Memória e justiça: 7 anos do assassinato brutal de Cláudia Ferreira

Cláudia Silva Ferreira, conhecida como Cacau, era mãe de quatro filhos e cuidava de outros quatro sobrinhos. Foi assassinada pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro quando caminhava para comprar comida para seus filhos na manhã do dia 16 de março de 2014. Morta pela PMERJ durante uma operação no Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro, Cláudia Silva Ferreira teve seu corpo colocado dentro da mala da viatura pelos PMs, que alegavam prestar socorro, e durante o trajeto o porta-malas do carro abriu, o corpo de Claudia caiu na pista e ficou preso por um pedaço de roupa, resultando nas imagens brutais do seu corpo sendo arrastado por 350m na estrada Intendente Magalhães. A trabalhadora negra, que era auxiliar de serviços gerais em um hospital, foi assassinada aos 28 anos. Até hoje os policiais que mataram Cacau seguem impunes, todos os envolvidos seguem trabalhando normalmente na PMERJ, sem receber qualquer tipo punição criminal ou administrativa. Durante esses 7 anos de processo, apenas uma audiência sobre o caso foi realizada. Respondem pela morte de Claudia, o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura e os policiais Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, Adir Serrano, Rodney Archanjo, Alex Sandro da Silva e Gustavo Ribeiro Meirelles. A LUTA DO POVO VINGARÁ SUA MORTE! CLÁUDIA FERREIRA, PRESENTE!ABAIXO O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO NAS FAVELAS E PERIFERIAS! 

MULHERES DO POVO: VIVAS, LIVRES E COMBATIVAS

Comunicado Nacional da FOB no 8 de Março Ser mulher trabalhadora em um mundo patriarcal e violento não é fácil. A superexploração e a violência contra as mulheres do povo são bases fundamentais de sustentação desse sistema capitalista, patriarcal e colonial. No Brasil, a desigualdade social brutal amplia as formas de a violência contra nossos corpos. Ser mulher aqui é ter que estar constantemente com medo de sofrer abusos sexuais, pois concentramos uma altíssima taxa de estupros, assistimos (e por vezes naturalizamos) a barbárie ao ver que aqui a cada 8 minutos uma companheira é violada. Nós, mulheres do povo, convivemos constantemente com notícias de conhecidas, familiares ou amigas que foram assassinadas, uma vez que nosso país ocupa o 5º lugar em feminicídios do mundo, com uma média de 1 feminicídio a cada 9 horas. Na pandemia da Covid-19, além do aumento no número de feminicídios e violência contra a mulher durante o período da quarentena, assistimos a dura e absurda realidade de sermos o país com maior número de morte de grávidas e puérperas do mundo. O Brasil é responsável por 77% das mortes de grávidas e puérperas por Covid-19 no mundo, segundo estudo da Revista Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (IJGO, na sigla em inglês). Esses dados demonstram como o discurso sobre o direito à vida não passa de uma mentira no Brasil. O direito à vida não chega até nós, mulheres do povo, negras, indígenas, camponesas e faveladas. Vivemos porque cotidianamente lutamos pela vida, mas esse direito há muito nos foi negado. Das mulheres que morreram grávidas ou logo após o parto por Covid-19 – deixando seus filhos e filhas órfãos – 28% não chegaram sequer a dar entrada em uma UTI e 15% não receberam nenhuma modalidade de assistência ventilatória. O descaso com os trabalhadores na linha de frente da saúde é mais uma faceta da violência contra a mulher. Desde o início da pandemia, mais de um milhão de profissionais de saúde que trabalham na linha de frente nas Américas foram infectados pela doença, e quatro mil morreram, sendo a maioria mulheres. Não podemos ocultar que o capitalismo e, principalmente o avanço do modelo neoliberal, é diretamente responsável por essas mortes. A assistência às mulheres no serviço público é precária e a consequência disso é que quem mais vai morrer é justo as vítimas de sempre, mulheres negras e pobres. Para se ter uma ideia, a mortalidade materna em mulheres negras foi quase duas vezes maior do que a observada em mulheres brancas, isso sem contar as subnotificações, segundo um estudo da UFSC. NÓS, MÃES, GRITAMOS PELO DIREITO A VIDA! A hipocrisia do capitalismo brasileiro não tem limites. Vivemos em um país onde se naturaliza o controle dos corpos das mulheres proibindo o aborto através de um discurso falacioso de “direito à vida” do feto, mas que, por outro lado, pouco se importa com a vida das crianças que nascem. O direito à vida, assim como não existe para as mulheres, gestantes e puérperas pobres, tampouco é garantido para nossos filhos e filhas. Relembremos que a mortalidade infantil no Brasil é altíssima e atinge prioritariamente crianças indígenas (25,1%) e negras (27,8%), chegando em alguns estados como o Amapá, a mortalidade geral a 23%. Além da mortalidade infantil, sofremos diariamente com a brutalidade policial, o encarceramento em massa e o assassinato de crianças e adolescentes negros e pobres pelas mãos do Estado. A “bala perdida”, o “erro de um policial despreparado”, a prisão injusta, só atingem as nossas crianças e adolescentes nas periferias. Nos revoltamos por cada uma das 12 crianças assassinada pelas mãos do Estado no Rio de Janeiro em 2020. Lutaremos pela memória das mais de 2.215 crianças e adolescentes assassinadas pela polícia nos últimos 3 anos. Nós, mulheres do povo e lutadoras sindicalistas revolucionárias, nos solidarizamos com cada uma dessas mães que agora chora a morte ou a prisão de seus filhos e filhas. Que viram o Estado racista usurpando dessas crianças o seu direito à vida e a infância. Não deixaremos que o tempo apague a memória dessas vidas tão importantes e que foram tão precocemente roubadas. Não permitiremos mais que destruam nossas famílias. É por isso que lutamos contra os governos, o Estado e os patrões. Por nós, pelos nossos filhos, pelas nossas crianças, pelo direito de viver em paz! SEMEARAM MEDO, MAS COLHERÃO RESISTÊNCIA E REBELDIA Sabemos que nós mulheres somos a base de práticas seculares de apoio mútuo e suporte em comunidades trabalhadoras e pobres do Brasil. Nosso sangue e suor tem sido fundamentais para garantir a vida e a existência coletiva de nossa gente. Por isso, nós não pedimos ou imploramos por migalhas do sistema, nós exigimos nossos direitos justos e dignos. Nesse 8 de março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras, nós, lutadoras e lutadores do povo, organizadas e organizados na FOB, afirmamos: 1) Que a dor da perda de nossas irmãs, amigas, filhas e filhos não faça aumentar o medo, pelo contrário, que amplie nossa raiva e rebeldia convertida em desejo e ações para a mudança. Nós, mulheres lutadoras, temos a missão de tornar presentes as nossas companheiras e familiares ausentes. Gritar, visibilizar, lutar pelas nossas companheiras assassinadas, desaparecidas, violadas ou injustamente presas. Somos muitas Cláudias, Marianas, somos a criança de 10 anos estuprada pelo padrasto e coagida para manter a gravidez, somos, acima de tudo, aquelas que destruirão o sistema capitalista patriarcal e racista. 2) Nós lutaremos pelo direito à vida. Mas saibamos que este direito só será respeitado quando derrubarmos o Estado, o capital e a exploração machista que coloniza nosso corpo e nossa alma. Por isso, nós chamamos todas a retomar as práticas de autodefesa, que vão desde nos fortalecermos psicologicamente até criarmos redes de apoio para resistir e impedir toda forma de violência contra nós. Chamamos também todas as mulheres trabalhadoras do Brasil a aderir ao chamado da Greve Internacional de Mulheres que vem ocorrendo anualmente em diversos países como Chile, Argentina, México, Espanha e outros. Demonstraremos nossa força nos unindo, resgatando os métodos de luta combativa e provando que

