Polarização neoliberal, violência política e circo eleitoral

Não é uma cena difícil de imaginar, pois é cotidiana para a maioria do nosso povo. Um jovem negro é parado por uma viatura da Polícia Militar enquanto retorna caminhando para sua casa. Mesmo exausto de uma jornada diária extenuante, segue um longo caminho para um bairro da periferia onde mora, porque precisa economizar o dinheiro da passagem do transporte público. Dois policiais, com armas em punho, descem do carro e iniciam a abordagem. Um dos policiais xinga e agride violentamente o jovem durante o baculejo, enquanto o outro, menos agressivo, faz perguntas e explica que suas características combinam com a descrição de um suspeito de cometer roubos nas proximidades, não por acaso, também negro. É uma espécie de teatro macabro da morte, onde o “policial mau” e o “policial bom” encenam papéis diferentes, mas complementares, cujo objetivo é o mesmo.         A Polícia Militar é uma máquina de matança e repressão, com corporações dominadas por grupos criminosos e cuja função principal é aterrorizar o povo trabalhador, em especial, o proletariado negro e a maioria marginalizada economicamente. A brutalidade policial é uma forma de opressão contra o povo pobre e trabalhador necessária para a manutenção dos níveis de exploração, desigualdade e miséria. O terrorismo de Estado e o neoliberalismo se complementam. O Estado Policial de hoje, que tem raízes históricas na escravidão, natureza oligárquica e foi moldado pela ditadura militar, é essencial ao capitalismo brasileiro e à dominação burguesa na atual etapa. O projeto neoliberal faz do nosso país um dos mais desiguais do mundo, transformando a vida da maioria de nossa gente em um verdadeiro inferno sobre a terra, sobrevivendo entre a pobreza, a negação de direitos sociais fundamentais, as dívidas, o desemprego ou o trabalho precarizado. O neoliberalismo é a nova escravidão.        A cena do “policial mau” e do “policial bom” representando papéis diferentes e complementares que descrevemos é a metáfora exata de como o neoliberalismo no Brasil sequestrou nossa falsa democracia para manter grande parte do povo brasileiro em uma situação de miséria, forjando dois lados da política nacional supostamente opostos, mas que no fundo servem aos mesmos senhores: os grandes capitalistas, o agronegócio, os banqueiros e o imperialismo. Bolsonaro, como o “policial mau”, que representa um projeto neoliberal conservador, mobilizando a irracionalidade e os piores sentimentos de um setor da população, principalmente da classe média, faz um governo criminoso e genocida apoiado por militares reacionários, hordas fascistas, pastores charlatães e um Congresso Nacional de ladrões e representantes da burguesia, dominado pelo chamado “Centrão”. Mobilizando setores armados através de clubes de tiro e de caçadores de fachada (os CACs), policiais militares em corporações de todo o país, milícias e organizações criminosas, parte dos comandados das Forças Armadas, assim como, caminhoneiros mercenários e um setor da burguesia brasileira, principalmente ligada ao agronegócio, mas ainda também explorando um sentimento antipetista responsável por sua eleição em 2018 e apoiado por uma rede internacional de extrema-direita, que envolve desde o racista Donald Trump até o Estado sionista de Israel, Bolsonaro ameaça uma tentativa de golpe de Estado diante de sua inevitável derrota eleitoral e iminente prisão em 2023. Responsável por grande parte das mortes de brasileiros que poderiam ser evitadas na pandemia de Covid-19 com suas políticas negacionistas e contra as vacinas, as