GREVE GERAL PELA VIDA, BOLSONARO GENOCIDA

DERROTAR COM AÇÃO DIRETA E REBELIÃO O GOVERNO BOLSONARO/MOURÃO E A AGENDA NEOLIBERAL E GENOCIDA Comunicado Nacional da FOB – Janeiro/Fevereiro de 2021 A tragédia de Manaus, que assistimos com muita dor e indignação, confirma o caráter abertamente genocida e anti-povo desse governo. Transformar essa indignação em luta e organizar nosso ódio contra os inimigos do povo é a tarefa histórica que esse momento catastrófico nos impõem. O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes, dos militares e demais facínoras, a serviço dessa burguesia doente e da agenda neoliberal, é um governo assassino. Não nos resta qualquer dúvida, a sucessão de desgraças contra o nosso povo pode ser revertida apenas com a luta coletiva e radical dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude combativa e das comunidades pobres da cidade e do campo, com a ação direta popular, a Greve Geral e a rebelião. É preciso romper com o imobilismo e a conciliação covarde da esquerda institucional, das centrais sindicais e das direções pelegas. É preciso tomar as ruas, organizar a revolta, erguer barricadas, enfrentar a repressão e paralisar o país com greves e ocupações. É preciso resistir e atacar quem nos mata para defender a vida de nosso povo. Qualquer caminho que não seja da luta radical contra esse governo fascista e genocida precisa ser rejeitado. As centenas de milhares de mortes por culpa da irresponsabilidade e da ingerência do governo federal e dos governos locais da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, as demissões em massa, a explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, as privatizações entreguistas, os ataques aos serviços públicos e aos servidores, a retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, as tragédias e destruição ambiental, os despejos, os assassinatos e prisões racistas, os feminicídios, a violência contra o povo negro e pobre, os camponeses e os povos indígenas precisam ser respondidas com a nossa luta popular e revolucionária, radical e combativa, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e essa oposição covarde e conciliatória. O governo assassino Bolsonaro/Mourão só será derrubado com a luta radicalizada do povo organizado. É através da mobilização de base e da agitação de massas que devemos avançar para uma rebelião popular nas ruas, com paralisações das categorias, ocupações de terras, fábricas, empresas e instituições, sabotagens, barricadas, trancamento de vias e a Greve Geral insurrecional. Por isso, nossas organizações de base territoriais, de estudantes do povo e de trabalhadores e trabalhadoras, que constroem a FOB em diversos estados do país, estamos convocando os lutadores e lutadoras do povo para iniciar a construção da Greve Geral. Não devemos esperar que a Greve Geral caia dos céus ou da boa vontade das centrais sindicais oficiais. Ela não virá de cima para baixo. A Greve Geral precisa ser construída de baixo para cima. Da agitação e propaganda para conscientizar e da organização para criar as condições de sua realização que precisam ser construídas por todas as partes do país, nas cidades ou no campo, por iniciativa de coletivos autônomos, grupos de base, movimentos e organizações populares ou mesmo de militantes independentes ou não-organizados, mas dispostos a lutar com métodos combativos. Mais de dois companheiros ou companheiras já podem começar um comitê ou núcleo de base, em um bairro, no trabalho, no transporte público, uma comunidade da zona rural ou da periferia, chamando colegas da escola ou da universidade, ou mesmo convocado mais companheiros/as com afinidade e dispostos/as a organizar as lutas. A Greve Geral é unidade de ação do povo pobre e trabalhador. Uma arma de resistência generalizada que rompe o atual cenário que estamos divididos e isolados e assim somos facilmente conquistados e dominados. A Greve Geral precisa de independência de classe, autonomia frente aos partidos e aos governos e métodos combativos. A Greve Geral deve ser o resultado do crescimento da luta. As pequenas e médias mobilizações devem estimular o ânimo, a moral e as condições para a Greve Geral. Organizar a agitação e a propaganda de massas, realizar intervenções de rua diversas, ações e atos locais de luta direta, mobilização de base e sabotagens, e também preparar a autodefesa popular e participar das iniciativas contra os governos e capitalistas em um calendário nacional de lutas. A tônica da Campanha pela Greve Geral pela Vida deve ser a ação, a iniciativa, a ousadia e a inovação nos métodos, toda ação é importante, desde a mais simples ação de propaganda como uma panfletagem ou colagens e pixações, até uma grande ação de mais impacto, que precisa ser melhor organizada e planejada. Como nos ensinou o herói do povo brasileiro e comandante da Ação Liberadora Nacional, Carlos Marighella: “Todos nós devemos nos preparar para combater. É o momento de trabalhar pela base, mais e mais pela base. Chamemos os nossos amigos mais dispostos, tenhamos decisão, mesmo que seja enfrentando a morte, porque para viver com dignidade, para conquistar o poder para o povo, para viver em liberdade, construir o socialismo, o progresso, vale mais a disposição.” (Manifesto ao Povo Brasileiro, ALN, 1969) Propomos desde já iniciar a campanha, que deve ser impulsionada desde as bases pelas organizações ou com a criação de comitês locais para a construção da Greve Geral e da Rebelião com um programa reivindicativo pelos direitos do povo e um horizonte revolucionário e socialista. Mas também que prepare a resistência contra repressão, o Estado policial e um possível fechamento do regime. Partimos da necessidade da unidade tática de setores combativos e apontando para uma coordenação revolucionária, socialista e anti-imperialista das lutas, sem sectarismos e com disposição para o diálogo que a conjuntura nos exige como lutadores e lutadoras do povo, filhas e filhos do povo pobre e trabalhador desse país, que não se renderam a conciliação e a covardia da esquerda domesticada e liberal. Sabemos há muito que estamos por nossa própria conta e que o poder fascista e