GREVE GERAL PELA VIDA, BOLSONARO GENOCIDA

DERROTAR COM AÇÃO DIRETA E REBELIÃO O GOVERNO BOLSONARO/MOURÃO E A AGENDA NEOLIBERAL E GENOCIDA Comunicado Nacional da FOB – Janeiro/Fevereiro de 2021 A tragédia de Manaus, que assistimos com muita dor e indignação, confirma o caráter abertamente genocida e anti-povo desse governo. Transformar essa indignação em luta e organizar nosso ódio contra os inimigos do povo é a tarefa histórica que esse momento catastrófico nos impõem. O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes, dos militares e demais facínoras, a serviço dessa burguesia doente e da agenda neoliberal, é um governo assassino. Não nos resta qualquer dúvida, a sucessão de desgraças contra o nosso povo pode ser revertida apenas com a luta coletiva e radical dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude combativa e das comunidades pobres da cidade e do campo, com a ação direta popular, a Greve Geral e a rebelião. É preciso romper com o imobilismo e a conciliação covarde da esquerda institucional, das centrais sindicais e das direções pelegas. É preciso tomar as ruas, organizar a revolta, erguer barricadas, enfrentar a repressão e paralisar o país com greves e ocupações. É preciso resistir e atacar quem nos mata para defender a vida de nosso povo. Qualquer caminho que não seja da luta radical contra esse governo fascista e genocida precisa ser rejeitado. As centenas de milhares de mortes por culpa da irresponsabilidade e da ingerência do governo federal e dos governos locais da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, as demissões em massa, a explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, as privatizações entreguistas, os ataques aos serviços públicos e aos servidores, a retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, as tragédias e destruição ambiental, os despejos, os assassinatos e prisões racistas, os feminicídios, a violência contra o povo negro e pobre, os camponeses e os povos indígenas precisam ser respondidas com a nossa luta popular e revolucionária, radical e combativa, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e essa oposição covarde e conciliatória. O governo assassino Bolsonaro/Mourão só será derrubado com a luta radicalizada do povo organizado. É através da mobilização de base e da agitação de massas que devemos avançar para uma rebelião popular nas ruas, com paralisações das categorias, ocupações de terras, fábricas, empresas e instituições, sabotagens, barricadas, trancamento de vias e a Greve Geral insurrecional. Por isso, nossas organizações de base territoriais, de estudantes do povo e de trabalhadores e trabalhadoras, que constroem a FOB em diversos estados do país, estamos convocando os lutadores e lutadoras do povo para iniciar a construção da Greve Geral. Não devemos esperar que a Greve Geral caia dos céus ou da boa vontade das centrais sindicais oficiais. Ela não virá de cima para baixo. A Greve Geral precisa ser construída de baixo para cima. Da agitação e propaganda para conscientizar e da organização para criar as condições de sua realização que precisam ser construídas por todas as partes do país, nas cidades ou no campo, por iniciativa de coletivos autônomos, grupos de base, movimentos e organizações populares ou mesmo de militantes independentes ou não-organizados, mas dispostos a lutar com métodos combativos. Mais de dois companheiros ou companheiras já podem começar um comitê ou núcleo de base, em um bairro, no trabalho, no transporte público, uma comunidade da zona rural ou da periferia, chamando colegas da escola ou da universidade, ou mesmo convocado mais companheiros/as com afinidade e dispostos/as a organizar as lutas. A Greve Geral é unidade de ação do povo pobre e trabalhador. Uma arma de resistência generalizada que rompe o atual cenário que estamos divididos e isolados e assim somos facilmente conquistados e dominados. A Greve Geral precisa de independência de classe, autonomia frente aos partidos e aos governos e métodos combativos. A Greve Geral deve ser o resultado do crescimento da luta. As pequenas e médias mobilizações devem estimular o ânimo, a moral e as condições para a Greve Geral. Organizar a agitação e a propaganda de massas, realizar intervenções de rua diversas, ações e atos locais de luta direta, mobilização de base e sabotagens, e também preparar a autodefesa popular e participar das iniciativas contra os governos e capitalistas em um calendário nacional de lutas. A tônica da Campanha pela Greve Geral pela Vida deve ser a ação, a iniciativa, a ousadia e a inovação nos métodos, toda ação é importante, desde a mais simples ação de propaganda como uma panfletagem ou colagens e pixações, até uma grande ação de mais impacto, que precisa ser melhor organizada e planejada. Como nos ensinou o herói do povo brasileiro e comandante da Ação Liberadora Nacional, Carlos Marighella: “Todos nós devemos nos preparar para combater. É o momento de trabalhar pela base, mais e mais pela base. Chamemos os nossos amigos mais dispostos, tenhamos decisão, mesmo que seja enfrentando a morte, porque para viver com dignidade, para conquistar o poder para o povo, para viver em liberdade, construir o socialismo, o progresso, vale mais a disposição.” (Manifesto ao Povo Brasileiro, ALN, 1969) Propomos desde já iniciar a campanha, que deve ser impulsionada desde as bases pelas organizações ou com a criação de comitês locais para a construção da Greve Geral e da Rebelião com um programa reivindicativo pelos direitos do povo e um horizonte revolucionário e socialista. Mas também que prepare a resistência contra repressão, o Estado policial e um possível fechamento do regime. Partimos da necessidade da unidade tática de setores combativos e apontando para uma coordenação revolucionária, socialista e anti-imperialista das lutas, sem sectarismos e com disposição para o diálogo que a conjuntura nos exige como lutadores e lutadoras do povo, filhas e filhos do povo pobre e trabalhador desse país, que não se renderam a conciliação e a covardia da esquerda domesticada e liberal. Sabemos há muito que estamos por nossa própria conta e que o poder fascista e

