GREVE GERAL PELA VIDA, BOLSONARO GENOCIDA

DERROTAR COM AÇÃO DIRETA E REBELIÃO O GOVERNO BOLSONARO/MOURÃO E A AGENDA NEOLIBERAL E GENOCIDA Comunicado Nacional da FOB – Janeiro/Fevereiro de 2021 A tragédia de Manaus, que assistimos com muita dor e indignação, confirma o caráter abertamente genocida e anti-povo desse governo. Transformar essa indignação em luta e organizar nosso ódio contra os inimigos do povo é a tarefa histórica que esse momento catastrófico nos impõem. O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes, dos militares e demais facínoras, a serviço dessa burguesia doente e da agenda neoliberal, é um governo assassino. Não nos resta qualquer dúvida, a sucessão de desgraças contra o nosso povo pode ser revertida apenas com a luta coletiva e radical dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude combativa e das comunidades pobres da cidade e do campo, com a ação direta popular, a Greve Geral e a rebelião. É preciso romper com o imobilismo e a conciliação covarde da esquerda institucional, das centrais sindicais e das direções pelegas. É preciso tomar as ruas, organizar a revolta, erguer barricadas, enfrentar a repressão e paralisar o país com greves e ocupações. É preciso resistir e atacar quem nos mata para defender a vida de nosso povo. Qualquer caminho que não seja da luta radical contra esse governo fascista e genocida precisa ser rejeitado. As centenas de milhares de mortes por culpa da irresponsabilidade e da ingerência do governo federal e dos governos locais da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, as demissões em massa, a explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, as privatizações entreguistas, os ataques aos serviços públicos e aos servidores, a retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, as tragédias e destruição ambiental, os despejos, os assassinatos e prisões racistas, os feminicídios, a violência contra o povo negro e pobre, os camponeses e os povos indígenas precisam ser respondidas com a nossa luta popular e revolucionária, radical e combativa, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e essa oposição covarde e conciliatória. O governo assassino Bolsonaro/Mourão só será derrubado com a luta radicalizada do povo organizado. É através da mobilização de base e da agitação de massas que devemos avançar para uma rebelião popular nas ruas, com paralisações das categorias, ocupações de terras, fábricas, empresas e instituições, sabotagens, barricadas, trancamento de vias e a Greve Geral insurrecional. Por isso, nossas organizações de base territoriais, de estudantes do povo e de trabalhadores e trabalhadoras, que constroem a FOB em diversos estados do país, estamos convocando os lutadores e lutadoras do povo para iniciar a construção da Greve Geral. Não devemos esperar que a Greve Geral caia dos céus ou da boa vontade das centrais sindicais oficiais. Ela não virá de cima para baixo. A Greve Geral precisa ser construída de baixo para cima. Da agitação e propaganda para conscientizar e da organização para criar as condições de sua realização que precisam ser construídas por todas as partes do país, nas cidades ou no campo, por iniciativa de coletivos autônomos, grupos de base, movimentos e organizações populares ou mesmo de militantes independentes ou não-organizados, mas dispostos a lutar com métodos combativos. Mais de dois companheiros ou companheiras já podem começar um comitê ou núcleo de base, em um bairro, no trabalho, no transporte público, uma comunidade da zona rural ou da periferia, chamando colegas da escola ou da universidade, ou mesmo convocado mais companheiros/as com afinidade e dispostos/as a organizar as lutas. A Greve Geral é unidade de ação do povo pobre e trabalhador. Uma arma de resistência generalizada que rompe o atual cenário que estamos divididos e isolados e assim somos facilmente conquistados e dominados. A Greve Geral precisa de independência de classe, autonomia frente aos partidos e aos governos e métodos combativos. A Greve Geral deve ser o resultado do crescimento da luta. As pequenas e médias mobilizações devem estimular o ânimo, a moral e as condições para a Greve Geral. Organizar a agitação e a propaganda de