quase 700 mil vítimas em números oficiais podem chegar na verdade ao número macabro de cerca de 2 milhões de mortes no país, segundo as próprias estimativas de subnotificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo Bolsonaro também é culpado pelos piores ataques contra a classe trabalhadora brasileira nos últimos tempos, aprofundando o programa neoliberal dos governos anteriores, promovendo diversas privatizações e favorecendo a destruição ambiental, atacando a aposentadoria, os direitos dos trabalhadores, a educação e a saúde pública, destruindo programas sociais e colocando o país novamente na mapa da fome, com o maior nível de desemprego real e informalidade de nossa história, a maior inflação e carestia dos últimos 25 anos, resultando hoje em 33 milhões de brasileiros vivendo na miséria absoluta e sem ter o comer, 125 milhões com algum nível de insegurança alimentar e quase 80% das famílias endividadas, muitas vezes precisando escolher entre pagar o aluguel e as contas ou comprar comida, gás, etc. Bolsonaro manteve as criminosas políticas de Temer com o Preço de Paridade Internacional (PPI) na Petrobras, tirando dinheiro do povo com os aumentos absurdos nos combustíveis para transferir aos acionistas privados, e também o famigerado Teto dos Gastos Públicos para retirar verbas da saúde e da educação. Em conjunto com o covil de ladrões do Congresso Nacional e o gangster Arthur Lira, esse governo legalizou a roubalheira através do “orçamento secreto” e das chamadas “emendas do relator”, e é culpado ainda pelo maior desmatamento na Amazônia e outros biomas brasileiros que em grande medida foram as causas das diversas tragédias ambientais que vivemos nos últimos tempos.  Bolsonaro e sua família de idiotas, os militares facínoras que apoiam seu governo e fizeram do Estado brasileiro uma grande fonte de mamatas, os políticos pilantras que dão suporte aos ataques contra o povo, e os capitalistas que ajudaram a eleger e manter esse governo criminoso, mais do que a cadeia, merecem receber a fúria da justiça popular. São vermes e bandidos, cujo único fim justo deve ser a vingança do povo, cobrando as mortes e os crimes contra os brasileiros e brasileiras pelos quais são responsáveis. Lula, representando por sua vez o “policial bom” do teatro neoliberal, capitaliza boa parte da esperança de mudança do povo brasileiro, em grande parte pela memória positiva da economia em seus dois governos, mas é o velho charlatão neoliberal e negociador de sempre. A frente ampla de Lula e Geraldo Alckmin que reúne partidos da falsa esquerda como PT, PCdoB e PSB, passando pelos setores da esquerda liberal como o PSOL, direções corrompidas das centrais sindicais como CUT e CTB e de movimentos como MST, APIB, MTST e outros, até os partidos de direita e parte do “Centrão”, é apoiada também por grandes capitalistas e

Abaixo o circo eleitoral dos inimigos do povo!

O circo eleitoral foi armado com antecipação. São quase diárias as pesquisas e notícias sobre os candidatos e os partidos da ordem burguesa na grande mídia. Essa espécie de “teatro dos vampiros” acontece em meio a maior tragédia humanitária e crise social vivida pelo povo brasileiro. O governo genocida de Jair Bolsonaro é responsável por milhares e milhares de mortes. O desemprego e a precarização fazem avançar cada vez mais a miséria e a pobreza. A inflação e o alto custo de vida endividam a maioria das famílias e milhões estão em situação de fome. Bolsonaro, com suas asneiras e mentiras diárias, é um facínora que deve pagar por seus crimes. Seu governo assassino precisa ser derrubado com a força das