Campanha Internacional Eran Niñas denuncia o Estado terrorista e infanticida paraguaio

O Estado terrorista e infanticida paraguaio que assassinou de forma covarde e brutal as crianças Lilian Mariana Villalba e María Carmen Villalba, ambas de 11 anos, no dia 2 de setembro de 2020 em uma operação da corrupta e narcoterrorista Força Tarefa Conjunta (FTC), também sequestrou a menina de 14 anos, Carmen Elizabeth Oviedo Villalba, vista pela última vez no dia 30 de novembro de 2020, e prendeu Laura Villalba. Lilian e María Carmen eram filha e sobrinha de Laura, assim como, sobrinhas de Carmen Villalba, porta-voz do Exército do Povo Paraguaio (EPP) e presa política do Estado paraguaio. Carmen Elizabeth é filha Carmen Villalba e Alcides Oviedo, outro comandante do EPP e preso político. O governo fascista e as forças repressivas do Paraguai que por um lado atacam de forma covarde, assassinando e sequestrando crianças e familiares de dirigentes presos do EPP, mantém Laura Villalba presa com acusações falsas e sem provas, por outro lado promove um teatro judicial-repressivo contra os presos políticos do EPP, para defender os interesses dos latifundiários, sojeiros e narcotraficantes que atuam no país. Apoiado pelos governos fascistas e neoliberais da região, principalmente da Colômbia e o governo miliciano Bolsonaro/Mourão, assim como pelo imperialismo norte-americano, o governo de Mario Abdo Benítez tem aproveitado a resistência armada do EPP para avançar contra em uma ofensiva terrorista contra o povo pobre e guarani do Paraguai. Por sua vez, o EPP de forma heroica tem atuado principalmente na região norte do país através da autodefesa camponesa e da proteção armada das comunidades camponesas, pobres e indígenas. A organização insurgente de inspiração guevarista enfrenta um governo fascista e os interesses e ataques dos sojeiros brasileiros e narcos que atuam na região, exercendo o legítimo direito à insurgência dos povos. Nesse sentido, nós da FOB, nos somamos às organizações sociais e de direitos humanos da América Latina na Campanha Internacional Eram Crianças (Campaña Internacional Eran Niñas), exigindo justiça para as crianças Lilian Mariana e María Carmen Villalba, a imediata aparição com vida da menina Carmen Elizabeth Oviedo Villalba, pela libertação de Laura Villalba e em defesa da vida e refúgio humanitário para a família Villalba, contra os ataques do Estado narcoterrorista e infanticida paraguaio. JUSTIÇA PARA LILIAN MARIANA E MARÍA CARMEN!APARIÇÃO COM VIDA CARMEN ELIZABETH! LIBERDADE PARA LAURA!SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA À FAMIILA VILLALBA E AOS PRESOS POLÍTICOS DO EPP!EM DEFESA DO DIREITO À INSURGÊNCIA DOS POVOS!

