Solidariedade ao Acampamento Manoel Ribeiro: abaixo o latifúndio e a repressão!

O Acampamento Manoel Ribeiro existe desde agosto de 2020, quando famílias de camponeses pobres, organizadas na LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, retomaram a Fazenda Nossa Senhora Aparecida no município de Chupinguaia, no estado de Rondônia e próximo a cidade de Corumbiara, palco do violento conflito em 1995 no episódio da “Heroica Resistência de Santa Elina”. A Fazenda Nossa Senhora Aparecida é a última parte da Fazenda Santa Elina. Desde o fim do mês março desse ano, o governo de Rondônia, a PM-RO, pistoleiros e o judiciário à serviço do latifúndio preparam um novo “Massacre de Corumbiara” contra as famílias camponesas que retomaram de forma justa as terras da Fazenda Nossa Senhora Aparecida. O governo reacionário de Marcos Rocha (PSL) mesmo antes de qualquer ordem judicial, mobilizou um aparato de guerra contra o Acampamento Manoel Ribeiro, cercando e tentando invadir o acampamento diversas vezes. A Polícia Militar sequestrou camponeses e fez diariamente sobrevoos de helicópteros, usando balas de borracha, munição letal e bombas de gás contra as famílias camponesas. O latifúndio, a PM-RO e o governo de Rondônia iniciaram também uma grande campanha de criminalização contra a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), para tentar justificar sua intenção de produzir esse novo massacre no campo. No último dia 12 de abril, diante da heroica resistência camponesa do Acampamento Manoel Ribeiro e da importante campanha de solidariedade nacional e internacional, o governo reacionário de Rondônia foi obrigado a recuar e a decisão judicial de reintegração de posse foi suspensa por tempo indeterminado. Mas mesmo com essa importante vitória das famílias camponesas, a região segue com o aparato repressivo mobilizado, demonstrando a clara intenção do governo, da PM e do latifúndio em seguirem seus planos para massacrar os camponeses pobres, por isso, é fundamental redobrar a solidariedade à luta do Acampamento Manoel Ribeiro e da LCP em Rondônia. A violência contra os trabalhadores rurais, o avanço do agronegócio, da monocultura e do latifúndio precisam ser enfrentados com a solidariedade entre as lutas do campo e da cidade e com a unidade das organizações combativas do povo pobre e trabalhador contra nossos inimigos comuns, o Estado e os capitalistas, por isso, as organizações, coletivos e movimentos que constroem e articulam a Campanha pela Greve Geral se colocam ao lado e em solidariedade permanente ao Acampamento Manoel Ribeiro e com a luta das famílias camponesas por terra e trabalho e contra o latifúndio e a repressão. VIVA O ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO E A RESISTÊNCIA CAMPONESA!CONQUISTAR A TERRA, DESTRUIR O LATIFÚNDIO! 