ruas, barricadas e molotovs. Lula, o charlatão de sempre, canaliza a esperança de uma oposição covarde, domesticada e cúmplice desse governo genocida. Enquanto o PT e os partidos da falsa esquerda apoiam descaradamente diversas medidas do governo no Congresso, sabotam as lutas populares e o enfrentamento contra o governo por interesses eleitorais e oportunistas. É precisa romper com as ilusões nessa falsa esquerda, que é apenas parte do teatro neoliberal para enganar o povo e provou diversas vezes sua demagogia governando para os ricos. O governo reacionário de Rui Costa na Bahia é mais uma prova de que o PT é apenas um partido de direita. A descarada burguesia brasileira agora tenta emplacar Sergio Moro na chamada “terceira via”. O juiz ladrão e despreparado é uma tentativa desesperada de um candidato puro-sangue dos ricos, com ligações diretas com o imperialismo dos EUA. Bolsonaro, Moro e Lula são três cabeças da mesma besta: a agenda neoliberal que impõem a miséria e a exploração para milhões de brasileiros, enquanto retira direitos do povo e enriquece ainda mais banqueiros, latifundiários e multinacionais. Apenas a organização do povo nas comunidades pobres, a luta radical dos trabalhadores e da juventude pode mudar esse país e libertar nossa gente. As eleições dessa falsa democracia, filha da ditadura e neta de escravidão, servem apenas para ludibriar e perpetuar a desgraça de nosso povo. FOGO NO CIRCO ELEITORAL!REBELIÃO CONTRA A NOVA ESCRAVIDÃO!  Movimento de Unidade Popular – MUP Contatos com o MUP podem ser feitos através do e-mail: movimentounidadepopular@protonmail.com ou redes sociais @movimentounidadepopular

Manifesto da Campanha Justiça para Pedro Henrique

3 ANOS DE IMPUNIDADE, EXIGIMOS PUNIÇÃO PARA OS ASSASSINOS! Na madrugada do dia 27 de dezembro de 2018, três homens encapuzados invadiram a casa de Pedro Henrique Santos Cruz Souza enquanto ele dormia no bairro Nova Esperança, na cidade de Tucano, interior da Bahia, se identificaram como policiais militares, lhe deram voz de prisão e o executaram sumariamente com 8 tiros de pistola, 2 tiros atingiram o rosto de Pedro enquanto estava com as mãos na cabeça e outros 6 quando já estava caído em um colchão. Após o assassinato covarde roubaram seu celular e em seguida fugiram em um veículo prata. Pedro Henrique, morto com 31 anos, foi um ativista de direitos humanos que organizava desde 2013, em Tucano (BA), a Caminhada da Paz. Após sofrer diversas ameaças e registrar denúncias na Delegacia de Tucano e no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) sobre abordagens violentas feitas pelos policiais militares Alex Andrade Sidnei Santana, Bruno Montino e Edvando Cerqueira, Pedro foi covardemente executado em um crime premeditado, um assassinato político cometido por agentes do Estado. A Caminhada da Paz, organizada por Pedro em Tucano, sempre teve como objetivo denunciar as ações violentas e criminosas da PM na cidade baiana, como a “Chacina de Tucano”, quando 5 jovens da periferia foram arrancados de suas casas, torturados e assassinados por policiais em junho de 2015. Após a realização da VI Caminhada da Paz, última organizada por Pedro, em maio de 2018, quando PMs tentaram aterrorizar e amedrontar manifestantes pacíficos, as abordagens violentas aumentaram. Em outubro de 2018, Pedro teve sua casa invadida por policiais e guardas municipais, sendo conduzido, preso por cultivar alguns pés de maconha no seu quintal para consumo próprio e liberado da falsa acusação de tráfico de drogas logo em seguida. Foi após esse episódio de repressão contra a Caminhada da Paz e posterior