Entrevista com Ana Maria, mãe de Pedro Henrique

O ativista de direitos humanos, Pedro Henrique Santos Cruz, foi assassinado aos 31 anos, em 27 de dezembro de 2018, de forma brutal e covarde por policiais militares da PM-BA dentro de sua casa, no bairro Nova Esperança, em Tucano, cidade no sertão da Bahia. Pedro foi o criador da “Caminhada pela Paz”, movimento social contra a brutalidade policial em Tucano (BA), era artista visual e se identificava com a cultura rastafari, começando sua militância contra o terrorismo de Estado e a violência policial em 2012, após ser agredido por policiais. Os PMs acusados de executar Pedro Henrique com 8 tiros, reconhecidos por uma testemunha, permanecem impunes. A Casa da Resistência entrevistou a companheira Ana Maria Cruz, mãe de Pedro, nesses dois anos do assassinato de seu filho e luta por justiça. Casa da Resistência: Ana Maria, primeiro parabenizamos sua luta incansável por justiça para Pedro Henrique, exemplo de combate ao terrorismo de Estado no país e aos crimes dessa instituição genocida que é a Polícia Militar da Bahia. Gostaríamos de saber como tem sido esses dois anos da perda de Pedro e a luta dos seus familiares e amigos por justiça? Ana Maria: Agradeço o apoio e a força que todos vocês me dão desde o início, ao longo desses dois anos e eu quero dizer que não há mérito nenhum em lutar por um mundo mais justo, é nossa obrigação, queria eu ter o fôlego de Pedro que dedicou os últimos anos de sua vida a defender o bem, o amor, a paz e a justiça. Tenho certeza de que estes foram os melhores anos de sua vida, sofrimento nenhum pelo qual ele passou vai conseguir tirar essa grandeza do espírito combativo e guerrilheiro do nosso Pedro, muito menos o seu sorriso e o seu amor à vida. Dois anos sem a presença de Pedro, dois anos de luta sem trégua. Não podemos dormir, nem cochilar podemos, a luta de Pedro vive reclamando, dentro de nós uma reação à injustiça a ele imposta e não podemos sequer sonhar em desistir. Não seria justo com ele, não seria justo com todas as vítimas desses assassinos covardes, temos um longo caminho pela frente. Medo todos temos por que somos humanos, mas acreditamos que a continuidade da luta por justiça é bem maior que todo e qualquer temor e é este sentimento que nos encoraja e nos impulsiona. Uma coisa eu sei: eles têm muito mais medo de nós do que nós deles. Esta é a grande diferença, daí o motivo de armarem-se contra nós, desarmados, somos corpos que tombam, mas somos ideias que reverberam e se propagam e quanto mais nos matam, mais longe vão nossos pensamentos, mais pessoas abraçam nossa causa. Não vamos desistir. Viver sem Pedro não existe. Um dia me perguntaram pelo luto e eu respondi que não tive tempo de viver o luto e nem de chorar por Pedro. Me inspiro na namorada dele, uma jovem guerreira. Quando cheguei no final da manhã do dia 27 de dezembro na casa de Pedro em Tucano, o IML já havia removido o corpo, a perícia já tinha sido feita e a casa estava lavada, limpa, cheirosa, impecável. Percebi um filete de sangue que escorria do ouvido direito dela, consequência do coturno de um dos assassinos que pisou em sua cabeça, imobilizando-a de encontro ao chão, enquanto ele e mais dois atiradores disparavam suas armas contra Pedro que já estava caído sobre a cama, então eu perguntei por que ela não havia cuidado daquele ferimento. A garota simplesmente me respondeu: “Tinha muita coisa pra eu fazer aqui antes de você chegar”. Foi uma das maiores lições e exemplo de força, amor e bravura que eu já tive. Retomando, viver sem Pedro não existe. Ele está o tempo todo ao nosso lado, lutando, nos encorajando a continuar e quanto mais eu luto, mais sinto ele próximo de mim. É ele quem não me deixa desistir. Casa da Resistência: Em qual situação encontra-se a investigação, o que explica a situação de impunidade dos policiais que assassinaram Pedro? Existem ameaças ou risco a você, sua família e amigos de Pedro Henrique? Qual o papel do governo do Estado da Bahia, do comando da polícia militar, do ministério público e da justiça baiana? Ana Maria: As investigações, no âmbito da polícia civil, terminaram, o inquérito foi concluído indiciando apenas dois dos três atiradores. Os autos foram devolvidos ao MP, sem que a diligência requerida pelo promotor fosse cumprida, em que constava submeter o terceiro atirador a reconhecimento feito pela testemunha ocular do crime. Para isso, o acusado alegou estar de quarentena por conta de haver uma suspeita de Covid-19, mas a audiência de reconhecimento estava marcada para o dia 2 de julho de 2020, de lá até 13 de novembro, data em que o inquérito voltou para o MP, foram mais de quatro meses que os autos permaneceram em poder da autoridade policial sem que nova audiência de reconhecimento fosse marcada. Estamos no aguardo de que o Ministério Público ofereça a denúncia contra os PMs autores do crime. A situação de impunidade permeia do início ao fim. Os assassinos de Pedro foram reconhecidos no momento em que o executaram, o fato foi imediatamente levado ao conhecimento da Corregedoria Geral e da Polícia Civil, mas em momento algum os autores foram afastados ou tiveram suas prisões decretadas, não tiveram suas armas apreendidas para perícia, tampouco foram submetidos a exames de pólvora combusta. O risco que corremos é constante e iminente, mas isso não muda nada a minha determinação de continuar a luta de Pedro e por Pedro. As ameaças são veladas, com olhares, atitudes, abordagens intimidatórias a amigos de Pedro e, principalmente, várias tentativas de me silenciar através de representações nos juizados criminais, não de Tucano, mas estrategicamente, nas comarcas das cidades de Euclides da Cunha e Salvador, dizendo-se eles vítimas de calúnias. Atribuo essa situação de impunidade ao medo, conivência e conveniências. Muitos interesses escusos moveram esses criminosos a praticar tamanha atrocidade e acredito

Responder à violência racial: por uma Rebelião Negra e Antirracista

CONVOCATÓRIA PARA AÇÃO DIRETA E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA RACISTA E O ASSASSINATO DE NEGO BETO POR SEGURANÇAS DO CARREFOUR Brasil, 20 de novembro de 2020. Na noite de quinta-feira, 19, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, dois seguranças de uma unidade da multinacional Carrefour na cidade de Porto Alegre (RS) espancaram covardemente até a morte João Alberto Silveira Freitas, o Nego Beto, homem negro de 40 anos. Assim como no caso de George Floyd, o brutal espancamento seguido de morte sofrido por João Alberto foi gravado por câmeras, ficando evidente a violência desproporcional e a nítida intenção de assassiná-lo. Assim como no caso norte-americano, Nego Beto clamou por socorro e pedia para respirar, pois estava com os joelhos do segurança em cima das suas costas pressionando seus pulmões, que resultou em uma parada respiratória e o levou à óbito ali mesmo na entrada do supermercado Carrefour. Hoje é Dia Nacional da Consciência Negra em nosso país, dia da imortalidade de Zumbi dos Palmares, um dia de luto, memória e luta. Por isso o sentido dessa carta é não é apenas declarar nosso luto por mais uma vítima fatal do genocídio racial que vivemos no país, mas também de convocar os lutadores e lutadoras do povo do Brasil e do mundo à repudiarem este assassinato racista e covarde, através da ação direta e da luta combativa e radical. Se eles matam nossos irmãos trabalhadores de forma covarde nas portas dos seus supermercados, é para lá que devemos ir. Enquanto revolucionários é nosso dever assumir a iniciativa através da ação direta, com o objetivo de incitar a maioria do nosso o povo e as organizações combativas à ocuparem em forma de protesto nos próximos dias cada unidade da multinacional Carrefour nos 33 países onde ele está presente e nos 26 estados brasileiros (mais Distrito Federal) onde existem lojas e supermercados do Grupo Carrefour como o Planaltão, Roncetti, Mineirão, Rainha, Dallas, Big, Eldorado, Continente e Atacadão. O Carrefour nos diversos países onde opera coleciona processos trabalhistas, além de lucros exorbitantes. No Brasil não é diferente, porém além de processos trabalhistas e recordes de faturamento o Grupo Carrefour coleciona também casos de racismo, violência e morte. Em 2009, em Osasco, seguranças do Carrefour agrediram o vigilante e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, de 39 anos, no estacionamento do mercado, não por coincidência Januário era negro e foi acusado de roubar o próprio carro. Em outubro de 2018, em São Bernardo do Campo, Luís Carlos Gomes, um homem negro e deficiente físico, foi perseguido pelo gerente da unidade por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde foi desmaiado com um mata-leão por ter aberto uma lata de refrigerante. Em 2018, também em Osasco, o dono do mercado (filial do Carrefour) pediu para um segurança matar um cachorro que entrou no estabelecimento, devido a visita de supervisores da matriz. Em agosto de 2020, em Recife, um promotor de vendas do Carrefour morreu enquanto trabalhava e seu corpo foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja pudesse seguir em funcionamento, o corpo de Moisés Santos permaneceu no local entre às 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML). A maioria do povo brasileiro que sofre com as quase 170 mil mortes subnotificadas pela pandemia de Covid-19, com o aumento da miséria e a piora das condições de vida por todo país, com o avanço do desemprego, precarização, inflação, da repressão com quem luta no campo e na cidade e da violência estatal e da brutalidade policial contra a maioria negra e favelada, agora presencia este brutal assassinato patrocinado por uma multinacional francesa em plena véspera do 20 de Novembro, data que marca além da resistência do povo negro, a memória de todas as desgraças trazidas pela colonização europeia ao nosso território. Que esse 20 de Novembro seja de quilombagem e rebelião, dia em que celebramos a memória insurgente de Zumbi dos Palmares, que transformou dor e luto em resistência e luta organizada, exemplo que deve nos inspirar a enfrentar esse sistema capitalista e racista, desumano e assassino, para organizarmos nosso ódio e enfrentarmos o genocídio promovido pelos capitalistas e governantes. AÇÃO DIRETA CONTRA O CARREFOUR ASSASSINO!JUSTIÇA PARA NEGO BETO! MORTE AOS RACISTAS!ZUMBI VIVE E VENCERÁ! RETORMAR A QUILOMBAGEM!