Movimentos e Organizações Combativas convocam Campanha pela Greve Geral 

A Campanha pela Greve Geral é uma construção nacional e unitária reunindo diversas organizações populares, movimentos de luta, coletivos independentes, lutadores e lutadoras do povo de todo o Brasil para impulsionar a mobilização de massas e coordenar a luta combativa, radical e coletiva contra as políticas de morte, o genocídio, a agenda neoliberal e em defesa da vida e dos direitos sociais do povo pobre e da classe trabalhadora brasileira, como alternativa ao imobilismo da esquerda institucional e domesticada, das direções covardes e burocracias das centrais sindicais e entidades oficiais. Nós, a classe trabalhadora e o povo pobre brasileiro, vivemos uma situação de calamidade. São milhares e milhares de mortes subnotificadas todos os dias por culpa da ganância capitalista e da irresponsabilidade e ingerência do governo federal e dos governos locais diante da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, um auxílio emergencial miserável, o fim do programa de manutenção do emprego, demissões em massa, explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, avanço das privatizações entreguistas, ataques aos serviços públicos e aos servidores, retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, tragédias e destruição ambiental, despejos desumanos e ilegais, assassinatos e prisões racistas, feminicídios, violência contra o povo negro, camponeses pobres e povos indígenas. Esse cenário catastrófico pode apenas ser revertido com a unidade da luta popular combativa e revolucionária, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e uma oposição covarde e conciliatória. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de unidade de ação e organização coletiva das lutas contra o governo genocida, militar e neoliberal de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais para impulsionar a rebelião justa e necessária de nosso povo. A Campanha pela Greve Geral é construída nas bases e localmente através dos Comitês pela Greve Geral, que são instâncias de mobilização popular permanente e abertas aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, aos militantes independentes e de movimentos populares, a juventude combativa e aos estudantes do povo, aos desempregados e desempregadas, aos sindicatos combativos e autônomos, aos camponeses pobres, organizações dos povos indígenas, ativistas das periferias e favelas, as donas de casa, as mulheres do povo, ao povo negro, aos precarizados e todos os lutadores e lutadoras do povo pobre e trabalhador com disposição para organizar a ação direta popular, a propaganda e a agitação de massas e a luta combativa em defesa de nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo neofascista e pelos capitalistas. A unidade dos que lutam, a radicalização e os métodos combativos são as respostas necessárias frente à catástrofe e ao avanço do genocídio e da guerra biológica dos capitalistas contra o povo brasileiro, por um lado, e ao imobilismo deliberado das direções conciliadoras e covardes das grandes centrais sindicais e partidos eleitorais, por outro. Os partidos da esquerda institucional sabotam e domesticam as lutas do povo, insistindo na defesa e legitimação das instituições apodrecidas da democracia burguesa, mesmo sob o avanço da gestão da extrema-direita, dos militares saudosistas da ditadura e da agenda ultraliberal que não respeitam nem mesmo as próprias instituições do Estado burguês. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de organização coletiva, luta combativa e antifascista, construída a partir da ação direta, da independência de classe, do anti-imperialismo, da solidariedade e da unidade popular. Os Comitês pela Greve Geral devem coordenar e articular a mobilização de massas baseados na unidade de ação, método pelo qual lutadores e lutadoras do povo atuam conjuntamente, a partir de uma lógica não-sectária e supraideológica, com um programa mínimo comum. O comitê local é parte da campanha nacional pela Greve Geral e aberto para movimentos combativos, organizações de luta e coletivos independentes. Organizam a ação local e podem ser formados mais de um comitê na mesma cidade com diferentes setores populares, desde que orientados pelos mesmos métodos e buscando a coordenação de ações. A Campanha pela Greve Geral é baseada em um calendário nacional de lutas em defesa da vida de nosso povo e contra governos e patrões, para avançar até a Greve Geral e uma rebelião de massas em nosso país. Convocamos, portanto, todo o povo pobre e trabalhador brasileiro, para: • Derrotar nas ruas, com greves, barricadas, ocupações e lutas combativas o governo militar e genocida Bolsonaro/Mourão, o Congresso Nacional corrupto, os capitalistas e as oligarquias; • Pela vacinação imediata de toda a população, com garantia de medidas sanitárias e sociais até a imunização completa contra a Covid-19 no país; • Por uma renda básica no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres; por um amplo programa contra a fome e pela garantia da soberania alimentar para o povo brasileiro; • Pelo controle e fixação dos preços dos alimentos e itens da cesta básica, assim como, dos combustíveis, do transporte público e das contas de aluguel, energia e água; • Pelo fim do genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, dos ataques aos povos indígenas, quilombolas e ao meio ambiente, dos despejos e violência contra acampamentos e assentamentos camponeses e ocupações sem-teto. 

17 de Maio: Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia

“É necessário avançar na maior convergência possível entre a Homossexualidade e a Revolução. O proletariado revolucionário deve, portanto, estar convencido da necessidade da emancipação homossexual, mesmo que isso não tenha relação direta com a vida de parte da classe trabalhadora, e considerar este tema no mesmo grau que o combate ao racismo contra as mulheres e os homens do povo negro, por exemplo. Por sua vez, trabalhadores homossexuais devem entender que sua libertação pode ser total e irreversível apenas através da revolução social, ou seja, quando a sociedade de forma geral avançar em sua libertação, não apenas moral, mas na transformação revolucionária da vida. Esta convergência, para funcionar, deve considerar uma nova perspectiva de revolução social. […] Somente um verdadeiro socialismo libertário, antiautoritário e antiestatal será capaz de promover a libertação, definitiva e concomitante, do homossexual e do trabalhador explorado pelo capitalismo.” Trecho livremente traduzido do texto “Homosexualité et Révolution” de Daniel Guérin (1904-1988), militante socialista libertário e anticolonial francês, fundador da Frente Homossexual de Ação Revolucionária (FHAR).

A resposta ao Estado racista e seu genocídio é organizar a Rebelião Negra e Popular

