desorganizado y fragmentado nuestro pueblo batalla diariamente para sobrevivir, pero sin los instrumentos de lucha colectiva y sin capacidad de organización para enfrentar los ataques de los de arriba, pues fue desarmado por las direcciones traidoras de las centrales sindicales y por los dirigentes conciliadores de la izquierda domesticada y electoralista. Un posible segundo mandato de Bolsonaro, sumado a la profundización de la crisis capitalista que despunta internacionalmente, puede sumir en poco tiempo a nuestro país en una situación de completa barbarie, con ampliación del hambre y la miseria, la destrucción de los pocos derechos sociales que nos quedan, el fin de los servicios públicos y las privatizaciones criminales. Por todo eso, la lucha contra el bolsonarismo en el segundo turno debe tomarse de forma objetiva, además de la movilización de base, la organización de autodefensas y de las intervenciones de propaganda; la defensa del voto pragmático en Lula contra Bolsonaro sin que eso signifique comprar las ilusiones colaboracionistas vendidas por el petismo y mucho menos avalar el programa neoliberal del frente amplio formado en torno de la candidatura de Lula. Es preciso barrer el bolsonarismo de vuelta a la cloaca, y más allá del proceso electoral es fundamental avanzar en la organización y la movilización, construyendo un programa popular y revolucionario para luchar por las urgencias de nuestra gente y por la justicia social, apuntando como camino a la construcción de los organismos de poder popular, de los instrumentos de autodefensa popular y de la revolución socialista como nuestro horizonte y única solución. Como nos enseñó Marighella: “por el camino del voto, el pueblo brasileño jamás conseguirá su liberación”. ¡DERROTAR EL BOLSONARISMO! ¡MUERTE AL FASCISMO! ¡ORGANIZAR Y RADICALIZAR LAS LUCHAS DEL PUEBLO! UNICA SOLUCION, REVOLUCION! Movimento de Unidade Popular – MUP Octubre de 2022 – Brasil.