Responder à violência racial: por uma Rebelião Negra e Antirracista

CONVOCATÓRIA PARA AÇÃO DIRETA E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA RACISTA E O ASSASSINATO DE NEGO BETO POR SEGURANÇAS DO CARREFOUR Brasil, 20 de novembro de 2020. Na noite de quinta-feira, 19, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, dois seguranças de uma unidade da multinacional Carrefour na cidade de Porto Alegre (RS) espancaram covardemente até a morte João Alberto Silveira Freitas, o Nego Beto, homem negro de 40 anos. Assim como no caso de George Floyd, o brutal espancamento seguido de morte sofrido por João Alberto foi gravado por câmeras, ficando evidente a violência desproporcional e a nítida intenção de assassiná-lo. Assim como no caso norte-americano, Nego Beto clamou por socorro e pedia para respirar, pois estava com os joelhos do segurança em cima das suas costas pressionando seus pulmões, que resultou em uma parada respiratória e o levou à óbito ali mesmo na entrada do supermercado Carrefour. Hoje é Dia Nacional da Consciência Negra em nosso país, dia da imortalidade de Zumbi dos Palmares, um dia de luto, memória e luta. Por isso o sentido dessa carta é não é apenas declarar nosso luto por mais uma vítima fatal do genocídio racial que vivemos no país, mas também de convocar os lutadores e lutadoras do povo do Brasil e do mundo à repudiarem este assassinato racista e covarde, através da ação direta e da luta combativa e radical. Se eles matam nossos irmãos trabalhadores de forma covarde nas portas dos seus supermercados, é para lá que devemos ir. Enquanto revolucionários é nosso dever assumir a iniciativa através da ação direta, com o objetivo de incitar a maioria do nosso o povo e as organizações combativas à ocuparem em forma de protesto nos próximos dias cada unidade da multinacional Carrefour nos 33 países onde ele está presente e nos 26 estados brasileiros (mais Distrito Federal) onde existem lojas e supermercados do Grupo Carrefour como o Planaltão, Roncetti, Mineirão, Rainha, Dallas, Big, Eldorado, Continente e Atacadão. O Carrefour nos diversos países onde opera coleciona processos trabalhistas, além de lucros exorbitantes. No Brasil não é diferente, porém além de processos trabalhistas e recordes de faturamento o Grupo Carrefour coleciona também casos de racismo, violência e morte. Em 2009, em Osasco, seguranças do Carrefour agrediram o vigilante e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento do mercado, não por coincidência Januário era negro e foi acusado de roubar o próprio carro. Em outubro de 2018, em São Bernardo do Campo, Luís Carlos Gomes, um homem negro e deficiente físico, foi perseguido pelo gerente da unidade por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde foi desmaiado com um mata-leão por ter aberto uma lata de refrigerante. Em 2018, também em Osasco, o dono do mercado (filial do Carrefour) pediu para um segurança matar um cachorro que entrou no estabelecimento, devido a visita de supervisores da matriz. Em agosto de 2020, em Recife, um promotor de vendas do Carrefour morreu enquanto trabalhava e seu corpo foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja pudesse seguir em funcionamento, o corpo de Moisés Santos permaneceu no local entre às 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML). A maioria do povo brasileiro que sofre com as quase 170 mil mortes subnotificadas pela pandemia de Covid-19, com o aumento da miséria e a piora das condições de vida por todo país, com o avanço do desemprego, precarização, inflação, da repressão com quem luta no campo e na cidade e da violência estatal e da brutalidade policial contra a maioria negra e favelada, agora presencia este brutal assassinato patrocinado por uma multinacional francesa em plena véspera do 20 de Novembro, data que marca além da resistência do povo negro, a memória de todas as desgraças trazidas pela colonização europeia ao nosso território. Que esse 20 de Novembro seja de quilombagem e rebelião, dia em que celebramos a memória insurgente de Zumbi dos Palmares, que transformou dor e luto em resistência e luta organizada, exemplo que deve nos inspirar a enfrentar esse sistema capitalista e racista, desumano e assassino, para organizarmos nosso ódio e enfrentarmos o genocídio promovido pelos capitalistas e governantes. AÇÃO DIRETA CONTRA O CARREFOUR ASSASSINO!JUSTIÇA PARA NEGO BETO! MORTE AOS RACISTAS!ZUMBI VIVE E VENCERÁ! RETORMAR A QUILOMBAGEM!