“Quanto a aqueles massacres locais, periódicos, malditos a qual todos vocês estão sempre vulneráveis, vocês precisam se vingar deles do seu próprio jeito. […] Esse é o começo do respeito! Vocês não são, de forma alguma, indefesos. Pois a tocha do incendiário, que se sabe ser capaz de mostrar a assassinos e tiranos a linha do perigo, a qual eles não podem atravessar com impunidade, não pode ser tirada de vocês.” Lucy Parsons, histórica dirigente operária e revolucionária afro-indígena dos EUA. Vivemos uma situação de massacre permanente contra o povo. Por um lado as milhares de mortes diárias por Covid-19, com a intenção deliberada dos governos e dos capitalistas, especialmente do governo fascista e genocida Bolsonaro/Mourão. Por outro, prosseguem as matanças e chacinas contra o povo negro e pobre nas favelas e periferias do país, que se somam ao avanço da situação de miséria e fome, ao maior nível de desemprego da história, aos despejos desumanos e a violência contra camponeses pobres e os povos indígenas, em uma guerra aberta e permanente do Estado brasileiro a serviço dos ricos contra o povo pobre e a classe trabalhadora no país. A Chacina do Jacarezinho é um episódio brutal dessa guerra contra o povo pobre e do genocídio negro no Brasil. Uma operação ilegal, a serviço das milícias e dos corruptos e fascistas que estão no poder. O terrorismo de Estado que deixou 29 mortos no Jacarezinho é extermínio programado, os governos de Bolsonaro e Cláudio Castro dão seguimento as políticas genocidas dos governos do PT/PMDB, com o encerramento em massa e as UPPs, que transformaram o Rio de Janeiro em um laboratório da guerra racial e neoliberal contra negros e pobres, com uma política inédita de ocupação militar de territórios racializados que nem mesmo a ditadura militar-empresarial fez. O massacre no Jacarezinho não pode ser visto de forma isolada, pois faz parte da dinâmica da dominação capitalista e racista no Brasil, onde a brutalidade policial, o extermínio, os massacres e o genocídio negro são políticas de Estado e não apenas decisões de governos, variando sua intensidade de acordo com as gestões de turno, mas que permanecem inalteradas em sua essência. Os massacres nas favelas brasileiras são também parte do genocídio transnacional contra os povos. Com tropas treinadas nos massacres da famigerada Minustah no Haiti, utilizando a tecnologia sionista-israelense do apartheid palestino e as táticas de guerra suja do Estado militarizado da Colômbia, tudo obviamente sob coordenação do principal inimigo da humanidade, o imperialismo estadunidense. Bolsonaro e Cláudio Castro, são dois facínoras, que tem obviamente interesses diretos na Chacina do Jacarezinho, para fortalecer as milícias e rivalizar com a decisão do STF que regulamenta as operações em favelas, mas os massacres têm uma lógica mais profunda que unifica toda a cadeia de dominação burguesa. As polícias matam, a grande mídia justifica, o poder executivo legitima e o judiciário é cúmplice. Racismo e capitalismo são duas faces da mesma moeda, como nos avisou Steve Biko, por isso o capitalismo brasileiro, estruturado pela escravidão e pelo ódio antinegro se entrelaça com a lógica do programa neoliberal e a necessidade em queimar capital variável e aumentar os níveis de exploração, reduzir o exército de reserva de desempregados, ao mesmo tempo em que controla através da brutalidade policial e do terror institucional o proletariado marginal e a revolta contra a situação de miséria, fome e desemprego que o governo fascista Bolsonaro/Mourão vem aprofundando. Construir a Greve Geral e organizar a rebelião negra e popular precisa ser a nossa resposta ao Estado brasileiro e aos governos genocidas. Nesse 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo reafirmamos a necessidade da construção da autodefesa comunitária como nosso caminho para enfrentar a brutalidade policial e pôr fim aos massacres de nosso povo. Exigimos o fim da polícia assassina e das operações e massacres nas favelas, da violência no campo e dos despejos, nos solidarizamos com os povos em luta contra o genocídio transnacional também na Colômbia, no Haiti e na Palestina. Campanha Nacional pela Greve GeralBrasil, 13 de maio de 2021. Baixe em formato de panfleto para impressão A4, aqui.