Voto ou Rebelião: combater a farsa eleitoral do Estado Genocida e organizar o povo contra a Nova Escravidão

Comunicado Nacional da FOB sobre a farsa eleitoral e em memória de Zumbi dos Palmares, comandante insurgente e quilombola da luta de libertação negra e herói do povo brasileiro. Brasil, Novembro de 2020. São tempos difíceis para nós, trabalhadoras e trabalhadores, gente pobre e humilde que luta todos os dias para sobreviver, sustentar nossas famílias e ter uma vida digna. Aumento do custo de vida e inflação, miséria e exploração, desemprego e precarização avançam. Os governos e os patrões fazem da vida do nosso povo um inferno sobre a terra. A pandemia escancarou as políticas genocidas do projeto fascista e neoliberal de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes, representantes da burguesia entreguista, cujos interesses estão subordinados ao capital imperialista. O povo brasileiro está enfrentando uma ofensiva das classes dominantes, marcada pelo massacre dos pobres, dos negros e negras, da juventude das favelas e periferias, das mulheres do povo, dos camponeses pobres, das comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras e ribeirinhas, e também, pela destruição do meio ambiente, pela retirada de todos os nossos direitos e pela opressão e repressão contra quem luta. São dezenas de milhares de mortes, com números muitos maiores que os apresentados pelos dados oficiais, milhões e milhões de contaminados e o avanço de uma segunda onda de Covid-19. Metade dos trabalhadores não tem emprego, 1/3 da população não tem condições nem mesmo de se alimentar dignamente e mais de 10 milhões passam fome. É nesse contexto que acontecem as eleições municipais de 2020, em meio a uma guerra biológica, social e racial contra o povo pobre e trabalhador, que nunca teve direito à quarentena e que agora é obrigado a conviver com uma doença mortal para trabalhar e sobreviver. Os grandes partidos da ordem, da direta, do centro e da esquerda institucional, encenam em suas campanhas eleitorais um grande teatro da morte patrocinado com dinheiro público. São todos oportunistas ou fantoches de uma burguesia doente e escravocrata, que utiliza o Estado como um organismo de violência e negação da vida e direitos dos mais pobres. Mas novembro também é um mês de resistência. É o mês em que celebramos a memória combatente de Zumbi dos Palmares, comandante militar da luta quilombola e insurgente do povo negro, sequestrado e escravizado, e que deve inspirar nossa resistência hoje para derrotar a nova escravidão e o genocídio promovido pelos capitalistas. É preciso enfrentar esse sistema desumano, é preciso organizar nosso ódio contra um inimigo brutal. Parar o massacre e construir um novo mundo de justiça e liberdade. É a luta organizada e radical do povo, e não a ilusão eleitoral, que pode e vai fazer recuar o poder dos capitalistas e seus governos. Precisamos tomar em nossas mãos nossos destinos e reverter nossa realidade de desgraças e sofrimentos. Nós, a classe trabalhadora brasileira, o povo pobre e afro-indígena, que estamos nas periferias das grandes cidades ou nas comunidades rurais do interior do país, nas pequenas ou médias cidades do Brasil profundo, merecemos e devemos conquistar uma vida digna, para nós, nossa juventude e nossos filhos, repartindo a riqueza e o poder. Como nos provou a pandemia, agora sabemos mais do que nunca que Só o Povo Salva o Povo. Sabemos que estamos por nossa própria conta e que é preciso fazer valer o nós por nós, organizando nossa gente nos bairros pobres, comunidades rurais, locais de estudo e de trabalho a partir da solidariedade popular, do apoio mútuo, da ação direta e da autogestão comunitária. Construindo a unidade nas lutas para enfrentar os ataques aos direitos e a carestia de vida, o desemprego e as demissões, os despejos e a repressão. Nos defender da brutalidade policial, do genocídio nas favelas, do feminicídio, da violência homofóbica e dos massacres no campo. Combater as privatizações, defender o meio ambiente, a educação pública, o direito à moradia e ao território. Somente nós podemos defender a saúde e a vida de nosso povo. As cidades são os territórios onde vivemos e sentimos primeiro os problemas cotidianos que avançam. Vemos nos supermercados e nos salários o resultado da crise capitalista e da ofensiva neoliberal sobre os pobres e a classe trabalhadora. Enquanto os mais diversos candidatos da farsa eleitoral apresentam falsas soluções, mentem descaradamente e lutam de forma intestinal pelo controle do poder nos municípios, sabemos que nenhum governo vai resolver os problemas reais que enfrentamos enquanto povo. Devemos conjugar nossas lutas mais imediatas e reivindicativas com um programa revolucionário, antifascista e anticolonial, baseado nos organismos de poder proletário, nas associações e cooperativas, nos sindicatos autônomos e comissões de trabalhadores, nas plenárias e ocupações, nos comitês e iniciativas comunitárias e nos movimentos e núcleos de base. Precisamos impulsionar estas experiências a partir de uma estratégia insurrecional, passando pela construção da Greve Geral, dos conselhos populares e assembleias de base, que se articulam a partir dos nossos territórios em através de um Congresso do Povo como organismo de decisão do poder proletário, federalista e socialista em oposição ao poder burguês e estatal. O poder do povo deve se impor como uma forma de contrapoder, baseado na mobilização permanente de massas e na organização popular de base e autônoma. Nós da FOB, que construímos na luta diária uma federação revolucionária de trabalhadores e do povo pobre a partir de núcleos de base, organizações populares e sindicatos autônomos combatemos a farsa eleitoral. Denunciamos as eleições burguesas como um teatro genocida que serve para legitimar a dominação e a exploração, e propomos, a partir da nossa realidade concreta e demandas reais, avançar na construção do sindicalismo revolucionário e do poder do povo, articulando nossas lutas por vida digna com um programa de libertação anticapitalista e socialista, profundamente antirracista e antipatriarcal. ELEIÇÃO É FARSA! NÃO VOTE, LUTE!GREVE GERAL E REBELIÃO! FORA BOLSONARO E MOURÃO!TODO PODER AO POVO! RECONSTRUIR PALMARES!ZUMBI VIVE E VENCERÁ!

