Comitê de Solidariedade Popular – Covid-19: Só o povo salva o povo!

A crise sanitária sem precedentes aberta com pandemia do Covid-19, com tendência a ampliação e probabilidade de milhões de contaminações e mortes nas próximas semanas em todo o país, será agravada pela precariedade da saúde pública e a falta de condições adequadas para cuidar dos doentes. A agenda neoliberal e genocida com cortes sucessivos cortes na saúde, o teto de gastos da PEC da Morte, a inoperância de governos, a ganância assassina de patrões, além da condução criminosa e irresponsável do governo Jair Bolsonaro diante da crise, podem ser responsáveis por uma situação catastrófica para o nosso povo, em especial a maioria negra e pobre, moradores de favelas e comunidades que vivem em condições precárias e/ou insalubres, os presos e presas do sistema carcerário e as massas de trabalhadores precarizados obrigadas a trabalhar ou que ficaram sem condições de sustentar e alimentar suas famílias. A situação que tende a se agravar pode matar milhões de pessoas e por isso é urgente levantar um Comitê de Solidariedade Popular para combater o Covid-19 e através do apoio mútuo e da auto-organização proteger principalmente a população em vulnerabilidade social e os grupos de risco, assim como, defender um programa mínimo de reivindicações populares e organizar as lutas para exigir dos patrões e governos as medidas necessárias para garantir a saúde e a vida do nosso povo e dignidade para que as famílias pobres e as massas trabalhadoras possam sobreviver durante esse período de crise que pode durar por meses. Não é hora de medo, desespero ou resignação, é mais do que nunca é hora de ação, solidariedade, autoproteção, cuidados e combate a desinformação, ao individualismo e egoísmo, pois só o povo salva o povo! Por isso, desde a Casa da Resistência e nossa rede de projetos e solidariedade propomos: – Organizar uma campanha de doações de itens básicos de higiene, limpeza e alimentos para setores mais vulneráveis do povo que vive em favelas, comunidades pobres, ocupações e para a massa carcerária. – Utilizar a Casa da Resistência (rua César Martins da Silva, 35, Centro) e outros pontos comunitários para receber doações, cadastrar voluntários para fazer a coleta e distribuição, profissionais da área de saúde ou quem possa ajudar de alguma forma, além da produção e divulgação de informações sobre protocolos de segurança para evitar o Covid-19. – Organizar as lutas com um programa mínimo para exigir dos patrões o direito à quarentena, medidas necessárias dos governos para a saúde do povo, garantias sociais para trabalhadores/as formais, precarizados/as e desempregados/as, ligando as lutas locais ao #ForaBolsonaro. – O comitê tem também um caráter anticapitalista, fomentando a auto-organização e a solidariedade, propondo a superação do sistema de dominação, responsável pela degradação socioambiental que produziu essa crise, participando também das iniciativas e ações contra o governo neofascista, criminoso e irresponsável Bolsonaro/Mourão. Militantes de movimentos e coletivos populares, simpatizantes, pessoas da área de saúde ou que possam ajudar nas coletas e distribuições, apoiar com estrutura ou outras demandas podem se voluntariar no Comitê de Solidariedade Popular – Covid-19 (Feira de Santana) e as doações podem ser feitas em nossa sede ou entrando em contato por mensagem nas nossas redes sociais em @casadaresitencia e pelo Whatsapp 75.98107-5552.