Lima Barreto: 140 anos de um intelectual do povo negro e trabalhador

No dia 13 de maio de 1881, há 140 anos, nasceu Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto. Lima Barreto escreveu importantes obras da literatura brasileira, e também diversas cartas, crônicas e artigos. Veio a falecer no ano de 1922. O seu engajamento político muitas vezes é desconhecido ou apresentado de forma superficial. Lima Barreto sempre foi próximo a importantes figuras do sindicalismo revolucionário desde a sua juventude. Conheceu José Oiticica, Edgard Leuenroth, dentre outros. Escreveu um artigo para o primeiro número do jornal A Voz do Trabalhador, órgão oficial da Confederação Operária Brasileira (COB) e colaborou com outros jornais anarquistas e sindicalistas. Apoiou publicamente a grande Greve Geral de 1917, a Greve Geral e a Insurreição Popular no Rio de Janeiro em 1918, defendeu a Revolução Russa de 1917, criticou duramente a escravidão, a opressão sobre o povo negro, os imigrantes pobres e o povo trabalhador de forma geral. Em homenagem a esse importante intelectual e trabalhador brasileiro publicamos aqui o texto “Sobre a Carestia” publicado, não por acaso, em 1917, ano da grande Greve Geral. Nesse artigo Lima Barreto faz uma dura crítica aos capitalistas e ao Estado e defende o uso da violência pelos oprimidos para lutar contra a carestia de vida. O artigo foi retirado do livro “Antologia de artigos, cartas e crônicas sobre trabalhadores”. *** SOBRE A CARESTIA As várias partes do nosso complicadíssimo governo se têm movido para estudar e debelar as causas da crescente carestia dos gêneros de primeira necessidade à nossa vida. As greves que têm estalado em vários pontos do país muito têm concorrido para esses passos do Estado. Entretanto, a vida continua a encarecer e as providências não aparecem. Não há necessidade de ser muito enfronhado nos mistérios das patifarias comerciais e industriais, para ver logo qual a causa de semelhante encarecimento das utilidades primordiais à nossa existência. Nunca o Brasil as produziu tanto e nunca elas foram tão caras. O plantador, o operário agrícola continua a ganhar o mesmo; mas o consumidor as está pagando pelo dobro. Quem ganha? O capitalista. Ele e unicamente ele, porquanto o fisco mesmo continua a receber o mesmo ou quase o mesmo que antigamente. O açúcar, por exemplo, que descera de preço nestes últimos anos, é um caso típico da ladroeira capitalista, da mais nojenta. Os usineiros e os seus comparsas, comissários, etc. no intuito de esfolarem a população nacional ou residente no Brasil, descobriram que o melhor meio de o fazerem era vender grandes partidas, para o estrangeiro, pela metade do preço porque as vendem aqui. Semelhantes patifes, com umas teorias econômicas da Escola do Pinhal de Azambuja, dizem que, se não fizessem tal coisa, seria a débâcle do seu negócio. Isto veio escrito nos jornais, com aquela arrogância peculiar a fazendeiros, especialmente os de cana, e fabricantes de açúcar. É o que eles chamam o “alívio”. Nada mais absurdo e mais besta. Todo o fito do aperfeiçoamento das nossas máquinas, dos nossos processos industriais (é o caso do açúcar), tem sido produzir muito, rapidamente, para vender barato, de modo que o lucro, por mais insignificante que seja em um quilo, somado nas toneladas, dê, por fim, um lucro fabuloso. O Portela, aí da Casa Colombo, sabe bem disso, no tocante ao seu comércio, pois afirma que a sua divisa é “vender muito, para vender barato”. Se o açúcar que eles vendem à República Argentina fosse lançado nos nossos mercados, o pequeno lucro que desse, junto ao lucro obtido com nossos mercados, o pequeno lucro que desse, junto ao lucro obtido com aquele que até agora fica aqui, seria suficiente para remunerar o capital mais judeu deste mundo. Não é necessário ir buscar autoridades em finanças e economia política, para demonstrar coisa tão evidente. Entretanto, a ganância, o cinismo, a desfaçatez, a alma de piratas dos caciques do açúcar não querem ver isto e esfomeiam os seus patrícios. Por falar em pátria… A pátria é um laço moral, dizem; mas, quando os Zés Bezerras, os Pereiras Limas e outros rompem esses laços, de forma tão bucaneira, como acabo de mostrar no caso do açúcar, de que modo posso mais respeitá-los, a eles, nas suas vidas e nos seus haveres? Creio que me acho desobrigado de toda e qualquer prisão moral com semelhantes patifes. Em presença deles, devo proceder como em presença do salteador que me toma os passos, em lugar ermo, e me exige os níqueis que tenho no bolso. Só há um remédio, se não quero ficar sem os magros cobres: é matá-lo. Não há necessidade, entretanto, de o fazer, na parte relativa a esses cínicos do açúcar e outros. Semelhante gente não se incomoda em morrer: incomoda-se em perder dinheiro ou em deixar de ganhá-lo. É tocar-lhes na bolsa, que eles choram que nem bezerros desmamados. O povo até agora tem esperado por leis repressivas de tão escandaloso estanco, que é presidido por um ministro de Estado. Elas não virão, fique certo; mas há ainda um remédio: é a violência. Só com a violência os oprimidos têm podido se libertar de uma minoria opressora, ávida e cínica; e, ainda, infelizmente, não se fechou o ciclo das violências. Quando um ministro de Estado, como o Rufino o é, cuja missão, na especialidade do seu departamento, é prover às necessidades gerais da população, atender aos seus clamores, impedir a opressão de uma classe sobre as demais, regular o equilíbrio das forças sociais, se faz caixeiro ou chefe de trust, para esfomear um país, não há mais para onde apelar senão para a violência, para a brutalidade da força! Não há outra esperança, pois eles dominam todo o mecanismo legal – o Congresso, os juízes, os tribunais – e tudo isto só fará o que eles quiserem, e seria vão socorrermo-nos desse aparelho. É doloroso chegar a semelhante conclusão; é doloroso ver tanto sangue generoso derramado, tanta lágrima chorada, tanto estudo, tanta abnegação, tanto sacrifício, tanta dor de grandes homens e daqueles que os amaram e apoiaram, é doloroso,