Voto ou Rebelião: combater a farsa eleitoral do Estado Genocida e organizar o povo contra a Nova Escravidão

Comunicado Nacional da FOB sobre a farsa eleitoral e em memória de Zumbi dos Palmares, comandante insurgente e quilombola da luta de libertação negra e herói do povo brasileiro. Brasil, Novembro de 2020. São tempos difíceis para nós, trabalhadoras e trabalhadores, gente pobre e humilde que luta todos os dias para sobreviver, sustentar nossas famílias e ter uma vida digna. Aumento do custo de vida e inflação, miséria e exploração, desemprego e precarização avançam. Os governos e os patrões fazem da vida do nosso povo um inferno sobre a terra. A pandemia escancarou as políticas genocidas do projeto fascista e neoliberal de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes, representantes da burguesia entreguista, cujos interesses estão subordinados ao capital imperialista. O povo brasileiro está enfrentando uma ofensiva das classes dominantes, marcada pelo massacre dos pobres, dos negros e negras, da juventude das favelas e periferias, das mulheres do povo, dos camponeses pobres, das comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhas, e também, pela destruição do meio ambiente, pela retirada de todos os nossos direitos e pela opressão e repressão contra quem luta. São dezenas de milhares de mortes, com números muitos maiores que os apresentados pelos dados oficiais, milhões e milhões de contaminados e o avanço de uma segunda onda de Covid-19. Metade dos trabalhadores não tem emprego, 1/3 da população não tem condições nem mesmo de se alimentar dignamente e mais de 10 milhões passam fome. É nesse contexto que acontecem as eleições municipais de 2020, em meio a uma guerra biológica, social e racial contra o povo pobre e trabalhador, que nunca teve direito à quarentena e que agora é obrigado a conviver com uma doença mortal para trabalhar e sobreviver. Os grandes partidos da ordem, da direta, do centro e da esquerda institucional, encenam em suas campanhas eleitorais um grande teatro da morte patrocinado com dinheiro público. São todos oportunistas ou fantoches de uma burguesia doente e escravocrata, que utiliza o Estado como um organismo de violência e negação da vida e direitos dos mais pobres. Mas novembro também é um mês de resistência. É o mês em que celebramos a memória combatente de Zumbi dos Palmares, comandante militar da luta quilombola e insurgente do povo negro, sequestrado e escravizado, e que deve inspirar nossa resistência hoje para derrotar a nova escravidão e o genocídio promovido pelos capitalistas. É preciso enfrentar esse sistema desumano, é preciso organizar nosso ódio contra um inimigo brutal. Parar o massacre e construir um novo mundo de justiça e liberdade. É a luta organizada e radical do povo, e não a ilusão eleitoral, que pode e vai fazer recuar o poder dos capitalistas e seus governos. Precisamos tomar em nossas mãos nossos destinos e reverter nossa realidade de desgraças e sofrimentos. Nós, a classe trabalhadora brasileira, o povo pobre e afro-indígena, que estamos nas periferias das grandes cidades ou nas comunidades rurais do interior do país, nas pequenas ou médias cidades do Brasil profundo, merecemos e devemos conquistar uma vida digna, para nós, nossa juventude e nossos filhos, repartindo a riqueza e o poder. Como nos provou a pandemia, agora sabemos mais do que nunca que Só o Povo Salva o Povo. Sabemos que estamos por nossa própria conta e que é preciso fazer valer o nós por nós, organizando nossa gente nos bairros pobres, comunidades rurais, locais de estudo e de trabalho a partir da solidariedade popular, do apoio mútuo, da ação direta e da autogestão comunitária. Construindo a unidade nas lutas para enfrentar os ataques aos direitos e a carestia de vida, o desemprego e as demissões, os despejos e a repressão. Nos defender da brutalidade policial, do genocídio nas favelas, do feminicídio, da violência homofóbica e dos massacres no campo. Combater as privatizações, defender o meio ambiente, a educação pública, o direito à moradia e ao território. Somente nós podemos defender a saúde e a vida de nosso povo. As cidades são os territórios onde vivemos e sentimos primeiro os problemas cotidianos que avançam. Vemos nos supermercados e nos salários o resultado da crise capitalista e da ofensiva neoliberal sobre os pobres e a classe trabalhadora. Enquanto os mais diversos candidatos da farsa eleitoral apresentam falsas soluções, mentem descaradamente e lutam de forma intestinal pelo controle do poder nos municípios, sabemos que nenhum governo vai resolver os problemas reais que enfrentamos enquanto povo. Devemos conjugar nossas lutas mais imediatas e reivindicativas com um programa revolucionário, antifascista e anticolonial, baseado nos organismos de poder proletário, nas associações e cooperativas, nos sindicatos autônomos e comissões de trabalhadores, nas plenárias e ocupações, nos comitês e iniciativas comunitárias e nos movimentos e núcleos de base. Precisamos impulsionar estas experiências a partir de uma estratégia insurrecional, passando pela construção da Greve Geral, dos conselhos populares e assembleias de base, que se articulam a partir dos nossos territórios em através de um Congresso do Povo como organismo de decisão do poder proletário, federalista e socialista em oposição ao poder burguês e estatal. O poder do povo deve se impor como uma forma de contrapoder, baseado na mobilização permanente de massas e na organização popular de base e autônoma. Nós da FOB, que construímos na luta diária uma federação revolucionária de trabalhadores e do povo pobre a partir de núcleos de base, organizações populares e sindicatos autônomos combatemos a farsa eleitoral. Denunciamos as eleições burguesas como um teatro genocida que serve para legitimar a dominação e a exploração, e propomos, a partir da nossa realidade concreta e demandas reais, avançar na construção do sindicalismo revolucionário e do poder do povo, articulando nossas lutas por vida digna com um programa de libertação anticapitalista e socialista, profundamente antirracista e antipatriarcal. ELEIÇÃO É FARSA! NÃO VOTE, LUTE!GREVE GERAL E REBELIÃO! FORA BOLSONARO E MOURÃO!TODO PODER AO POVO! RECONSTRUIR PALMARES!ZUMBI VIVE E VENCERÁ!