Bolsonaro e Rui Costa: duas faces do fascismo neoliberal

A condução fascista do governador da Bahia, Rui Costa, figura proeminente da burocracia petista e que disputa inclusive a indicação de Lula como pré-candidato à presidente, não é novidade alguma para setores combativos que não foram cooptados por cargos e benefícios pessoais desse governo, como grande parte das lideranças corruptas da “esquerda” institucional, do “movimento negro”, de segmentos culturais, dos sindicatos ou a própria direção do MST na Bahia e outros movimentos. Rui Costa comemorou a matança de 12 jovens homens negros na Chacina do Cabula em 2015 e manobrou com uma juíza corrupta para a absolvição dos policiais, a quem chamou de “artilheiros em frente ao gol”, mantém uma política de segurança pública racista e genocida e uma agenda neoliberal de ataques aos direitos dos trabalhadores e privatizações, dando seguimento ao governo também reacionário que o sucedeu, do sionista Jaques Wagner. A gestão de Maurício Teles Barbosa em ambos os governos petistas na Bahia é responsável pela maior letalidade policial da história de uma Secretaria de Segurança Pública no Brasil. Rui Costa governa com a direita mais facínora que domina as médias e pequenas cidades no interior da Bahia, corta salários de servidos públicos em greve, ataca as Universidades Estaduais, faz campanha contra o direito das audiências de custódias, favorece empresas que destroem o meio ambiente, militariza escolas e reprime movimentos sociais com a Polícia Militar. Nesse seu segundo mandato escancarou sua sanha fascista, com a tropa de choque dentro da AL-BA para aprovar a reforma da previdência estadual, com o fechamento de escolas e a venda escandalosa do Odorico Tavares em sua lógica de gentrificação, com a privatização da gestão das escolas públicas da educação básica (Portaria 770/2019) e a reforma do ensino médio, além de colocar a Bahia na situação de estado com mais escolas militarizadas do país, com 83 escolas geridas pela PM-BA. Rui Costa não é um bolsonarista do PT, apesar de governar com a mesmíssima agenda da extrema-direita, é a face fascista da ex-esquerda corrupta e comprometida com a agenda neoliberal e anti-povo que ataca a classe trabalhadora e a maioria negra. Foi a política petista em aliança com o PMDB que inflou o Estado policial, inaugurou a ocupação militar de territórios sociorracialmente apartados com as UPPs, invadiu o Haiti massacrando seu povo (com os mesmos generais que tutelam o governo Bolsonaro hoje) e fez dobrar a população carcerária no país, produzindo também uma falsa política social-liberal de combate a desigualdade a partir de uma lógica de consumo, endividamento e despolitização enquanto o governo pode surfar no boom das commodities e na cooptação para seu projeto de colaboração de classes, favorecendo os bancos e o agronegócio. O petismo, somado ao discurso protofascista da mídia burguesa e da predisposição colonial da burguesia brasileira produziu o bolsonarismo, servindo de antessala para o tipo fascismo servil que vivemos agora. Por isso o combate ao bolsonarismo é uma tarefa dupla, que exige também o combate ao petismo, a ex-esquerda traidora, corrupta e hipócrita que continua vendendo ilusões institucionais mesmo diante da besta que ajudou a criar. A fraude eleitoral que conduziu o miliciano neofascista Bolsonaro ao poder institucionalizou o Estado policial, em um governo tutelado por generais entreguistas, sendo ao mesmo tempo um golpe reacionário preventivo e que agora se traduz em um governo de lunáticos, nazistas e ultraliberais que conduzem em uma espécie de “equilíbrio catastrófico” a destruição completa dos serviços públicos e dos direitos do povo brasileiro. A burguesia brasileira resolveu improvisar a gestão dos seus negócios com um governo de extrema-direita e obscurantista, comprometido com a agenda ultraconservadora de neofascistas e charlatães evangélicos de igrejas reacionárias que exploram a fé e o desespero do povo. Enquanto Bolsonaro, Moro, Paulo Guedes e o núcleo militar do governo destroem as mínimas garantias sociais da Constituição de 1988, ampliam e institucionalizam o genocídio negro e indígena, atacam a Amazônia, a educação, a saúde e dilapidam o patrimônio público, o desemprego e a informalidade atingem recordes históricos, falam até em privatizar cidades inteiras, fazendo o país regredir à uma condição colonial, a oposição de “centro-esquerda” que governa não só a Bahia, mas boa parte dos estados do Nordeste, segue por um lado sustentando esse governo e cumprindo sua agenda neoliberal e por outro domesticando movimentos sociais e sabotando lutas, com o bloco social-democrata/reformista servindo na prática como de linha auxiliar e braço esquerdo do fascismo. A crença nas ilusões do populismo lulopetista, oxigenada após sua prisão no lawfare imperialista, continua sendo uma amarra para as lutas sociais e para enfrentamento do neofascismo, e em grande parte, é responsável pela estabilidade no apoio ou apatia de setores da população frente governo miliciano de Bolsonaro e dos generais. É preciso construir uma alternativa popular e revolucionária capaz de esmagar a cultura política do petismo e seus satélites nos movimentos sociais, para poder enfrentar tanto o governo federal neofascista como os governos estaduais da ex-esquerda serviçais do capital, levantando um programa que impulsione a construção de organismos vivos de poder do povo, unidade nas lutas populares e autodefesa contra a violência reacionária. A Greve Geral e a rebelião são os únicos caminhos para sair da beira do abismo em que o povo brasileiro se encontra, derrotar Bolsonaro, o Congresso corrupto, as Forças Armadas reacionárias e o judiciário fascista.