29 de Maio: Retomar as ruas para derrotar o governo genocida de Bolsonaro e Mourão

É preciso derrotar o governo fascista de Bolsonaro e Mourão e parar o projeto genocida que avança contra o povo pobre e trabalhador brasileiro. Só a mobilização nas ruas e a luta do povo organizado pode mudar nossa situação de miséria, fome, desemprego, precarização do trabalho e as milhares de mortes diárias por falta de medidas sanitárias e sociais. Com 450 mil mortes por Covid-19, segundo os dados oficiais, mas com nossa tragédia real podendo passar de 1 milhão de mortes, o governo negacionista de Bolsonaro a serviço dos ricos e de uma burguesia doentia é o grande responsável pelas centenas de milhares de mortes. Apenas nossa luta coletiva e radical pode vingar as mortes de nosso povo e derrotar esse governo criminoso com mobilizações nas ruas, paralisações, greves e barricadas para avançar até a Greve Geral e à rebelião popular. Precisamos pôr fim ao governo militar e genocida de Bolsonaro e organizar a luta também contra os patrões, o Congresso Nacional corrupto, os governos estaduais e as prefeituras. Exigir vacinação imediata para o povo, renda básica digna para não morrer de fome e medidas sanitárias para não morrer de Covid-19, assim como, o fim dos massacres do povo negro e favelado, dos despejos desumanos e da violência contra camponeses pobres e os povos indígenas. Nesse dia 29 de maio participe do Dia Nacional de Luta, mobilize sua comunidade, colegas de trabalho, escola ou faculdade. Nossa reposta precisa ser a revolta e a luta organizada, combativa e radicalizada nas ruas. Participe da construção da Campanha Nacional pela Greve Geral e dos comitês para a mobilização de base em sua cidade para organizar a ação coletiva e defender a vida de nosso povo. CONSTRUIR A GREVE GERAL E ORGANIZAR A REBELIÃO!ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE BOLSONARO E MOURÃO!

Manifesto Unificado do 1º de maio: Construir a Greve Geral

O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais a serviço dos capitalistas, latifundiários e banqueiros é o grande responsável pela tragédia que vive o povo pobre e trabalhador brasileiro. O avanço da fome e da situação miséria que já atinge mais da metade da população, o aumento do custo de vida e o maior nível de desemprego da história se somam as milhares de mortes diárias por Covid-19. Com cerca de 400 mil mortes subnotificadas, nossa tragédia real pode ser até 4 vezes maior, com o país se tornando o centro mundial da pandemia. Em ônibus e metrôs lotados, trabalhos precários e subempregos nosso povo caminha para a morte todos os dias. Entre passar fome ou ser contaminados pela Covid-19, escolhemos lutar pela vida e contra o genocídio. Lutar e vencer os governos e patrões genocidas, para vingar nossos mortos e honrar a memória das milhares de vidas perdidas. O auxílio emergencial miserável é um escárnio com o trabalhador brasileiro. O aumento nos preços dos alimentos, itens básicos e combustíveis é insuportável. No mesmo país que ganhou 11 novos bilionários durante a pandemia e os ricos furam a fila da vacina, falta oxigênio, medicamentos e vagas nos hospitais para os pobres. A contaminação e as variantes da doença se espalham pelo país. Enquanto isso, as direções das centrais sindicais e dos partidos eleitorais seguem de forma covarde e oportunista se negando a lutar contra o governo militar e genocida de Bolsonaro, interessados apenas nas eleições de 2022. Para reverter esse quadro e defender nossas vidas é necessário construir desde agora a Greve Geral e organizar a rebelião do povo pobre e trabalhador brasileiro, para: 1) Derrotar nas ruas o governo Bolsonaro/Mourão, os militares e o Congresso Nacional corrupto; 2) Garantir a vacinação imediata de toda a população e medidas sanitárias até a imunização completa contra a Covid-19 no país; 3) Conquistar uma renda básica digna no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres, exigir um amplo programa contra a fome, o controle e a fixação dos preços dos alimentos e dos combustíveis, a suspensão das contas de aluguel, energia e água, e; 4) Parar o genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, os ataques aos povos indígenas e ao meio ambiente, os despejos e a violência contra os acampamentos e assentamentos camponeses e as ocupações sem-teto. A Campanha pela Greve Geral é uma articulação nacional que reúne diversas organizações populares, movimentos combativos e coletivos independentes no país, para organizar a ação direta e a mobilização popular permanente com greves, ocupações, barricadas, ocupações, lutas combativas e unidade popular. Nesse 1º de Maio, data histórica de luta de nossa classe e memória dos mártires operários, convocamos os trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, a juventude combativa, os desempregados, as organizações indígenas, o povo negro, as associações de favelas e periferias e todos os lutadores e lutadoras do povo para construir a Greve Geral pela base e organizar a rebelião popular em defesa das nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo fascista e pelos capitalistas. CAMPANHA NACIONAL PELA GREVE GERAL