HELENIRA PRETA, PRESENTE!

Hoje, 29 de setembro, fazemos memória da lutadora povo, guerrilheira do Araguaia e heroína da luta contra a ditadura empresarial-militar, Helenira Preta, assassinada brutalmente há 48 anos. Helenira Resende de Souza Nazareth, nascida em Cerqueira César, interior de São Paulo, em 19 de janeiro de 1944, filha do médico negro e comunista baiano Dr. Adalberto de Assis Nazareth, o “médico dos pobres”. Foi líder estudantil secundarista em Assis (SP), para onde sua família se mudou, e jogadora de basquete na cidade. Participou da JUC (Juventude Universitária Católica), depois da Ação Popular (AP) e posteriormente ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Preta, como era conhecida por seus amigos e familiares, foi uma destacada oradora e importante liderança do Movimento Estudantil no país, presidente do Centro Acadêmico de Letras da USP e vice-presidente da UNE. Helenira conheceu o gosto amargo da repressão a partir de 1967 sendo fichada como “ativa fanática em subversão e filha de um ativo comunista” pelo DOPS, foi novamente presa durante o 30º Congresso clandestino da UNE de 1968, em Ibiúna, e jurada de morte pelo sádico delegado Sérgio Fleury, figura máxima da repressão policial à resistência contra ditadura fascista. Entrou na clandestinidade, vivendo em várias partes do país até ir para o Araguaia. Usando o codinome Fátima, integrou do Destacamento A das Forças Guerrilheiras do Araguaia, as FOGUERA. Helenira fazia parte do grupo de guerrilheiros que foi emboscado pelas forças repressivas em 29 de setembro de 1972. Ferida no tiroteio e metralhada nas pernas, recusou-se a entregar a localização dos companheiros aos militares, foi torturada e morta a golpes de baioneta. Guerrilheira, alegre e destemida, até hoje não foram localizados seus restos mortais. 

Jornadas Só o Povo Salva o Povo: Contra o genocídio e o fascismo neoliberal! Fora Bolsonaro/Mourão!

Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade,Aos desempregados e desempregadas,Aos moradores das favelas, periferias e ocupações urbanasAos estudantes do povo,Aos camponeses e camponesas, famílias assentadas e sem-terras,Às comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas,Aos grupos radicais, antifas, comunistas e anarquistas,Aos lutadores e lutadoras que enfrentam todas as formas de opressão e exploração. No mês de junho de 2020, completam-se dez anos desde os primeiros esforços organizativos que dariam origem à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB). Neste mesmo mês, completam-se sete anos desde as batalhas conhecidas como Jornadas de Junho de 2013, a maior rebelião popular no Brasil nas últimas décadas. É também um mês em que lembramos quatro anos do massacre de Caarapó, que vitimou guerreiros da resistência Guarani e Kaiowá. No mesmo espírito da insurgência negra que tem tomado cidades de diversos países após o assassinato de George Floyd e que, no Brasil, reivindica também a memória de diversos homens e mulheres, adolescentes e crianças pobres e negras vitimados pela violência racista da polícia brasileira, nos levantamos em mais um junho de lutas. Estamos observando o crescimento da pandemia que, em meio a luta de classes, tem assumido características de guerra biológica, no sentido da pressão pela infecção em larga escala ser conscientemente promovida por setores da classe dominante para “salvar a economia”. A população mais pobre é e será a mais afetada. A situação piora com a precariedade da saúde pública, as demissões e falta de auxílio adequado dos governos. As condições dos trabalhadores brasileiros mais do que justificam, exigem, a rebelião. As decisões de governantes como Bolsonaro, Mourão, governadores e prefeitos sobre as restrições e permissões durante a pandemia de Covid-19 mostram claramente não passam de capachos dos empresários e proprietários. Já somam quase 40 mil mortos subnotificados no país, a maioria, trabalhadores pobres, negros e negras e moradores de periferias. Esse trágico número de mortes não é uma fatalidade. É uma escolha política e econômica. E aqueles que escolheram, devem pagar por isso. Nós não temos dúvidas: a única forma de fazer com que os ricos paguem pelo sofrimento que causam ao nosso povo é a rebelião. É incendiar os guetos e os centros urbanos, assim como, levantar as terras indígenas e quilombolas, contra a pobreza, o racismo, as demissões e cortes salariais, contra a negligência dos governantes com a saúde do povo e contra a ganância dos empresários parasitas. Só um movimento de resistência de massas pode deter os policiais que assassinam nosso povo e os ricos que mandam que eles nos matem. Por que até agora, governo nenhum, por mais democrático que se diga, impediu o genocídio. Não acreditamos nas eleições, não acreditamos no pacifismo. Acreditamos na força do povo em fúria, organizado e capaz de se autodefender e conquistar por si mesmo os seus direitos, sua liberdade e uma vida justa. Convidamos a todos os lutadores e organizações radicais que estão furiosos com o governo assassino de Bolsonaro e Mourão, com os governadores, prefeitos, patrões e fazendeiros e que sabem que é preciso reagir para se juntar a nós em uma Jornada de lutas nacional, entre os dias 13 e 23 de junho. Com essas atividades e protestos, denunciaremos as medidas dos poderes políticos e econômicos em relação a saúde pública, condições sanitárias, trabalho e renda e, com isso, esperamos oferecer ainda mais inspiração para a rebelião das grandes massas de nossa classe contra o racismo, o fascismo e toda a podridão capitalista. Porque só a luta muda a vida e só o povo salva o povo! Avante, camaradas! POR TRABALHO, RENDA E SAÚDE PARA O POVO!

Defenestrar Bolsonaro, criar uma alternativa revolucionária de poder do povo

Comunicado do Comitê de Solidariedade Popular – Covid 19 – Feira de Santana às organizações do povo e comitês de solidariedade e apoio mútuo “Não há uma humanidade. Há uma humanidade de classes. Escravos e Senhores.”Nestor Makhno Bolsonaro atestou em cadeia nacional a intenção genocida do seu governo, condenando nosso povo à morte, um crime de lesa-humanidade premeditado e declarado em um pronunciamento oficial. Bolsonaro não é um louco, é um assassino consciente de extrema-direita e expressão da barbárie capitalista e neoliberal que coloca o lucro acima da vida do povo. Bolsonaro não está sozinho, todo seu governo é igualmente criminoso, assim como empresários, banqueiros e a horda fascista que ainda mantém o apoio a esse governo genocida. As medidas sanitárias necessárias e urgentes, o lockdown, a quarentena para todos e a garantia de assistência social, salários e direitos ao conjunto da classe trabalhadora, especialmente aos setores mais vulneráveis e precarizados do povo, só podem avançar com Bolsonaro sendo defenestrado do poder, isso é evidente. Nesse sentido qualquer iniciativa para afastar Bolsonaro do cargo de presidente da República, derrotar esse governo genocida e evitar milhões de mortes precisam ser apoiadas ativamente, como as chamadas