Defender a Greve dos Petroleiros contra as demissões e a privatização, unificar as lutas e construir a Greve Geral

A Greve Nacional dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás chega a sua terceira semana, resistindo mesmo sendo atacada pela justiça burguesa. O TST, através do juiz fascista Ives Gandra, autorizou a demissão dos grevistas e multas milionárias contra os sindicatos. Essa é a maior greve dos petroleiros desde 1995, mobilizando mais de 20 mil trabalhadores e paralisando mais de 120 unidades, entre plataformas, campos terrestres, refinarias e outras. A greve que teve como estopim as demissões em massa na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) no Paraná, tendo como pauta também o descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é uma luta decisiva contra o desmonte e a privatização da Petrobrás, aprofundada pelo governo neofascista Bolsonaro/Mourão. Os petroleiros que resistem heroicamente em uma greve com adesão histórica, protagonizaram diversas ações solidárias com venda de gás de cozinha a preços justos, contra a atual política do governo Bolsonaro e os valores absurdos do gás e combustíveis definidos de acordo com a variação do mercado internacional e que beneficia apenas os grandes acionistas da empresa, enquanto diminui a capacidade de produção nacional da Petrobrás e tenta fechar e vender diversas unidades, incluindo 8 refinarias e importantes ativos da empresa. A paralisação do porto de Santos em unidade com caminhoneiros, a campanha solidária que vai conseguindo furar o bloqueio da mídia burguesa que tenta esconder a greve, a demonstração da importância da luta em defesa da Petrobrás como patrimônio do povo brasileiro e que afeta a vida cotidiana de toda a classe trabalhadora, assim como, a vitória parcial com a reversão das demissões na Fafen-PR, a grande manifestação no Rio e Janeiro e a força para manter a greve mesmo após o ataque fascista vindo do TST, são apontamentos de como a unidade proletária, a solidariedade e a ação direta são as chaves para derrotar o governo miliciano de Bolsonaro e os ataques neoliberais de Paulo Guedes. Por isso é fundamental unificar as lutas das diversas categorias contra os governos e patrões, parar o país e demonstrar o poder da classe trabalhadora, construindo uma Greve Geral insurrecional para defender os direitos do povo e vencer nas ruas com greves, piquetes, barricadas e ocupações esse governo reacionário e anti-povo. SOLIDARIEDADE À GREVE DOS PETROLEIROS!A PETROBRÁS É PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO!POR UMA GREVE GERAL INSURRECIONAL PARA DEFENDER OS DIREITOS DO POVO E DERROTAR NAS RUAS O GOVERNO BOLSONARO!