VIVA OS 50 ANOS DO JUSTIÇAMENTO DE BOILESEN

Em 15 de abril de 1971, há 50 anos, o Comando Devanir José de Carvalho, formado pela Ação Libertadora Nacional (ALN) e pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) justiçava o sádico empresário dinamarquês, naturalizado brasileiro, Henning Albert Boilesen. A heroica ação mostrou ao mundo a relação direta e umbilical entre a ditadura militar fascista, o empresariado brasileiro e as multinacionais. Albert Boilesen era presidente do Grupo Ultragaz e fundador do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), um dos organizadores do apoio dos empresários à Operação Bandeirante, a OBAN, embrião do DOI-CODI e composta por membros da Aeronáutica, Marinha, Polícia Federal, SNI e órgãos do Governo de São Paulo, que torturou e assassinou centenas de trabalhadores e militantes revolucionários. O Grupo Ultragaz, foi uma das cerca de 80 empresas brasileiras e multinacionais que forneciam apoio ou suporte direito à repressão, entre elas a Volkswagen, FIAT, Chrysler, Ford, General Motors, Toyota, Scania, Rolls-Royce, Mercedes Benz, Brastemp, Telesp, Kodak, Caterpillar, Johnson & Johnson, Petrobras, Camargo Corrêa, Embraer, Monark e outras. Boilesen, assim como, Paulo Henrique Sawaya Filho e Geraldo Resende Matos faziam parte do Grupo Permanente de Mobilização Industrial, frequentando assiduamente o DOPS paulista, participando pessoalmente das sessões de tortura e organizando a relação direta entre industriais como Nadir Dias de Figueiredo da FIESP, bancos e multinacionais com os centros de tortura, a repressão e os assassinatos políticos coordenados pelos delegados Romeu Tuma e Sérgio Paranhos Fleury, que dirigia também o Esquadrão da Morte. O auge da repressão no governo do general Emílio Garrastazu Médici, entre 1969 e 1974, após o AI-5, era uma resposta a ascensão das lutas do povo brasileiro contra a ditadura militar-empresarial, com as grandiosas manifestações estudantis, principalmente a Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro, e as combativas greves operárias de 1968, como em Contagem (MG) e Osasco (SP), e ao avanço das ações das organizações da luta armada. Diante do imobilismo e da covardia da direção do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em construir a resistência ao golpe de Estado de 1964 que derrubou João Goulart e a ditadura militar que se seguiu, um primeiro setor ligado ao trabalhismo e militares nacionalistas perseguidos iniciou a luta armada, primeiro com a Guerrilha de Três Passos (1965) e depois com a Guerrilha do Caparaó (1966-67). Com a radicalização de parte da esquerda cristã através da Ação Popular (depois Ação Popular Marxista Leninista), a saída de parte importante da direção do Partidão que ainda em 1962 formou o PCdoB maoísta, setores da POLOP (Organização Revolucionária Marxista Política Operária) favoráveis a luta armada e os rachas no PCB que deram origem ao Agrupamento Comunista de São Paulo, depois ALN, ao PCBR e as Dissidências Internas a partir de 1967, formou-se um amplo campo de setores que defendiam diferentes concepções de luta armada no Brasil e também atuavam nas lutas operárias, camponesas e estudantis. Em 1968, no auge das lutas populares combativas e ações armadas a esquerda brasileira conseguia balançar o poder da ditadura. Carlos Marighella, em sua “Mensagem aos operários do Brasil através da Rádio Havana – Cuba”, em 1967, durante sua partição na Conferência da Organização de Solidariedade Latino-americana, a OLAS, quando seria expulso do PCB, definia a situação histórica da seguinte forma: “É um círculo vicioso. O movimento de massas avança, em seguida é detido pelo golpe militar. Passa-se algum tempo de ditadura, mais ou menos duradouro, que nada resolve para o povo. Vem a desmoralização dos ditadores. Surgem os líderes burgueses que pleiteiam eleições e democracia para salvar o país (Lacerda, Frente Ampla, etc.). O movimento de massas cresce mais uma vez. Em seguida vem um novo golpe militar e tudo recomeça. É que por meio de eleições ou pela via pacífica jamais o povo brasileiro se libertará. Não há outro caminho para os trabalhadores senão conquistar o poder pela violência e destruir o aparelho burocrático militar do Estado, substituindo-o pelo povo armado.” Com o AI-5 em dezembro de 1968, a atuação ainda mais direta do imperialismo norte-americano nas ações militares e o governo Médici a partir de 1969, a repressão foi tomando contornos cada vez mais brutais e se ampliando também para setores da cultura, da classe média progressista e até mesmo da pequena-burguesia. Do outro lado, as organizações armadas que enfrentavam e resistiam à ditadura com a violência revolucionária formam a Frente Armada, articulando a ALN (maior organização guerrilheira e que havia perdido seus dois principais dirigentes, Marighella em 1969 e Joaquim Câmara Ferreira em 1970), o MRT, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8, a antiga Dissidência Interna da Guanabara) e outras com menor participação. É nesse ambiente de aumento da repressão que Devanir José de Carvalho, o Comandante Henrique, operário guerrilheiro e fundador do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) é sequestrado em 5 de abril, barbaramente torturado e assassinado pela ditadura no dia 7 de abril de 1971, quando a ALN e o MRT decidem executar Boilesen, que havia sido reconhecido por militantes torturadas. A ação que justiçou Albert Boilesen foi comandada por Carlos Eugênio da Paz, o Clemente, então comandante militar da ALN. A execução de Boilesen teve importância fundamental por revelar a participação direta e financiamento da empresários vinculados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) nas torturas e assassinatos políticos. O dinamarquês era responsável pelo caixinha dos empresários, e além de “cobrar ingresso” para outros empresários acompanharem sessões de tortura, fornecia instrumentos aos torturadores, um deles ficou conhecido como a “pianola Boilesen”. A ação do Comando Devanir José de Carvalho ocorreu na alameda Casa Branca, em São Paulo, mesmo rua onde Marighella havia sido executado em 4 de novembro de 1969, e deixou muito evidente o papel dos empresários não só na articulação com a ditadura militar, como no sadismo em participar das sessões torturas de militantes da luta armada e de trabalhadoras e trabalhadores, visto que as empresas que participavam e apoiavam a ditadura usaram também a repressão, os métodos de torturas e assassinatos políticos contra seus