Joselito Amorim queima no inferno

Joselito Falcão de Amorim, prefeito imposto pela ditadura empresarial-militar após o golpe fascista de 1964 que derrubou Chico Pinto da prefeitura, morreu ontem, dia 4 de outubro. O criminoso Joselito Amorim, interventor local e artífice da ditadura que torturou, sequestrou, estuprou, perseguiu e assassinou milhares de pessoas no país, inclusive diversos/as feirenses, gozou de impunidade por toda sua vida, sem nunca ter pagado por seus crimes e sendo diversas vezes homenageado por seus iguais, como agora pelo prefeito Colbert Martins Filho após morrer neste domingo em decorrência da Covid-19, aos 101 anos. Ex-militar, o udenista Joselito Amorim governou Feira de Santana entre 1964 e 1967, sendo um articulador do golpe empresarial-militar e partícipe dos crimes contra a humanidade cometidos pela ditadura. Justiça popular aos criminosos do regime empresarial-militar fascista. Honra e glória à memória de todos os mártires, mortos e desaparecidos que ousaram enfrentar a ditadura fascista. Que Joselito Amorim queime no inferno. Na imagem, foto da visita do general fascista Castelo Branco, em 1966, a Feira de Santana, acompanhado de Joselito Amorim, Ernesto Geisel, Lomanto Júnior e outros criminosos, e abaixo registros de companheiros/as torturados/as e assassinados/as pelo regime.

Jornadas Só o Povo Salva o Povo: Contra o genocídio e o fascismo neoliberal! Fora Bolsonaro/Mourão!

Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade,Aos desempregados e desempregadas,Aos moradores das favelas, periferias e ocupações urbanasAos estudantes do povo,Aos camponeses e camponesas, famílias assentadas e sem-terras,Às comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas,Aos grupos radicais, antifas, comunistas e anarquistas,Aos lutadores e lutadoras que enfrentam todas as formas de opressão e exploração. No mês de junho de 2020, completam-se dez anos desde os primeiros esforços organizativos que dariam origem à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB). Neste mesmo mês, completam-se sete anos desde as batalhas conhecidas como Jornadas de Junho de 2013, a maior rebelião popular no Brasil nas últimas décadas. É também um mês em que lembramos quatro anos do massacre de Caarapó, que vitimou guerreiros da resistência Guarani e Kaiowá. No mesmo espírito da insurgência negra que tem tomado cidades de diversos países após o assassinato de George Floyd e que, no Brasil, reivindica também a memória de diversos homens e mulheres, adolescentes e crianças pobres e negras vitimados pela violência racista da polícia brasileira, nos levantamos em mais um junho de lutas. Estamos observando o crescimento da pandemia que, em meio a luta de classes, tem assumido características de guerra biológica, no sentido da pressão pela infecção em larga escala ser conscientemente promovida por setores da classe dominante para “salvar a economia”. A população mais pobre é e será a mais afetada. A situação piora com a precariedade da saúde pública, as demissões e falta de auxílio adequado dos governos. As condições dos trabalhadores brasileiros mais do que justificam, exigem, a rebelião. As decisões de governantes como Bolsonaro, Mourão, governadores e prefeitos sobre as restrições e permissões durante a pandemia de Covid-19 mostram claramente não passam de capachos dos empresários e proprietários. Já somam quase 40 mil mortos subnotificados no país, a maioria, trabalhadores pobres, negros e negras e moradores de periferias. Esse trágico número de mortes não é uma fatalidade. É uma escolha política e econômica. E aqueles que escolheram, devem pagar por isso. Nós não temos dúvidas: a única forma de fazer com que os ricos paguem pelo sofrimento que causam ao nosso povo é a rebelião. É incendiar os guetos e os centros urbanos, assim como, levantar as terras indígenas e quilombolas, contra a pobreza, o racismo, as demissões e cortes salariais, contra a negligência dos governantes com a saúde do povo e contra a ganância dos empresários parasitas. Só um movimento de resistência de massas pode deter os policiais que assassinam nosso povo e os ricos que mandam que eles nos matem. Por que até agora, governo nenhum, por mais democrático que se diga, impediu o genocídio. Não acreditamos nas eleições, não acreditamos no pacifismo. Acreditamos na força do povo em fúria, organizado e capaz de se autodefender e conquistar por si mesmo os seus direitos, sua liberdade e uma vida justa. Convidamos a todos os lutadores e organizações radicais que estão furiosos com o governo assassino de Bolsonaro e Mourão, com os governadores, prefeitos, patrões e fazendeiros e que sabem que é preciso reagir para se juntar a nós em uma Jornada de lutas nacional, entre os dias 13 e 23 de junho. Com essas atividades e protestos, denunciaremos as medidas dos poderes políticos e econômicos em relação a saúde pública, condições sanitárias, trabalho e renda e, com isso, esperamos oferecer ainda mais inspiração para a rebelião das grandes massas de nossa classe contra o racismo, o fascismo e toda a podridão capitalista. Porque só a luta muda a vida e só o povo salva o povo! Avante, camaradas! POR TRABALHO, RENDA E SAÚDE PARA O POVO!

Chamado de Solidariedade Internacional direto da Insurreição Negra nos EUA

DESTRUIR OS BASTIÕES DE PODER Saudações revolucionárias da insurreição que varre os territórios ocupados do chamado Estados Unidos da América. Solicitamos para que camaradas e organizações de todo o mundo realizem ações atos urgentes e contundentes de solidariedade contra os EUA. Nos últimos dias, acumulamos experiências que equivalem a décadas de aprendizado. Ao fazer exatamente o que pensávamos ser impossível anteriormente, expusemos este país pelo que realmente é: nada mais que um frágil tigre de papel. Rasgando seu enorme estado policial tecnológico, o povo negro da América demonstrou que a partir de agora se recusará a ser intimidado por uma estrutura de poder sustentada pelo terror e pela violência branca. Em seu desespero, o Estado está agora propagando mentiras de que essa rebelião está sendo liderada por agitadores brancos. Todos nós já ouvimos essas falsificações antes em seus livros de história, onde eles traçam narrativas ficcionais sobre como Lincoln libertou os escravizados. Isso nada mais é do que uma versão mais recente de um velho truque paternalista do estabelecimento supremacista branco para negar aos negros a inteligência, o espírito e a vontade autônoma de dirigir sua própria rebelião e se libertar. À medida que a história desta nação miserável se repete mais uma vez, o que se torna evidente é que o povo negro foi e continuará sendo a única força revolucionária capaz de derrubar o status quo da opressão. Em todos os lugares os porcos perderam a vontade de lutar. Seus olhos, que ontem eram janelas para o vazio do ódio e desprezo, agora exibem covardia e uma bestificada dúvida. Pela primeira vez, seu comportamento retrata sua fraqueza e seus passos e recuos são marcados pela hesitação. Seja na frente interna ou internacional, podemos ver as costas da supremacia contra a parede e, portanto, é a hora de sermos ousados ao máximo. Não podemos dar a eles nem um centímetro para se contorcer onde quer que ele tenha escondido suas mãos acostumadas à pilhagem. Isso significa que estamos pedindo a todos os revolucionários ao redor do mundo que impulsionem ações rebeldes e inundem as ruas com atos públicos. Juntos, se continuarmos pressionando, esta terra de escravidão, genocídio e agressão imperial contra os povos pode finalmente ser exterminada, de modo que será apenas lembrada como um dos capítulos mais feios da história da humanidade. Por sua vez, cada passo faz avançar a liberdade e a solidariedade, que se aglomeram nos espaços onde antes nossos gritos não eram ouvidos. TODO O PODER À INSURGÊNCIA NEGRA!DESTRUIR OS BASTIÕES DE PODER!REVOLUÇÃO AGORA E SEMPRE! MOVIMENTO ABOLICIONISTA REVOLUCIONÁRIO – RAM 31 de maio de 2020