Osvaldão: o guerrilheiro invencível

Em 4 de fevereiro de 1974, Osvaldão, herói do povo brasileiro e lendário comandante das Forças Guerrilheiras do Araguaia (FOGUERA), impulsionadas pelo então partido de orientação maoísta PCdoB, foi assassinado pela ditatura fascista militar-empresarial, aos 35 anos de idade, e para servir de exemplo e tentar acabar de vez com o mito do guerrilheiro invencível, teve sua cabeça decepada por militares e exposta em público. Osvaldo Orlando da Costa, nasceu em 27 de abril de 1938, em Passa Quatro, Minas Gerais. Entre 1952 e 1954 morou em São Paulo, onde fez o Curso Industrial Básico de Cerâmica, o que lhe assegurou a condição de artífice em cerâmica. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em técnico de construção de máquinas e motores pela Escola Técnica Federal no ano de 1958. Nesse período, participou ativamente das lutas estudantis. Osvaldo Orlando, do alto de seus 1,98 metros de altura, pesando cem quilos e com seus sapatos número 48 fazia parte da equipe de boxe do Botafogo, e foi campeão competindo pelo time. Também tornou-se oficial da reserva do exército brasileiro, após servir no CPOR/RJ. Ingressou no Partido Comunista do Brasil – PCdoB. Em Praga, Checoslováquia, formou-se em engenharia de minas. Osvaldão foi um dos primeiros militantes do PCdoB a chegar à região do Araguaia, por volta dos anos de 1966-67 e tinha a tarefa de criar condições para a chegada de novos militantes e mapear a área. Embrenhou-se nas matas e percorreu os rios se apresentando como garimpeiro e mariscador. Tornou-se rapidamente conhecido e amigo dos camponeses, participou de caçadas e pescarias, trabalhou na roça, tornou-se grande conhecedor das matas. Em 1969, passou a viver na margem do rio Gameleira. Foi comandante do destacamento B e dirigiu vários combates, ao lado de Dina (Dinalva Conceição Oliveira), se tornou o mais conhecido e respeitado guerrilheiro entre a população do Araguaia. Ele fazia parte do contingente guerrilheiro que rompeu exitosamente o cerco militar quando atacado por um grande número de tropas do exército em 25 de dezembro de 1973. Osvaldão, o guerrilheiro invencível que desafiou a ditatura militar-empresarial, o gigante negro que despistava os militares com botas viradas que faziam pegadas ao contrário nas marchas pelas matas, virou um encantando, uma entidade do Terecô ou Tambor da Mata, religião afro-brasileira praticada em regiões do Maranhão, Piauí e outros estados. Eternizado como herói do nosso povo. Leia os documentos produzidos durante a luta guerrilheira do Araguaia. Documentário “Araguaia, Presente!”, com depoimentos de ex-guerrilheiros e militantes políticos.

Aumento da passagem é crime contra o povo!

Uma família trabalhadora que vive com um salário mínimo no valor de R$ 1.039,00 (Jan/2020), utilizando 4 passagens por dia (R$ 4,15 em dinheiro) gasta pelo menos R$ 365 mensais e compromete cerca de 35% da sua renda, valor maior que de uma cesta básica na Bahia, que custa R$ 348 (Nov/2019). Feira de Santana tem uma tarifa maior que todas as capitais do Nordeste, e o maior valor por quilômetro rodado do país, com planilhas fraudadas, frota insuficiente, falta de acessibilidade e pontos adequados, além de milhões de reais do dinheiro público jogados fora com a farsa do BRT e a diminuição do número de passageiros com esse novo aumento absurdo acarretará em um novo colapso do sistema de transporte coletivo. O aumento da passagem segrega a população mais pobre e trabalhadora das periferias e retira de milhares de pessoas o direito à cidade e aos serviços públicos. O transporte coletivo é um direito essencial garantido e deve ser feito de forma integrada, sem as empresas mafiosas e os facínoras da Prefeitura, favorecendo a mobilidade urbana e o deslocamento do povo trabalhador e da juventude, com gestão pública, controle popular e tarifa zero. REBELAR-SE É JUSTO!LUTE POR UM TRANSPORTE PÚBLICO DE VERDADE!