Motim contra a Fome e o Desemprego de 1983: uma rebelião contra a carestia e exemplo de ação direta

Em 4 de abril de 1983, diante da grave crise econômica, desemprego e demissões em massa, carestia de vida, inflação galopante e a situação de miséria da classe trabalhadora brasileira que marcaram o período do fim da ditadura empresarial-militar fascista, estourava na zona sul de São Paulo, em Santo Amaro, o movimento que ficou conhecido como Motim Contra a Fome e o Desemprego. A rebelião que arrancou importantes conquistas foi marcada pela ação direta popular e mobilização de base a partir do Comitê de Luta contra o Desemprego e do Movimento contra a Carestia, com saques e manifestações combativas se alastrando também para o Rio de Janeiro e Minas Gerais entre os dias 4 e 8 de abril de 1983. Com saques de lojas e supermercados, em São Paulo a manifestação seguiu em direção ao Palácio dos Bandeirantes que foi atacado, com a exigência que o movimento fosse recebido pelo então governador Franco Montoro. Cerca de 100 manifestantes foram feridos e 70 presos pela PM, com mais de 400 lutadores sendo enquadrados na famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN). O Movimento Contra o Desemprego e a Carestia arrancou do Estado a criação de 40 mil vagas de empregos em frentes de trabalho. O general fascista e então presidente da ditadura João Baptista Figueiredo foi a TV aberta acusar o movimento de atrapalhar o “processo de abertura”, uma transição pactada entre militares e a oposição burguesa para proteger os assassinos e torturadores do regime e seus patrocinadores, o empresariado e agentes do imperialismo. Os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro também vieram  à público pedir o fim da violência e calma ao povo faminto.                  Com a inflação oficial de 35% no início do ano e alimentos essenciais da cesta básica subindo até 400%, demissões em massa, cortes de investimentos públicos, situação de pobreza e miséria generalizada, a crise de 1983 tem muitos paralelos com a nossa conjuntura, assim como, os governos autoritários de Figueiredo e Bolsonaro. Elementos que hoje, agravam-se ainda mais com a Covid-19, a guerra biológica contra o povo pobre e trabalhador e a gestão desastrosa e genocida do atual governo. A disposição heroica, e em parte desesperada, do povo em luta pela sua sobrevivência é um exemplo para os dias atuais. A mobilização de massas, organização de base e os métodos insurgentes do Comitê de Luta contra o Desemprego e do Movimento contra a Carestia, assim como, a unidade de ação de diversas organizações da esquerda combativa, devem servir de guias para nossa ação nos dias de hoje, construindo comitês de base para agitação e propaganda de massas, mobilização direta e unidade de ação para avançar até a Greve Geral e a rebelião de massas, necessárias para derrotar o governo genocida Bolsonaro/Mourão, defender a vida e conquistar uma vida digna para nosso povo.         VIVA O MOTIM CONTRA A FOME E O DESEMPREGO! RETOMAR A LUTA COLETIVA, RADICAL E COMBATIVA CONTRA GOVERNOS E PATRÕES! AÇÃO DIRETA CONTRA A AGENDA NEOLIBERAL E O GOVERNO BOLSONARO/MOURÃO!   