Programa pela Vida: medidas sanitárias e sociais urgentes em Feira de Santana

PROGRAMA PELA VIDA: MEDIDAS SANITÁRIAS E SOCIAIS URGENTES E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA COMBATER A COVID-19 E EVITAR MILHARES DE MORTES EM FEIRA DE SANTANA Comitê de Solidariedade Popular – Covid-19 Feira de Santana, abril de 2020. Ao poder público municipal, ao prefeito Colbert Martins Filhos, à Câmara Municipal de Feira de Santana, às instituições e organizações da sociedade civil feirense. A pandemia de Covid-19 é um acontecimento com dimensões ainda imensuráveis e devastadoras em todo o mundo que expõe todas as contradições civilizatórias que vivemos até agora. Uma crise sanitária, social e econômica sem precedentes, que no Brasil se apresenta ainda em sua inicial e exige dos poderes públicos e da sociedade a responsabilidade para preservar vidas e evitar o que pode ser a maior catástrofe da nossa história, assim como, o estabelecimento de novos paradigmas para tratar das questões socioambientais, dos serviços públicos e das condições de vida da maioria da população. As relações destrutivas com o meio ambiente e a lógica imposta pela mercantilização da vida que vem produzindo diversas doenças e epidemias nas últimas décadas precisam ser superadas e o desafio de reconstruir a sociedade pós-coronavírus sobre novas bases está colocada agora de forma imperativa. O Brasil vive nesse momento o início de uma tragédia anunciada, agravada pela ação irresponsável e genocida de governantes e setores empresariais, que se somam a ignorância e a falta de informação de parte da população. Elementos esses que se agravam diante das condições de vida precárias da grande maioria do nosso povo. Não possuímos dimensão alguma do estágio atual da contaminação no país (menos de 1% dos casos são notificados) e não temos qualquer informação próxima da realidade sobre a quantidade real de mortes que a Covid-19 já produziu, sendo a subnotificação uma realidade que se reproduz no nosso estado e na nossa cidade, principalmente pela falta de testes em massa e condições precárias da rede de saúde pública. Essa crise que pode durar até 2 anos, entre a descoberta da cura e a vacinação em massa da população, pode também nos arrastar para um colapso civilizatório e uma situação de caos social. As medidas adotadas pela Prefeitura de Feira de Santana até o momento, no nosso entender, ainda são insuficientes, errôneas ou irresponsáveis, e nesse sentido, como setores organizados do povo em grupos e organizações comunitárias e de trabalhadores/as propomos nesse documento uma série de medidas, como propostas e exigências ao poder público municipal, no sentido de evitar um cenário devastador e com milhares de mortes em nossa cidade. Feira de Santana é a segunda maior cidade da Bahia e 34º município do país em população, com cerca de 700 mil habitantes atualmente, é também o maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste e líder de uma macrorregião integrada por 96 municípios com uma população de aproximadamente 3 milhões de pessoas, possuindo o maior PIB do interior do Nordeste e uma receita anual que supera 1,2 bilhão de reais. O retrato da grandeza de nossa cidade pode ser também o infeliz espelho do tamanho da nossa tragédia. Por isso, propomos desde já a adoção pelo poder municipal de um planejamento estratégico para combater a Covid-19 com medidas sanitárias e sociais, para isolar a contaminação, cuidar dos doentes, garantir direitos sociais e condições básicas de sobrevivência para nossa gente, para vencer o vírus com prevenção, informação e os cuidados necessários de saúde e medidas sanitárias. Nesse sentido, acreditamos que Prefeitura deve constituir e coordenar um Gabinete de Crise com a participação das instâncias do poder público, de instituições locais como as Universidades e das organizações da sociedade civil, mobilizando toda a sociedade feirense para enfrentar essa grave situação. As ações contra a Covid-19 devem partir de uma lógica planificada e precisam ser efetivas e urgentes, com delegações de forças-tarefas para resolução de cada tema importante. A prevenção, informação e garantia de uma estrutura para as ações devem ser a base de uma mobilização social e comunitária que deve se iniciar nos bairros através dos Comitês de Saúde, pois é onde se encontra a população pobre e vulnerável que pelas condições precárias de vida deve ser a maior vítima do coronavírus. A aplicação dos recursos deve obedecer a critérios racionais, de planejamento e transparência. O fechamento do comércio deve ser decretado por tempo indeterminado e as restrições ampliadas, acabando com a pressão genocida de empresários a cada fim de prazo do decreto. O relaxamento das restrições ao comércio nesse novo decreto do dia 15/04 é uma política genocida, cujas mortes provocadas pelo que na prática é o fim do isolamento social serão de responsabilidade da Prefeitura e dessa gestão. A entrega de cestas básicas deve ser no mínimo 10 vezes maior que as 8 mil anunciadas até o momento. A quarentena deve se tornar obrigatória, com todas as medidas sociais necessárias implementadas, utilizando métodos coercitivos apenas em último caso, mas garantindo o cumprimento das medidas por toda a população. Todas essas medidas sugeridas aqui devem se encaminhar no sentido de decretar períodos de lockdown, com paralisação de todas as atividades, com estrita exceção das relacionadas ao combate do vírus, até que finalmente possamos acabar com a contaminação na cidade. Feira de Santana até o momento foi prejudicada no repasse de recursos do governo estadual e as verbas do governo federal são insuficientes, sendo necessárias gestões e pressão para exigir mais verbas, cuja utilização deve ser necessariamente transparente e democrática, incluindo os quase R$ 400 milhões do orçamento para a saúde, segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) municipal. Todos os cortes orçamentários possíveis devem ser feitos, como nos cargos comissionados, nas verbas de gabinete, eventos cancelados, etc. com as verbas devendo ser colocadas à disposição do combate a Covid-19 e às medidas sociais. Alugar um hospital particular abandonado como o Hospital Mater Dei é um erro absurdo que precisa ser desfeito, caso contrário indica improbidade administrativa, e a verba destinada deve retornar para as ações de combate a pandemia na cidade. Todas as UTIs da rede particular devem ser requisitadas por decreto