Por uma Gestão Pública, com Tarifa Zero e Controle Popular do transporte de Feira de Santana

O transporte público de Feira de Santana vive uma crise permanente e um colapso do sistema é iminente, o criminoso aumento da tarifa vai excluir ainda mais a população pobre e trabalhadora do direito fundamental de ir e vir, do acesso aos serviços, à educação e ao trabalho. A tarifa absurda e a falta de linhas segrega os bairros da periferia e a zona rural, enquanto a Prefeitura utiliza dinheiro público para perseguir ligeirinhos e corta linhas de vans para as comunidades rurais. As duas empresas que operam o sistema alegam um lucro abaixo do contrato de concessão por falta de passageiros, utilizam uma frota insuficiente e maquiada, oferecem um dos piores serviços do país e o valor pago por quilômetro rodado é um dos maiores do Brasil, senão o mais caro. O Sistema Integrado de Transporte, o SIT, apresentado como solução mágica não passou de uma mentira com falência prevista, agora a farsa do BRT, que teve obras ilegais impostas com repressão e um projeto modificado para o centro que nem mesmo tem condições técnicas de ser implantado, segue exposta com estações inservíveis nas maiores avenidas da cidade, como uma piada de mau gosto e exemplo de absurdo. As empresas ameaçam romper o contrato e esse novo criminoso aumento da tarifa para R$ 4,15 em dinheiro, que já é absurda e baseada em cálculos fraudados na planilha de custos, vai diminuir ainda mais o número de passageiros e produzir um novo colapso do sistema. Esse é o legado da gestão de duas décadas do grupo político liderado pelo ex-prefeito José Ronaldo (DEM), de qual faz parte a atual gestão de Colbert Martins Filho (MDB), que no segundo semestre de 2015 deixou a segunda maior cidade da Bahia e primeira do interior do Nordeste por mais de dez dias sem nenhum ônibus circulando, quase duas semanas sem qualquer transporte público em uma cidade com cerca de 700 mil habitantes, e antes disso, as diversas cenas de ônibus pegando fogo por problemas técnicos, sendo empurrados por passageiros, quebrados ou provocando acidentes podiam ser vistas quase que diariamente. Os gastos com transporte coletivo consomem quase 1/3 do orçamento de uma família trabalhadora e chegam a ultrapassar os custos com alimentação. É preciso tirar a lógica do lucro do transporte público e passar o controle das empresas mafiosas e da SMTT para o povo, o transporte público deve ser gratuito, com tarifa zero e gestão dos trabalhadores, estudantes e comunidades, através de uma empresa pública municipal ou metropolitana, integrado com ciclovias e diferentes modais de mobilidade urbana que respeitem o meio ambiente e conectem a cidade, principalmente a população dos bairros distantes do centro e comunidades rurais, possibilitando o direito de ir e vir e assegurando o transporte público como um serviço essencial. É preciso tomar as ruas, com ação direta e luta combativa, repetindo os levantes de 2003 e 2013 que reduziram a tarifa na cidade e encurralaram os ladrões da Prefeitura e as máfias das empresas, para por fim ao conluio entre empresários e políticos e acabar com o teatro do Conselho Municipal de Transporte, que apenas referenda as planilhas fraudadas das empresas, conquistando um transporte verdadeiramente público, como direito do povo trabalhador e da juventude. ABAIXO O AUMENTO DA PASSAGEM! TRANSPORTE PÚBLICO É DIREITO DO POVO!POR GESTÃO PÚBLICA, TARIFA ZERO E CONTROLE POPULAR DO TRANSPORTE PÚBLICO! 

Roda de Conversa sobre a Insurreição do Povo Chileno

Nesse sábado, dia 18 de janeiro, às 15h na Casa da Resistência, recebemos camaradas do Chile para uma Roda de Conversa sobre a Insurreição do Povo Chileno e a Resistência Popular na América Latina.  #FueraPiñera#ChileDespertó Leia nossa análise “Greve e Rebelião: a nova via chilena” e também o artigo “Retrato de um clã da Primera Línea”, com tradução da Editora Terra sem Amos.