Isis Dias: estudante do povo e revolucionária

Isis Dias de Oliveira foi uma militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), estudante do povo e guerrilheira urbana que enfrentou a ditadura militar-empresarial no Brasil. Cursou Ciências Sociais na FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), foi moradora do CRUSP e educadora popular. Sequestrada, torturada e assassinada brutalmente pela repressão em 1972. Isis recebeu treinamento em Cuba e se transferiu para o Rio de Janeiro, onde participou de ações de propaganda armada e expropriações de bancos, além de editar o jornal Ação, da ALN da Guanabara. Sequestrada no dia 30 de janeiro de 1972 junto com o militante Paulo César Massa, quando o DOI/CODI estourou um aparelho da ALN carioca, teve seu assassinato confirmado algum tempo depois por sua família, assim como Paulo César e outros dez militantes desaparecidos. Isis Dias, assim como outros estudantes do povo, fez parte da geração combativa e revolucionária de estudantes que confluíram para a luta armada contra a ditadura e o imperialismo, integrando a ALN e outras organizações revolucionárias. Abaixo reproduzimos um documento inédito, o manifesto da Frente Estudantil pela Luta Armada – FELA convocando os estudantes para ações de apoio e integração a luta revolucionária para derrubar a ditadura militar-empresarial. A FELA atuou entre 1969 e 1970 como uma frente estudantil da ALN, até ser desmantelada pela repressão e ter a maioria de seus militantes presos. COMPANHEIROS O processo revolucionário está instalado no Brasil. O papel que cabe a nós estudantes é dar todo apoio aos revolucionários. As ações revolucionárias desenvolvidas pelos guerrilheiros urbano e rurais precisam continuar em todas as frentes. A universidade é um campo de lutas dos estudantes, é uma das frentes de luta dos estudantes. A luta dos estudantes dentro da Universidade – em suas ações revolucionárias será a continuidade das lutas dos guerrilheiros – a vanguarda do processo revolucionário brasileiro. O nosso inimigo é comum, a burguesia (com sua ditadura militarista) e os imperialistas norte-americanos. A burguesia através de sua ditadura militar está tentando manipular a universidade para seus interesses. As reformas que ele tenta desenvolver na universidade através de órgãos reacionários como o Conselho Universitário, Reitoria, Conselhos Estadual e Federal de Educação, etc. tem como objetivo efetivar seus interesses monopolistas. A burguesia através de sua ditadura militar quando abalada e impedida na sua política utiliza-se da repressão e da propaganda mesquinha para impor seus princípios: é assim que assistimos impassíveis a invasão do CRUSP; a invasão e prisão de vários colegas e professores nas escolas; a cassação dos nossos professores; a imposição de cursos e conferências reacionárias ministradas por militares aos colegas de Odontologia, Medicina, Farmácia, Bioquímica, etc. Mas não será a ditadura militar, e nem os lacaios imperialistas que irão impedir o desenvolvimento da nossa revolução: ela é irreversível. Chegou agora a vez dos estudantes. Contra a força, usaremos a força e a sagacidade. Agora é o brado de alerta: olho por olho dente por dente. Aqueles que não são por nós são contra nós – e que não tentem impedir nossa passagem, pois, serão massacrados. As ações revolucionárias desenvolvidas no Campus da CUASO são gritos de alerta contra a burguesia espoliadora. Isso é só o começo. Muitas outras ações virão, pois nós representamos os interesses dos estudantes. Devemos apoiar os guerrilheiros urbanos e rurais, pois em nós estudantes está a continuidade da luta nas cidades, atacando e rasgando as poltronas dos cinemas que expõem cartazes dos companheiros revolucionários; ameaçar com telefonemas anônimos os postos de gasolina e entidades públicas e privadas que representam os interesses da burguesia e dos imperialistas americanos; fazer propaganda de todas as formas possíveis da guerra revolucionária; dar caça sem trégua aos dedo-duros que infestam a Universidade; lutar em todas as classes, laboratórios, escolas, teatros, etc. contra as imposições da ditadura; discutir incessantemente as ações revolucionárias; e quer em grupos, quer isoladamente, colaborar com essas ações revolucionárias, etc. Isto é o mínimo que nós estudantes poderemos fazer para a Revolução. TODO APOIO AOS REVOLUCIONÁRIOS!LUTA SEM TRÉGUA CONTRA A BURGUESIA NA UNIVERSIDADE!CAÇA E MORTE AOS DEDO-DUROS! Frente Estudantil pela Luta Armada – FELAOutubro de 1969, São Paulo – SP. Veja o documento original publicado pela FELA.