massas, realizar intervenções de rua diversas, ações e atos locais de luta direta, mobilização de base e sabotagens, e também preparar a autodefesa popular e participar das iniciativas contra os governos e capitalistas em um calendário nacional de lutas. A tônica da Campanha pela Greve Geral pela Vida deve ser a ação, a iniciativa, a ousadia e a inovação nos métodos, toda ação é importante, desde a mais simples ação de propaganda como uma panfletagem ou colagens e pixações, até uma grande ação de mais impacto, que precisa ser melhor organizada e planejada. Como nos ensinou o herói do povo brasileiro e comandante da Ação Liberadora Nacional, Carlos Marighella: “Todos nós devemos nos preparar para combater. É o momento de trabalhar pela base, mais e mais pela base. Chamemos os nossos amigos mais dispostos, tenhamos decisão, mesmo que seja enfrentando a morte, porque para viver com dignidade, para conquistar o poder para o povo, para viver em liberdade, construir o socialismo, o progresso, vale mais a disposição.” (Manifesto ao Povo Brasileiro, ALN, 1969) Propomos desde já iniciar a campanha, que deve ser impulsionada desde as bases pelas organizações ou com a criação de comitês locais para a construção da Greve Geral e da Rebelião com um programa reivindicativo pelos direitos do povo e um horizonte revolucionário e socialista. Mas também que prepare a resistência contra repressão, o Estado policial e um possível fechamento do regime. Partimos da necessidade da unidade tática de setores combativos e apontando para uma coordenação revolucionária, socialista e anti-imperialista das lutas, sem sectarismos e com disposição para o diálogo que a conjuntura nos exige como lutadores e lutadoras do povo, filhas e filhos do povo pobre e trabalhador desse país, que não se renderam a conciliação e a covardia da esquerda domesticada e liberal. Sabemos há muito que estamos por nossa própria conta e que o poder fascista e

Responder à violência racial: por uma Rebelião Negra e Antirracista

CONVOCATÓRIA PARA AÇÃO DIRETA E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA RACISTA E O ASSASSINATO DE NEGO BETO POR SEGURANÇAS DO CARREFOUR Brasil, 20 de novembro de 2020. Na noite de quinta-feira, 19, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, dois seguranças de uma unidade da multinacional Carrefour na cidade de Porto Alegre (RS) espancaram covardemente até a morte João Alberto Silveira Freitas, o Nego Beto, homem negro de 40 anos. Assim como no caso de George Floyd, o brutal espancamento seguido de morte sofrido por João Alberto foi gravado por câmeras, ficando evidente a violência desproporcional e a nítida intenção de assassiná-lo. Assim como no caso norte-americano, Nego Beto clamou por socorro e pedia para respirar, pois estava com os joelhos do segurança em cima das suas costas pressionando seus pulmões, que resultou em uma parada respiratória e o levou à óbito ali mesmo na entrada do supermercado Carrefour. Hoje é Dia Nacional da Consciência Negra em nosso país, dia da imortalidade de Zumbi dos Palmares, um dia de luto, memória e luta. Por isso o sentido dessa carta é não é apenas declarar nosso luto por mais uma vítima fatal do genocídio racial que vivemos no país, mas também de convocar os lutadores e lutadoras do povo do Brasil e do mundo à repudiarem este assassinato racista e covarde, através da ação direta e da luta combativa e radical. Se eles matam nossos irmãos trabalhadores de forma covarde nas portas dos seus supermercados, é para lá que devemos ir. Enquanto revolucionários é nosso dever assumir a iniciativa através da ação direta, com o objetivo de incitar a maioria do nosso o povo e as organizações combativas à ocuparem em forma de protesto nos próximos dias cada unidade da multinacional Carrefour nos 33 países onde ele está presente e nos 26 estados brasileiros (mais Distrito Federal) onde existem lojas e supermercados do Grupo Carrefour como o Planaltão, Roncetti, Mineirão, Rainha, Dallas, Big, Eldorado, Continente e Atacadão. O Carrefour nos diversos países onde opera coleciona processos trabalhistas, além de lucros exorbitantes. No Brasil não é diferente, porém além de processos trabalhistas e recordes de faturamento o Grupo