Fora Bolsonaro! Poder para o Povo! Um chamado à ação direta e à unidade dos setores revolucionários

Aos grupos e organizações populares autônomas, agrupações e frentes antifascistas, organizações de base de trabalhadores/as e estudantes, grupos de mulheres do povo, organizações negras combativas, grupos antirracistas, defensores dos direitos humanos, coletivos LGBT+, organizações dos povos indígenas, movimentos de luta por moradia e por terra, associações comunitárias do campo e da cidade, coletivos de periferia, grupos culturais combativos, organizações revolucionárias anarquistas, marxistas, panafricanistas/quilombistas e anticolonialistas. A luta intestinal que se desenrola entre as diversas frações da burguesia, as cenas que variam entre o grotesco e o ridículo e se repetem quase que diariamente no governo miliciano de extrema-direita, os ataques brutais contra os direitos do povo e a carnificina promovida pelo Estado policial nas periferias e no campo, se somam as insurreições e os levantes anticoloniais e anticapitalistas dos povos na América Latina e no mundo, como demonstrações do aprofundamento da crise capitalista e da crise de dominação burguesa no Brasil e em todo o mundo. Os povos heroicamente se levantam no Haiti, Honduras, Equador e Chile, assim como, na Argélia, Sudão, Catalunha, Iraque e diversos outros países, ou protagonizam guerras anticoloniais como no Iêmen e na revolução social do povo curdo em Rojava, atacado pelo fascismo turco com o aval dos Estados vizinhos e dos blocos imperialistas. No Brasil, a crise de dominação burguesa aberta a partir de 2008 e que tomou contornos no Levante Popular de 2013, vem se aprofundando desde o acordo entre as frações de poder que derrubou o governo Dilma, ampliou os ataques da agenda neoliberal com o governo Temer e colocou através da farsa eleitoral uma escória de milicianos e neofascistas no poder, em um governo tutelado por generais saudosistas da ditadura empresarial-militar. O governo Bolsonaro/Mourão é um governo de improviso da burguesia, interessada em acabar com os serviços públicos, os diretos da classe trabalhadora e ampliar os níveis de exploração e opressão do povo brasileiro. O Estado policial e racista inflado pelos governos petistas foi elevado ao status de poder constituído a partir da farsa que conduziu o miliciano Bolsonaro, com ligações com a organização Escritório do Crime que assassinou Marielle Franco, o juiz fascista Sergio Moro, o sociopata neoliberal Paulo Guedes e uma corja de lunáticos olavistas ao governo federal, ampliando as políticas anti-povo como a destruição da previdência, as privatizações, o desemprego e a precarização, os ataques ao meio ambiente, os cortes na saúde e educação, o obscurantismo e a militarização de escolas, assim como, os massacres e assassinatos contra a maioria negra nas favelas, contra os povos indígenas e camponeses pobres, em uma escalada de horror contra o povo pobre que tem uma relação direta com o aumento nos níveis de exploração da classe trabalhadora. Distante das narrativas derrotistas ou da lógica domesticada da esquerda institucional, o Brasil como um grande vulcão que acumula energia antes da explosão dos oprimidos contra o poder deve responder à brutalidade neoliberal com uma grandiosa insurreição. A rebelião, o ódio organizado do povo deve ser a resposta contra um Estado apodrecido, a barbárie capitalista e o terror promovido contra os pobres. Acreditamos que a única saída possível para a crise de dominação é a saída revolucionária, por fora e contra o Estado, superando as ilusões em supostos salvadores e em uma esquerda da ordem tão suja e oportunista quanto a própria direita. A Greve Geral insurgente e a ação direta do povo nas ruas são os caminhos para derrotar o governo Bolsonaro/Mourão, ao mesmo tempo, devem ser conjugadas com a construção dos instrumentos de autodefesa e auto-organização popular como embriões de contrapoder e autogoverno. É preciso levantar uma agenda popular e revolucionária, construída a partir da solidariedade entre as lutas, da ação direta popular, da unidade entre os setores revolucionários e as organizações de base, como uma alternativa popular aos interesses das frações de poder que disputam o controle do Estado, do oportunismo das burocracias sindicais e estudantis (CUT, UNE, CTB, etc.) e da esquerda eleitoral. Desde o campo do sindicalismo revolucionário, das organizações de base de trabalhadores/as e estudantes e da luta popular revolucionária, a FOB propõem: – Construção de brigadas e comitês de agitação e propaganda pelo FORA BOLSONARO nas cidades e no campo, com panfletagens, pichações, colagens, intervenções e atividades de base que coloquem na ordem do dia das maiorias exploradas e oprimidas a necessidade de derrotar nas ruas esse governo neofascista; – Intervenção nas manifestações contra o governo Bolsonaro como Blocos Autônomos e Combativos, para se diferenciar da esquerda institucional, do bloco socialdemocrata/reformista e do oportunismo eleitoral, além de construir a partir da unidade dos setores revolucionários um calendário de lutas independente das burocracias traidoras e corruptas, rompendo com a lógica de domesticação das direções sindicais e estudantis das entidades oficiais; – Ampliar os organismos de base do povo pobre e da classe trabalhadora baseados em um programa mínimo reivindicativo (em defesa do trabalho, moradia, terra, educação, meio ambiente, saneamento, transporte e contra a brutalidade policial, o terrorismo de Estado, a carestia da vida, etc.), radicalizando e relacionando as lutas, apontando uma saída revolucionária para a crise, como parte de um projeto popular e revolucionário capaz de construir uma alternativa de poder, para repartir a riqueza e por fim a esse regime de exploração e opressão; – Organizar brigadas de autodefesa popular e militante, convocando todos e todas lutadores e lutadoras do povo dispostos/as; Essas brigadas deverão tratar da preparação dos militantes prevendo possíveis conflitos, se preocupar com a segurança dos envolvidos e garantir atividades de preparação física e defesa pessoal; – Convocar uma Greve Geral construída pela base, por fora e contra as burocracias sindicais e estudantis, adotando táticas insurrecionais, a ação direta, a sabotagem, a paralisação da produção, dos serviços e da circulação de mercadorias contra os ataques neoliberais aos diretos do povo, o genocídio do povo negro nas favelas e periferias, os ataques contra os povos indígenas, camponeses pobres e em defesa do meio ambiente; – Construir o Congresso do Povo, baseado em assembleias populares e delegados eleitos pelos organismos de base do povo (grupos de