de barulhaço ou panelaço nas janelas, os atos simbólicos, a agitação e propaganda e a pressão popular por medidas para demover esse sociopata assassino do poder. Mas isso não é o bastante, é preciso pôr para fora todo o governo Bolsonaro/Mourão, e para além da institucionalidade burguesa desse Estado apodrecido, propor uma alternativa de poder do povo e um programa que conjugue a garantia de diretos fundamentais para a maioria com um horizonte de libertação e emancipação, um programa popular e revolucionário capaz de organizar coletivamente a indignação e o ódio para colocar fim a brutalidade capitalista e iniciar um processo de transformação social revolucionária, repartindo a riqueza, o trabalho e o poder. A auto-organização popular precisa ser impulsionada a partir de nossos territórios e organizações de base, a palavra de ordem Só o povo salva o povo! deve se traduzir na construção de comitês de solidariedade popular e apoio mútuo e em organismos e brigadas de autodefesa, como instrumentos de proteção popular, mas também de preparação da insurreição. Os dias sombrios e difíceis que se avizinham em uma velocidade alarmante não devem nos colocar em posição de medo ou resignação, ao contrário, a organização coletiva e a solidariedade que se afloram nesse momento de crise e devem se tornar permanentes, são os remédios para evitar as lutas fraticidas e o desespero de nossa gente. É preciso canalizar a fúria popular para os inimigos do povo, vingar as nossas mortes premeditadas e justiçar os seus responsáveis, nominalmente, os integrantes desse governo genocida, sua base de apoio empresarial e fascista. Essa crise faz também cair as máscaras que ainda restavam, ao menos, para quem ainda não conseguia enxergar de forma clara. Bolsonaro agora confirma a função da fraude que o elegeu e o alçou ao poder na farsa eleitoral exatamente com um discurso genocida e anti-povo, para cumprir a agenda capitalista e neoliberal de dilapidar os direitos sociais e aprofundar a guerra do Estado contra pobres, a maioria negra e os povos indígenas. Seu pronunciamento genocida, e que deve se confirmar como prenúncio de milhões de mortes, amplia também uma indignação tardia, visto que a pandemia de Covid-19 é uma ameaça real principalmente à vida das massas empobrecidas e da classe trabalhadora precarizada, mas extrapola os limites de classe e ameaça também setores aburguesados e grande parte da classe média brasileira. Bolsonaro, criminoso ligado às milícias do Rio de Janeiro, político profissional parasita e reacionário, foi eleito em uma fraude legitimada e orquestrada com o poder judiciário porque conseguiu canalizar parte das frustações com o sistema político decadente, mas principalmente, pela conjugação de dois fatores, a campanha de uma elite lúmpen e escravocrata que não aceita nem mesmo as políticas compensatórias e de inclusão de viés liberal promovidas pelos governos petistas, impulsionada pela falácia anticomunista e o antipetismo das empresas de mídia burguesa, que agora tentam se eximir de culpa, e pela soberba da ex-esquerda traidora, que se lambuzou na corrupção e preferiu as oligarquias, bancos, latifundiários e o grande capital ao povo, e mesmo após o desastre econômico do governo Dilma e sua deposição ilegal segue em sua lógica de autoafirmação e bravatas, provando agora diante dessa crise, ainda mais, sua covardia e omissão e que não possui nada para oferecer ao povo além de oportunismo eleitoral e cretinismo parlamentar. A social-democracia, encarnada nas direções de partidos como PT, PSOL e PCdoB, que domesticam grande parte dos movimentos sociais, incluindo as centrais sindicais e o MST, provam sua função histórica, primeiro como antessala do fascismo, pois foi a traição de classe de seus governos, como em outras partes do mundo, que arrumou a cama para a extrema-direita se deitar, e agora, vergonhosamente se negando a tomar qualquer iniciativa para afastar Bolsonaro do poder, utilizando uma argumentação fantasiosa e exercendo na prática o papel de linha auxiliar do fascismo. Nós estamos por nossa própria conta. A crise de dominação burguesa vai tomando contornos no mundo com a pandemia antecipando o colapso da economia capitalista, responsável pela destruição socioambiental e pela degradação que produz doenças, miséria e desgraças. Jair Bolsonaro em uma tentativa desesperada e patética de coesionar a base fascista que ainda lhe resta e defender os interesses capitalistas contra as medidas sanitárias, o que pode causar centenas de milhares ou até milhões de mortes, centralizar seus ministros e tentar usar politicamente a crise a seu favor, dá indícios que pode tentar um autogolpe para se manter no cargo, após começar a ser isolado por grande parte dos governadores e abandonado até mesmo por parte da sua base de apoio de direita. A Alta Cúpula das Forças Armadas (ACFA) e seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão, desautorizam publicamente o discurso genocida de Bolsonaro que contrariou até mesmo seu Ministério da Saúde até aquele momento e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e preparam o