Chacina do Cabula: 5 anos do Massacre da Vila Moisés

Em 6 de fevereiro de 2015, 12 jovens homens negros entre 16 e 27 anos foram executados por PMs em uma operação das Rondas Especiais (Rondesp) na Vila Moisés, Cabula, em Salvador. Segundo as investigações, a motivação dos policiais para os assassinatos seria um tipo de vingança. A Chacina do Cabula foi comemorada pelo governador genocida Rui Costa, responsável político pelos assassinatos. Foram 500 disparos dos quais 88 perfuraram os corpos dos jovens, e segundo o laudo, atingiram mãos e antebraços, indicando posição de defesa, com disparos realizados a curta distância, de cima para baixo. Após 5 anos do massacre, os policiais envolvidos na chacina ainda não foram responsabilizados pela matança. Em 2018, chegaram a ser julgados, mas foram absolvidos pelas mortes por manobras do governo do estado da Bahia em uma setença-relâmpago e sem nenhuma audiência dada pela juíza corrupta Marivalda Almeida Moutinho. Entretanto, após recurso a sentença foi anulada, e espera-se que um novo júri. O Massacre da Vila Moisés segue em segredo de justiça e já foi denunciado na ONU e na OEA, incluindo ameaças frequentes sofridas por familiares das vítimas e integrantes da Organização Reaja ou Será Morta/o, que acompanha o caso. Por nossos mortos, nosso luto e nossa luta: Evson Pereira dos Santos, 27 anos, Ricardo Vilas Boas Silvia, 27 anos, Jeferson Pereira dos Santos, 22 anos, João Luis Pereira Rodrigues, 21 anos, Adriano de Souza Guimarães, 21 anos, Vitor Amorim de Araujo, 19 anos, Agenor Vitalino dos Santos Neto, 19 anos, Bruno Pires do Nascimento, 19 anos, Tiago Gomes das Virgens, 18 anos, Natanael de Jesus Costa, 17 anos, Rodrigo Martins de Oliveira, 17 anos, e Caique Bastos dos Santos, 16 anos. ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO! ORGANIZAR A AUTODEFESA POPULAR!

GREVE GERAL E REBELIÃO: A NOVA VIA CHILENA

Mais de um mês de rebelião no Chile. Uma legítima insurreição popular, onde a ação direta, as barricadas, a Greve Geral e a luta combativa nas ruas são os principais elementos. O incansável povo chileno rejeita a tutela, a conciliação e a traição da esquerda institucional e enfrenta de forma heroica a repressão brutal do governo assassino e neoliberal de Sebastián Piñera. Centenas de pessoas cegas, um incontável número de presos políticos, estupros, torturas e dezenas de desaparecidos e mártires assassinados por carabineiros. Cortes de estradas por todo o país, barricadas e enfrentamentos heroicos, a beleza da música rebelde como elemento da memória histórica contra a ditadura, as expressões visuais da rebelião pintadas e coladas em todos os lugares, escudos, molotovs, muitos molotovs, lasers contra blindados e cachorros militantes enfrentando a polícia. É uma situação pré-revolucionária, com um governo reacionário e pró-imperialista derrotado e acuado que aumenta a brutalidade da repressão e tem como resposta o crescimento da radicalização e da resistência do povo rebelado nas ruas. A classe trabalhadora chilena e a juventude combatente, com uma decisiva participação das mulheres do povo, além da agenda contra o neoliberalismo, tomou para si a pauta anticolonial, atacando os símbolos do colonialismo e o povo Mapuche avança para um autogoverno autônomo. A dualidade de poder também se expressa nas assembleias populares autoconvocadas, baseadas na auto-organização territorial do povo trabalhador. Parlamentares da esquerda institucional são expulsos das praças por manifestantes, após tentarem salvar o governo com um acordo para uma Constituinte tutelada pelo regime reacionário. O povo chileno faz sua própria história, após viver anos de uma brutal ditadura e de farsa democrática. A coragem e a incansável resistência popular foi precedida de anos de organização de base e trabalho militante de diversos movimentos populares combativos e organizações revolucionárias. A unidade popular que envolve mais de 140 organizações do povo garante a rejeição aos acordos entre as frações de poder para salvar o regime e a convocação unitária de uma sequência de paralisações da Greve Geral é outra chave do processo insurgente. A rebelião também devolveu ao povo chileno a vontade de viver, a esperança na luta coletiva zerou os suicídios e são diversos os relatos de pessoas que superaram quadros de depressão participando das mobilizações, num país privatizado e vendido como modelo neoliberal na América Latina. A crise capitalista se aprofunda no mundo, a rebelião que sacudiu o Equador, prossegue com o heroico povo haitiano e agora vai tomando forma na Greve Geral da Colômbia e se iniciando no Panamá, tendo no Chile o seu maior bastião. A América Latina será a tumba do capitalismo. O povo é e sempre será o segredo da vitória. ABAIXO A REPRESSÃO E O GOVERNO PIÑERA!VIAVA A INSURGÊNCIA DO POVO CHILENO E A REBELIÃO NA AMÉRICA LATINA!TODO PODER AO POVO! PELO SOCIALISMO E AUTOGOVERNO POPULAR! 