Você não está sozinho! Justiça para Pedro Henrique!

Militante que denunciava a violência policial, Pedro Henrique foi brutalmente assassinado após sofrer uma série de ameaças e agressões de policiais militares, na cidade de Tucano (Bahia). Denunciamos a Polícia Militar da Bahia como uma instituição racista, criminosa e assassina, e o terrorismo de Estado do governo genocida de Rui Costa e seu secretário de segurança pública Maurício Teles Barbosa. Na madrugada do dia 27 de dezembro de 2018, três homens encapuzados invadiram a casa de Pedro Henrique Santos Cruz Souza, de 31 anos, enquanto ele dormia no bairro Nova Esperança (conhecido como Matadouro), em Tucano (sertão da Bahia), se identificaram como policiais, o deram voz de prisão, o obrigaram a deitar em um colchão e o executaram sumariamente pelas costas com oito tiros de pistola na cabeça, roubaram seu celular e em seguida fugiram em um veículo prata. Familiares ouvidos pela investigação aberta pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), apontam que antes de chegarem na casa de Pedro, os assassinos invadiram a casa do seu pai, de 68 anos, e o obrigaram a dizer onde o filho estava, a testemunha do assassinato brutal em depoimento à Corregedoria Geral da SSP-BA, identificou pelas características físicas e tom voz dois policiais militares, citando seu nomes, envolvidos também em outras abordagens violentas contra Pedro Henrique e que teriam o ameaçado dois dias antes em um mercado local, além de um terceiro policial que sempre estaria em companhia desses dois. [ver glo.bo/2Sq2TNG e glo.bo/2WEEHXw] Pedro Henrique era organizador da Caminhada da Paz contra a violência policial na cidade de Tucano, identificado com a cultura rastafari, trabalhava como artesão e tatuador, e militava pelos direitos humanos. Desde o final do ano de 2012, Pedro vinha sofrendo uma série de abordagens truculentas, ameaças e agressões por agentes da repressão de Tucano, denunciando ao Ministério Público diversas essas ações. Em 2013 iniciou a organização da Caminhada da Paz, com o objetivo de denunciar as ações violentas e criminosas da Polícia Militar, incluindo a “Chacina de Tucano” quando cinco jovens da periferia da cidade foram arrancados de suas casas, torturados e assassinados em junho de 2015. Após VI Caminhada da Paz, última organizada por Pedro, em maio de 2018 onde policias militares tentaram aterrorizar e amedrontar manifestantes pacíficos, as abordagens violentas aumentaram e após uma invasão ilegal de sua casa em outubro de 2018, por polícias e guardas municipais, Pedro foi conduzido e preso por cultivar alguns pés de maconha no seu quintal para consumo próprio, sendo liberado da falsa acusação de tráfico de drogas em menos de 24h, após esse episódio as ameaças vindas de policiais aumentaram, e cumprindo essas ameaças Pedro Henrique foi brutalmente assassinado em 27 de dezembro de 2018. Pedro Henrique foi vítima do terrorismo de Estado, executado sumariamente, segundo testemunha, por agentes da Polícia Militar da Bahia, uma tropa neocolonial e neonazista que assassina todos os dias pretos e pobres como baratas, destrói vidas e famílias aos milhares todos os anos, tudo com o aval do governador genocida Rui Costa (PT) e as ordens do carniceiro e secretário de segurança Maurício Teles Barbosa. Não devemos ter nenhuma confiança na justiça burguesa e na investigação do Estado sobre seus próprios crimes, como prova o caso de Marielle Franco e tantos outros. Devemos exigir o fim da Polícia Militar, essa instituição criminosa, e construir nossos próprios organismos de segurança e autodefesa. É necessário e urgente ampliar e construir as organizações de base do povo e uma cultura de segurança militante, que projeta nosso povo e seus lutadores e lutadoras. A luta por justiça e paz de Pedro Henrique deve seguir, sua voz deve ser ampliada. A justiça popular deve cobrar a todos os carrascos do povo e os robôs do Estado, da supremacia branca e do capital. Não temos tempo para ter medo. Convocamos todas as organizações populares, grupos, coletivos e movimentos para ampliar essa denúncia e para garantir o suporte aos familiares e amigos/as de Pedro Henrique, assim como, apoiar a realização da VII Caminhada da Paz, em 2019, com a palavra de ordem sugerida por ele: VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! PEDRO HENRIQUE VIVE E VENCERÁ!CONTRA O TERRORISMO DE ESTADO E O FASCISMO INSTITUCIONAL!CONSTRUIR O PODER DO POVO E A AUTODEFESA POPULAR! 2 de fevereiro de 2019, Bahia, Brasil.