invasão ilegal da casa de Pedro, que as ameaças dos policiais militares aumentaram, até que cumprindo essas ameaças, Pedro Henrique seria brutalmente assassinado em 27 de dezembro de 2018. Os assassinos foram reconhecidos pela testemunha ocular do crime, a companheira de Pedro que dormia com ele no local, um inquérito policial foi aberto e concluído, cabendo ao Ministério Público do Estado da Bahia oferecer denúncia contra os assassinos, mas o MP-BA segue novamente se omitindo e retardando o processo por meses e meses. Apenas no segundo semestre de 2021 foi criado o Grupo de Operação Especial e Operacional de Segurança Pública (GEOSP) para atuar junto ao Ministério Público nas investigações. Os policiais militares Bruno de Cerqueira Montino, Sidnei Santana Costa e José Carlos Dias dos Santos, que atuam 2ª Companhia da PM-BA de Tucano e no 5º Batalhão da PM-BA de Euclides da Cunha, foram reconhecidos, apontados pela testemunha e indiciados como assassinos de Pedro, mas mesmo assim, não foram nem mesmo afastados da corporação e seguem atuando impunemente na Polícia Militar da Bahia. Pedro Henrique é uma vítima do Terrorismo de Estado. Sua morte foi um assassinato político cometido por agentes do Estado. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), é cúmplice e conivente com a brutalidade policial, a violência estatal e o genocídio que atinge principalmente jovens homens negros e pobres na Bahia. A Polícia Militar da Bahia é responsável por milhares de assassinatos extrajudiciais todos os anos, figurando entre as corporações que mais matam jovens pobres no país. Os grupos de extermínio atuam sob o silêncio e a cumplicidade das autoridades e a própria lógica genocida de atuação da PM-BA é de inteira responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e do governo do Estado da Bahia.            Os policiais envolvidos no assassinato de Pedro Henrique, após as denúncias do caso também passaram a tentar intimidar a professora Ana Maria Cruz, mãe de Pedro, que além de ameaçada, foi processada e acusada de injúria e difamação. A Campanha Justiça para Pedro Henrique, formada por familiares e amigos de Pedro, entidades de direitos humanos e organizações negras e populares da Bahia e do Brasil exige do Governo da Bahia, da Secretaria de Segurança Pública, do judiciário e do Ministério Público do Estado da Bahia o posicionamento público e o imediato afastamento da PM-BA dos policiais miliares Bruno de Cerqueira Montino, Sidnei Santana Costa e José Carlos Dias dos Santos, assim como, a prisão preventiva, o julgamento e a punição devida e exemplar dos assassinos de Pedro. Nessa data que marca os 3 anos do assassinato de Pedro e a memória de um mártir e jovem lutador do povo assassinado covardemente, convocamos todos e todas para se somarem à nossa mobilização, pois é preciso dar um basta na impunidade e exigir a punição imediata dos assassinos. PEDRO HENRIQUE VIVE E LUTA!PUNIÇÃO PARA OS ASSASSINOS!ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E O GENOCÍDIO! 27 de dezembro de 2021, Bahia, Brasil. CAMPANHA JUSTIÇA PARA PEDRO HENRIQUE Familiares e Amigos de Pedro Henrique; Alternativa Popular; Casa da Resistência; Centro Popular George Américo; Coletivo Carranca – FOB; Coletivo Negro Minervino de Oliveira – PCB; Contrapoder; Cooperativa Ujamaa; Editora Grito do Povo; Editorial Adandé; Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil – FOB; Frente Estadual pelo Desencarceramento na Bahia; Mandato da Resistência Dep. Estadual Hilton Coelho (PSOL-BA); Mídia1508; Mídia Independente Coletiva – MIC; Movimento de Unidade Popular – MUP.