Insurreição Operária de 1918 e tentativa de criação de um Autogoverno Popular no Brasil

José Oiticica foi designado líder do “conselho diretor” da insurreição, sendo nesta tarefa auxiliado por Agripino Nazaré, advogado da Bahia, e Astrogildo Pereira, cujas cartas à imprensa lhe custaram o emprego no Ministério da Agricultura. Outros que estiveram ligados ao conselho insurrecional foram Manuel Campos, o anarquista espanhol que dirigiu Na Barricada em 1915-1916, Alvaro Palmeira, um professor de certo prestígio entre os operários da construção civil, e Carlos Dias, o operário gráfico que por mais de 10 anos vinha trabalhando na publicação de jornais anarquistas. Os líderes dos trabalhadores das fábricas de tecidos, Manuel Castro e Joaquim Morais, assim como José Elias da Silva, João da Costa Pimenta e o jornalista José Romero estavam cientes da conspiração. Enquanto o conselho orientava os operários, prestes a se declararem em greve pela melhoria das condições de trabalho, as atenções da população brasileira se voltavam para a terrível epidemia de “gripe espanhola” e para os planos da tomada de posse do presidente eleito Francisco de Paula Rodrigues Alva, que deveria suceder a Venceslau Brás no dia 15 de novembro de 1918. A epidemia de gripe espanhola, catastrófica em São Paulo, alastrou-se de maneira ainda mais grave na Capital da República. Os relatórios indicam que, em meados de novembro de 1918, 401.950 cariocas foram, ou já haviam sido, acometidos pela gripe, numa população de 914.292 habitantes, e que àquela altura 14.459 pessoas haviam sucumbido à doença. Anunciou-se que o presidente-eleito Rodrigues Alva contraíra a gripe e que seu estado não lhe permitia assumir o poder. O vice-presidente eleito Delfim Moreira assumiu a presidência, logo após o falecimento de Rodrigues Alves. Para infelicidade de Oiticica e dos demais conspiradores, Ricardo Correia Perpétuo, o membro do conselho que fora encarregado de distribuir boletins sediciosos entre os soldados aquartelados na Vila Militar, convidou o tenente do Exército Jorge Elias Ajus à participar do movimento. Ajus, expressando-se a favor da implantação no Brasil de uma forma de governo “inteiramente popular”, à semelhança da Rússia, foi avidamente acolhido no movimento, devido as suas conexões militares, sendo nomeado, juntamente com Oiticica, chefe do movimento. Mas Ajus era um espião. Na noite de 14 de novembro Ajus participou de uma reunião, na residência de Oiticica, em que tudo era falado em voz baixa, por solicitação do professor. Ele temia que sua esposa, que ocupava um cômodo contíguo e não sabia de nada, fosse capaz de denunciar a insurreição. Anunciou-se, então, que todos os operários em tecidos estavam prontos para a ação. Os operários que partissem de Botafogo deveriam invadir o palácio presidencial, onde hasteariam uma bandeira vermelha; os operários reunidos em São Cristóvão se apossariam dos depósitos de armas e munições da Intendência da Guerra; os tecelões de Bangu tomariam posse da fábrica de cartuchos de Realengo; o pessoal da Saúde, fiel a Manuel Campos, ajudaria no ataque ao quartel de polícia ali existente. Oiticica observou que a deflagração