Bolsonaro e Rui Costa: duas faces do fascismo neoliberal

A condução fascista do governador da Bahia, Rui Costa, figura proeminente da burocracia petista e que disputa inclusive a indicação de Lula como pré-candidato à presidente, não é novidade alguma para setores combativos que não foram cooptados por cargos e benefícios pessoais desse governo, como grande parte das lideranças corruptas da “esquerda” institucional, do “movimento negro”, de segmentos culturais, dos sindicatos ou a própria direção do MST na Bahia e outros movimentos. Rui Costa comemorou a matança de 12 jovens homens negros na Chacina do Cabula em 2015 e manobrou com uma juíza corrupta para a absolvição dos policiais, a quem chamou de “artilheiros em frente ao gol”, mantém uma política de segurança pública racista e genocida e uma agenda neoliberal de ataques aos direitos dos trabalhadores e privatizações, dando seguimento ao governo também reacionário que o sucedeu, do sionista Jaques Wagner. A gestão de Maurício Teles Barbosa em ambos os governos petistas na Bahia é responsável pela maior letalidade policial da história de uma Secretaria de Segurança Pública no Brasil. Rui Costa governa com a direita mais facínora que domina as médias e pequenas cidades no interior da Bahia, corta salários de servidos públicos em greve, ataca as Universidades Estaduais, faz campanha contra o direito das audiências de custódias, favorece empresas que destroem o meio ambiente, militariza escolas e reprime movimentos sociais com a Polícia Militar. Nesse seu segundo mandato escancarou sua sanha fascista, com a tropa de choque dentro da AL-BA para aprovar a reforma da previdência estadual, com o fechamento de escolas e a venda escandalosa do Odorico Tavares em sua lógica de gentrificação, com a privatização da gestão das escolas públicas da educação básica (Portaria 770/2019) e a reforma do ensino médio, além de colocar a Bahia na situação de estado com mais escolas militarizadas do país, com 83 escolas geridas pela PM-BA. Rui Costa não é um bolsonarista do PT, apesar de governar com a mesmíssima agenda da extrema-direita, é a face fascista da ex-esquerda corrupta e comprometida com a agenda neoliberal e anti-povo que ataca a classe trabalhadora e a maioria negra. Foi a política petista em aliança com o PMDB que inflou o Estado policial, inaugurou a ocupação militar de territórios sociorracialmente apartados com as UPPs, invadiu o Haiti massacrando seu povo (com os mesmos generais que tutelam o governo Bolsonaro hoje) e fez dobrar a população carcerária no país, produzindo também uma falsa política social-liberal de combate a desigualdade a partir de uma lógica de consumo, endividamento e despolitização enquanto o governo pode surfar no boom das commodities e na cooptação para seu projeto de colaboração de classes, favorecendo os bancos e o agronegócio. O petismo, somado ao discurso protofascista da mídia burguesa e da predisposição colonial da burguesia brasileira produziu o bolsonarismo, servindo de antessala para o tipo fascismo servil que vivemos agora. Por isso o combate ao bolsonarismo é uma tarefa dupla, que exige também o combate ao petismo, a ex-esquerda traidora, corrupta e hipócrita que continua vendendo ilusões institucionais mesmo diante da besta que ajudou a criar. A fraude eleitoral que conduziu o miliciano neofascista Bolsonaro ao poder institucionalizou o Estado policial, em um governo tutelado por generais entreguistas, sendo ao mesmo tempo um golpe reacionário preventivo e que agora se traduz em um governo de lunáticos, nazistas e ultraliberais que conduzem em uma espécie de “equilíbrio catastrófico” a destruição completa dos serviços públicos e dos direitos do povo brasileiro. A burguesia brasileira resolveu improvisar a gestão dos seus negócios com um governo de extrema-direita e obscurantista, comprometido com a agenda ultraconservadora de neofascistas e charlatães evangélicos de igrejas reacionárias que exploram a fé e o desespero do povo. Enquanto Bolsonaro, Moro, Paulo Guedes e o núcleo militar do governo destroem as mínimas garantias sociais da Constituição de 1988, ampliam e institucionalizam o genocídio negro e indígena, atacam a Amazônia, a educação, a saúde e dilapidam o patrimônio público, o desemprego e a informalidade atingem recordes históricos, falam até em privatizar cidades inteiras, fazendo o país regredir à uma condição colonial, a oposição de “centro-esquerda” que governa não só a Bahia, mas boa parte dos estados do Nordeste, segue por um lado sustentando esse governo e cumprindo sua agenda neoliberal e por outro domesticando movimentos sociais e sabotando lutas, com o bloco social-democrata/reformista servindo na prática como de linha auxiliar e braço esquerdo do fascismo. A crença nas ilusões do populismo lulopetista, oxigenada após sua prisão no lawfare imperialista, continua sendo uma amarra para as lutas sociais e para enfrentamento do neofascismo, e em grande parte, é responsável pela estabilidade no apoio ou apatia de setores da população frente governo miliciano de Bolsonaro e dos generais. É preciso construir uma alternativa popular e revolucionária capaz de esmagar a cultura política do petismo e seus satélites nos movimentos sociais, para poder enfrentar tanto o governo federal neofascista como os governos estaduais da ex-esquerda serviçais do capital, levantando um programa que impulsione a construção de organismos vivos de poder do povo, unidade nas lutas populares e autodefesa contra a violência reacionária. A Greve Geral e a rebelião são os únicos caminhos para sair da beira do abismo em que o povo brasileiro se encontra, derrotar Bolsonaro, o Congresso corrupto, as Forças Armadas reacionárias e o judiciário fascista.

Defender a Greve dos Petroleiros contra as demissões e a privatização, unificar as lutas e construir a Greve Geral

A Greve Nacional dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás chega a sua terceira semana, resistindo mesmo sendo atacada pela justiça burguesa. O TST, através do juiz fascista Ives Gandra, autorizou a demissão dos grevistas e multas milionárias contra os sindicatos. Essa é a maior greve dos petroleiros desde 1995, mobilizando mais de 20 mil trabalhadores e paralisando mais de 120 unidades, entre plataformas, campos terrestres, refinarias e outras. A greve que teve como estopim as demissões em massa na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) no Paraná, tendo como pauta também o descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é uma luta decisiva contra o desmonte e a privatização da Petrobrás, aprofundada pelo governo neofascista Bolsonaro/Mourão. Os petroleiros que resistem heroicamente em uma greve com adesão histórica, protagonizaram diversas ações solidárias com venda de gás de cozinha a preços justos, contra a atual política do governo Bolsonaro e os valores absurdos do gás e combustíveis definidos de acordo com a variação do mercado internacional e que beneficia apenas os grandes acionistas da empresa, enquanto diminui a capacidade de produção nacional da Petrobrás e tenta fechar e vender diversas unidades, incluindo 8 refinarias e importantes ativos da empresa. A paralisação do porto de Santos em unidade com caminhoneiros, a campanha solidária que vai conseguindo furar o bloqueio da mídia burguesa que tenta esconder a greve, a demonstração da importância da luta em defesa da Petrobrás como patrimônio do povo brasileiro e que afeta a vida cotidiana de toda a classe trabalhadora, assim como, a vitória parcial com a reversão das demissões na Fafen-PR, a grande manifestação no Rio e Janeiro e a força para manter a greve mesmo após o ataque fascista vindo do TST, são apontamentos de como a unidade proletária, a solidariedade e a ação direta são as chaves para derrotar o governo miliciano de Bolsonaro e os ataques neoliberais de Paulo Guedes. Por isso é fundamental unificar as lutas das diversas categorias contra os governos e patrões, parar o país e demonstrar o poder da classe trabalhadora, construindo uma Greve Geral insurrecional para defender os direitos do povo e vencer nas ruas com greves, piquetes, barricadas e ocupações esse governo reacionário e anti-povo. SOLIDARIEDADE À GREVE DOS PETROLEIROS!A PETROBRÁS É PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO!POR UMA GREVE GERAL INSURRECIONAL PARA DEFENDER OS DIREITOS DO POVO E DERROTAR NAS RUAS O GOVERNO BOLSONARO!