Defenestrar Bolsonaro, criar uma alternativa revolucionária de poder do povo

Comunicado do Comitê de Solidariedade Popular – Covid 19 – Feira de Santana às organizações do povo e comitês de solidariedade e apoio mútuo “Não há uma humanidade. Há uma humanidade de classes. Escravos e Senhores.”Nestor Makhno Bolsonaro atestou em cadeia nacional a intenção genocida do seu governo, condenando nosso povo à morte, um crime de lesa-humanidade premeditado e declarado em um pronunciamento oficial. Bolsonaro não é um louco, é um assassino consciente de extrema-direita e expressão da barbárie capitalista e neoliberal que coloca o lucro acima da vida do povo. Bolsonaro não está sozinho, todo seu governo é igualmente criminoso, assim como empresários, banqueiros e a horda fascista que ainda mantém o apoio a esse governo genocida. As medidas sanitárias necessárias e urgentes, o lockdown, a quarentena para todos e a garantia de assistência social, salários e direitos ao conjunto da classe trabalhadora, especialmente aos setores mais vulneráveis e precarizados do povo, só podem avançar com Bolsonaro sendo defenestrado do poder, isso é evidente. Nesse sentido qualquer iniciativa para afastar Bolsonaro do cargo de presidente da República, derrotar esse governo genocida e evitar milhões de mortes precisam ser apoiadas ativamente, como as chamadas de barulhaço ou panelaço nas janelas, os atos simbólicos, a agitação e propaganda e a pressão popular por medidas para demover esse sociopata assassino do poder. Mas isso não é o bastante, é preciso pôr para fora todo o governo Bolsonaro/Mourão, e para além da institucionalidade burguesa desse Estado apodrecido, propor uma alternativa de poder do povo e um programa que conjugue a garantia de diretos fundamentais para a maioria com um horizonte de libertação e emancipação, um programa popular e revolucionário capaz de organizar coletivamente a indignação e o ódio para colocar fim a brutalidade capitalista e iniciar um processo de transformação social revolucionária, repartindo a riqueza, o trabalho e o poder. A auto-organização popular precisa ser impulsionada a partir de nossos territórios e organizações de base, a palavra de ordem Só o povo salva o povo! deve se traduzir na construção de comitês de solidariedade popular e apoio mútuo e em organismos e brigadas de autodefesa, como instrumentos de proteção popular, mas também de preparação da insurreição. Os dias sombrios e difíceis que se avizinham em uma velocidade alarmante não devem nos colocar em posição de medo ou resignação, ao contrário, a organização coletiva e a solidariedade que se afloram nesse momento de crise e devem se tornar permanentes, são os remédios para evitar as lutas fraticidas e o desespero de nossa gente. É preciso canalizar a fúria popular para os inimigos do povo, vingar as nossas mortes premeditadas e justiçar os seus responsáveis, nominalmente, os integrantes desse governo genocida, sua base de apoio empresarial e fascista. Essa crise faz também cair as máscaras que ainda restavam, ao menos, para quem ainda não conseguia enxergar de forma clara. Bolsonaro agora confirma a função da fraude que o elegeu e o alçou ao poder na farsa eleitoral exatamente com um discurso genocida e anti-povo, para cumprir a agenda capitalista e neoliberal de dilapidar os direitos sociais e aprofundar a guerra do Estado contra pobres, a maioria negra e os povos indígenas. Seu pronunciamento genocida, e que deve se confirmar como prenúncio de milhões de mortes, amplia também uma indignação tardia, visto que a pandemia de Covid-19 é uma ameaça real principalmente à vida das massas empobrecidas e da classe trabalhadora precarizada, mas extrapola os limites de classe e ameaça também setores aburguesados e grande parte da classe média brasileira. Bolsonaro, criminoso ligado às milícias do Rio de Janeiro, político profissional parasita e reacionário, foi eleito em uma fraude legitimada e orquestrada com o poder judiciário porque conseguiu canalizar parte das frustações com o sistema político decadente, mas principalmente, pela conjugação de dois fatores, a campanha de uma elite lúmpen e escravocrata que não aceita nem mesmo as políticas compensatórias e de inclusão de viés liberal promovidas pelos governos petistas, impulsionada pela falácia anticomunista e o antipetismo das empresas de mídia burguesa, que agora tentam se eximir de culpa, e pela soberba da ex-esquerda traidora, que se lambuzou na corrupção e preferiu as oligarquias, bancos, latifundiários e o grande capital ao povo, e mesmo após o desastre econômico do governo Dilma e sua deposição ilegal segue em sua lógica de autoafirmação e bravatas, provando agora diante dessa crise, ainda mais, sua covardia e omissão e que não possui nada para oferecer ao povo além de oportunismo eleitoral e cretinismo parlamentar. A social-democracia, encarnada nas direções de partidos como PT, PSOL e PCdoB, que domesticam grande parte dos movimentos sociais, incluindo as centrais sindicais e o MST, provam sua função histórica, primeiro como antessala do fascismo, pois foi a traição de classe de seus governos, como em outras partes do mundo, que arrumou a cama para a extrema-direita se deitar, e agora, vergonhosamente se negando a tomar qualquer iniciativa para afastar Bolsonaro do poder, utilizando uma argumentação fantasiosa e exercendo na prática o papel de linha auxiliar do fascismo. Nós estamos por nossa própria conta. A crise de dominação burguesa vai tomando contornos no mundo com a pandemia antecipando o colapso da economia capitalista, responsável pela destruição socioambiental e pela degradação que produz doenças, miséria e desgraças. Jair Bolsonaro em uma tentativa desesperada e patética de coesionar a base fascista que ainda lhe resta e defender os interesses capitalistas contra as medidas sanitárias, o que pode causar centenas de milhares ou até milhões de mortes, centralizar seus ministros e tentar usar politicamente a crise a seu favor, dá indícios que pode tentar um autogolpe para se manter no cargo, após começar a ser isolado por grande parte dos governadores e abandonado até mesmo por parte da sua base de apoio de direita. A Alta Cúpula das Forças Armadas (ACFA) e seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão, desautorizam publicamente o discurso genocida de Bolsonaro que contrariou até mesmo seu Ministério da Saúde até aquele momento e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e preparam o