deveria ser combinada para coincidir com as sessões da Câmara e do Senado, a fim de se prenderem todos os seus membros. Ajus se encarregaria do Exército. Uma reunião mais concorrida, de que participaram cerca de 40 conspiradores, realizou-se no dia 15 de novembro, numa sala do curso do professor Oiticica. Depois de aberta a sessão por João da Costa Pimenta, o tenente Ajus propôs que a insurreição começasse com uma concentração geral no Campo de São Cristóvão para o posterior ataque à Intendência da Guerra e aos quartéis de polícia. Oiticica concordou e ordenou que, após declarada a greve, mareada para as 15:30 horas do dia 18 de novembro, os grevistas, calculados em 15 mil, se dirigissem para o Campo de São Cristóvão. Na noite de 17 de novembro, em reunião de uns 8 ou 10 membros do conselho na casa de Oiticica, Ajus alegou que não poderia cooperar efetivamente com o movimento, por não estar de serviço no quartel naquele dia 18, e pediu que a insurreição fosse adiada para o dia 20. Mas Agripino Nazaré opôs-se a esta proposta, lembrando que os tecelões, prontos para iniciar a greve no dia seguinte, não poderiam ser persuadidos à voltar atrás. Em seguida, Oiticica enumerou algumas das medidas tomadas: havia “quatro mil operários dispostos a tudo”, e “1.600 bombas” já tinham sido distribuídas. Segundo Oiticica, seria fácil tomar o depósito de armas e munições do Campo de São Cristóvão e explicou ainda a maneira como os metalúrgicos cortariam as linhas telefônicas e dinamitariam uma das torres de iluminação da Light, deixando às escuras a cidade. Quarenta tambores de petróleo e gasolina — acrescentou — seriam usados para incendiar o edifício da prefeitura, o quartel-general do Exército e o quartel central da polícia. Nas primeiras horas da tarde de 18 de novembro, Oiticica se reuniu com alguns membros do conselho em um prédio da Rua da Alfândega, para rever os últimos detalhes do levante. As autoridades, informadas de tudo o que se passava, interromperam subitamente a reunião, prendendo Oiticica, Manuel Campos, Ricardo Perpétuo, Astrogildo Pereira, Augusto Leite e Carlos Dias. Júlio Rodrigues, o comissário destacado pelo chefe de polícia Aurelino Leal para efetuar as prisões, informou mais tarde que havia feito todos os esforços para conseguir a prisão de João da Costa Pimenta, Manuel Castro, Joaquim Morais e Raimundo Martins. Mas todos estes conseguiram fugir e permanecer escondidos. Às quatro horas da tarde do dia 18 de novembro, os tecelões do Distrito Federal se declararam em greve; seis mil operários deixaram seus empregos em Bangu, onde o movimento “irrompeu com grande clamor”. Os metalúrgicos e os operários em construção civil aderiram à greve logo em seguida. As fábricas estavam repletas de boletins que conclamavam à “insubmissão” e à “reação violenta contra a prepotência dos patrões”. Os boletins distribuídos nos quartéis do Exército concitavam os militares, “irmãos dos trabalhadores”, a se unirem à classe operária na formação dos comitês de soldados e operários com o fim de assumir a direção de todos os serviços públicos. Às cinco horas da tarde umas poucas centenas de insurretos se reuniram no Campo de São Cristóvão.