Carrefour coleciona também casos de racismo, violência e morte. Em 2009, em Osasco, seguranças do Carrefour agrediram o vigilante e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento do mercado, não por coincidência Januário era negro e foi acusado de roubar o próprio carro. Em outubro de 2018, em São Bernardo do Campo, Luís Carlos Gomes, um homem negro e deficiente físico, foi perseguido pelo gerente da unidade por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde foi desmaiado com um mata-leão por ter aberto uma lata de refrigerante. Em 2018, também em Osasco, o dono do mercado (filial do Carrefour) pediu para um segurança matar um cachorro que entrou no estabelecimento, devido a visita de supervisores da matriz. Em agosto de 2020, em Recife, um promotor de vendas do Carrefour morreu enquanto trabalhava e seu corpo foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja pudesse seguir em funcionamento, o corpo de Moisés Santos permaneceu no local entre às 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML). A maioria do povo brasileiro que sofre com as quase 170 mil mortes subnotificadas pela pandemia de Covid-19, com o aumento da miséria e a piora das condições de vida por todo país, com o avanço do desemprego, precarização, inflação, da repressão com quem luta no campo e na cidade e da violência estatal e da brutalidade policial contra a maioria negra e favelada, agora presencia este brutal assassinato patrocinado por uma multinacional francesa em plena véspera do 20 de Novembro, data que marca além da resistência do povo negro, a memória de todas as desgraças trazidas pela colonização europeia ao nosso território. Que esse 20 de Novembro seja de quilombagem e rebelião, dia em que celebramos a memória insurgente de Zumbi dos Palmares, que transformou dor e luto em resistência e luta organizada, exemplo que deve nos inspirar a enfrentar esse sistema capitalista e racista, desumano e assassino, para organizarmos nosso ódio e enfrentarmos o genocídio promovido pelos capitalistas e governantes. AÇÃO DIRETA CONTRA O CARREFOUR ASSASSINO!JUSTIÇA PARA NEGO BETO! MORTE AOS RACISTAS!ZUMBI VIVE E VENCERÁ! RETORMAR A QUILOMBAGEM!

Voto ou Rebelião: combater a farsa eleitoral do Estado Genocida e organizar o povo contra a Nova Escravidão

Comunicado Nacional da FOB sobre a farsa eleitoral e em memória de Zumbi dos Palmares, comandante insurgente e quilombola da luta de libertação negra e herói do povo brasileiro. Brasil, Novembro de 2020. São tempos difíceis para nós, trabalhadoras e trabalhadores, gente pobre e humilde que luta todos os dias para sobreviver, sustentar nossas famílias e ter uma vida digna. Aumento do custo de vida e inflação, miséria e exploração, desemprego e precarização avançam. Os governos e os patrões fazem da vida do nosso povo um inferno sobre a terra. A pandemia escancarou as políticas genocidas do projeto fascista e neoliberal de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes, representantes da burguesia entreguista, cujos interesses estão subordinados ao capital imperialista. O povo brasileiro está enfrentando uma ofensiva das classes dominantes, marcada pelo massacre dos pobres, dos negros e negras, da juventude das favelas e periferias, das mulheres do povo, dos camponeses pobres, das comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhas, e também, pela destruição do meio ambiente, pela retirada de todos os nossos direitos e pela opressão e repressão contra quem luta. São dezenas de milhares de mortes, com números muitos maiores que os apresentados pelos dados oficiais, milhões e milhões de contaminados e o avanço de uma segunda onda de Covid-19. Metade dos trabalhadores não tem emprego, 1/3 da população não tem condições nem mesmo de se alimentar dignamente e mais de 10 milhões passam fome. É nesse contexto que acontecem as eleições municipais de 2020, em meio a uma guerra biológica, social e racial contra o povo pobre e trabalhador, que nunca teve direito à quarentena e que agora é obrigado a conviver com uma doença mortal para trabalhar e sobreviver. Os grandes partidos da ordem, da direta, do centro e da esquerda institucional, encenam em suas campanhas eleitorais um grande teatro da morte patrocinado com dinheiro público. São todos oportunistas ou fantoches de uma burguesia doente e escravocrata, que utiliza o Estado como um organismo de violência e negação da vida e direitos dos mais pobres. Mas novembro também é um mês de resistência. É o mês em que celebramos a memória combatente de Zumbi dos Palmares, comandante militar da luta quilombola e insurgente do povo negro, sequestrado e escravizado, e que deve inspirar nossa resistência hoje para derrotar a nova escravidão e o genocídio promovido pelos capitalistas. É preciso enfrentar esse sistema desumano, é preciso organizar nosso ódio contra um inimigo brutal. Parar o massacre e construir um novo mundo de justiça e liberdade. É a luta organizada e radical do povo, e não a ilusão eleitoral, que pode e vai fazer recuar o poder dos capitalistas e seus governos. Precisamos tomar em nossas mãos nossos destinos e reverter nossa realidade de desgraças e sofrimentos. Nós, a classe trabalhadora brasileira, o povo pobre e afro-indígena, que estamos nas periferias das grandes cidades ou nas comunidades rurais do interior do país, nas pequenas ou médias cidades do Brasil profundo, merecemos e devemos conquistar uma vida digna, para nós, nossa juventude e nossos filhos, repartindo a riqueza e o poder. Como nos provou a pandemia, agora sabemos mais do que nunca que Só o Povo Salva o Povo. Sabemos que estamos por nossa própria conta e que é preciso fazer valer o nós por nós, organizando nossa gente nos bairros pobres, comunidades rurais, locais de estudo e de trabalho a partir da solidariedade popular, do apoio mútuo, da ação direta e da autogestão comunitária. Construindo a unidade nas lutas para enfrentar os ataques aos direitos e a carestia de vida, o desemprego e as demissões, os despejos e a repressão. Nos defender da brutalidade policial, do genocídio nas favelas, do feminicídio, da violência homofóbica e dos massacres no campo. Combater as privatizações, defender o meio ambiente, a educação pública, o direito à moradia e ao território. Somente nós podemos defender a saúde e a vida de nosso povo. As cidades são os territórios onde vivemos e sentimos primeiro os problemas cotidianos que avançam. Vemos nos supermercados e nos salários o resultado da crise capitalista e da ofensiva neoliberal sobre os pobres e a classe trabalhadora. Enquanto os mais diversos candidatos da farsa eleitoral apresentam falsas soluções, mentem descaradamente e lutam de forma intestinal pelo controle do poder nos municípios, sabemos que nenhum governo vai resolver os problemas reais que enfrentamos enquanto povo. Devemos conjugar nossas lutas mais imediatas e reivindicativas com um programa revolucionário, antifascista e anticolonial, baseado nos organismos de poder proletário, nas associações e cooperativas, nos sindicatos autônomos e comissões de trabalhadores, nas plenárias e ocupações, nos comitês e iniciativas comunitárias e nos movimentos e núcleos de base. Precisamos impulsionar estas experiências a partir de uma estratégia insurrecional, passando pela construção da Greve Geral, dos conselhos populares e assembleias de base, que se articulam a partir dos nossos territórios em através de um Congresso do Povo como organismo de decisão do poder proletário, federalista e socialista em oposição ao poder burguês e estatal. O poder do povo deve se impor como uma forma de contrapoder, baseado na mobilização permanente de massas e na organização popular de base e autônoma. Nós da FOB, que construímos na luta diária uma federação revolucionária de trabalhadores e do povo pobre a partir de núcleos de base, organizações populares e sindicatos autônomos combatemos a farsa eleitoral. Denunciamos as eleições burguesas como um teatro genocida que serve para legitimar a dominação e a exploração, e propomos, a partir da nossa realidade concreta e demandas reais, avançar na construção do sindicalismo revolucionário e do poder do povo, articulando nossas lutas por vida digna com um programa de libertação anticapitalista e socialista, profundamente antirracista e antipatriarcal. ELEIÇÃO É FARSA! NÃO VOTE, LUTE!GREVE GERAL E REBELIÃO! FORA BOLSONARO E MOURÃO!TODO PODER AO POVO! RECONSTRUIR PALMARES!ZUMBI VIVE E VENCERÁ!