Genocídio subnotificado: Covid-19 pode ter matado mais de 1 milhão de brasileiros

No último dia 21 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu em relatório que o número de mortos pela Covid-19 no mundo é até 3 vezes maior, estimando que a pandemia de Coronavírus matou entre 6 e 8 milhões de pessoas no mundo até o momento, considerando as mortes diretas e colaterais. A subnotificação é muito maior no sul global e nos países onde existe maior pobreza e condições precárias de vida, como é o caso do Brasil. No país, pelos dados oficiais subnotificados, chegamos agora em 450 mil mortos na última semana de maio, sendo que existem pelo menos 150 mil mortes que faltam ser confirmadas por exames, registradas como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, são 600 mil mortes de brasileiros considerando os dados oficiais. A subnotificação das mortes por Covid-19 é desde o início da pandemia a política oficial do governo federal fascista e negacionista de Bolsonaro, assim como de grande parte dos governos estaduais e prefeituras, para atender aos interesses dos capitalistas e dos ricos, tentar minimizar o tamanho da nossa tragédia e não tomar as medidas sanitárias e sociais necessárias para salvar vidas. O cálculo real das mortes por Covid-19 no Brasil envolve diversos fatores, mas precisa ser feito para dimensionar de forma mais realista o genocídio do povo brasileiro e a lógica criminosa dos governos e patrões. Considerando cerca de 30% de casos de reinfecção (como registrado na “segunda onda” em Manaus) e sendo de 14 à 16 vezes maior o número total de contaminados, os 16 milhões de casos no Brasil significam na verdade entre 155 e 180 milhões de brasileiros contaminados por Covid-19 uma vez ou mais, algo entre 75% e 85% da população total do país, e o número de mortes real é de no mínimo 940 mil mortos, podendo facilmente passar de 1 milhão de mortos, considerando a letalidade mínima de Covid-19 de 0,6% a partir do número geral de contaminados. A naturalização da morte e o papel criminoso do governo de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia são as marcas do que já é a maior tragédia da história do Brasil. Ao contrário de tudo que uma política séria de combate a Covid-19 que deveria ser feita com a testagem em massa, a preparação devida da rede de saúde pública, as medidas sanitárias necessárias e a garantia de um auxílio emergencial digno para o povo pobre e trabalhador, o governo negacionista e assassino de Bolsonaro e dos generais atuou para favorecer a contaminação e espalhar a doença, sendo responsável por milhares de mortes evitáveis. Boa parte dos governos estaduais que inicialmente adotaram medidas sanitárias, ainda que insuficientes, também cederam à pressão dos patrões e capitalistas, colocando o lucro dos ricos acima da vida do povo. Trabalhadores e trabalhadoras da saúde, da limpeza e informais são as maiores vítimas da Covid-19 e do governo Bolsonaro/Mourão. Os transportes públicos lotados representam o maior vetor de contaminação, um crime contra a saúde pública também cometido por governos estaduais e prefeituras associadas às máfias que controlam os transportes coletivos no país. Apenas a luta popular combativa e revolucionária pode vingar as mortes de nosso povo e fazer memória de nossos familiares e amigos perdidos pelas políticas de morte dos governos e patrões. Bolsonaro e todo o seu governo, os militares fascistas, os políticos corruptos, o judiciário cúmplice e o empresariado que sustenta seu governo precisam pagar pelos seus crimes, não apenas nos tribunais internacionais, mas também pela justiça popular e pela fúria do povo em revolta. A unidade dos que lutam e a solidariedade popular precisam marcar a retomada das lutas nas ruas. Só a ação direta, a radicalização e a construção da Greve Geral e da rebelião popular podem vingar nossos mortos, derrotar o governo assassino de Bolsonaro e Mourão e fazer com que os ricos e os governantes sejam responsabilizados pelos seus crimes contra a saúde pública e a vida do povo brasileiro. Referências: Sobre o relatório da OMS, ver: https://www.dw.com/pt-br/total-de-mortes-por-covid-19-pode-ser-3-vezes-maior-diz-oms/a-57628094 Sobre a taxa de reinfecção na “segunda onda” em Manaus, ver: https://www.poder360.com.br/coronavirus/taxa-de-reinfeccao-pode-ter-chegado-a-31-na-2a-onda-da-pandemia-em-manaus/ Acerca da subnotificação de casos de Covid-19 no Brasil, ver: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/05/16/pesquisa-aponta-que-casos-da-covid-19-no-brasil-podem-ser-16-vezes-maiores e https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-estimativa-aponta-numero-de-casos-14x-maior-do-que-o-oficial/ Sobre a taxa de letalidade real da Covid-19, ver: https://www.sanarmed.com/taxa-de-letalidade-real-da-covid-19-e-de-06-aponta-oms Estudo internacional sobre a subnotificação de mortes no Brasil e no mundo, ver: https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2021/05/10/covid-19-ja-matou-595-mil-pessoas-no-brasil-46percent-a-mais-que-na-conta-oficial-diz-instituto.ghtml Sobre as mortes por Covid-19 não confirmadas por falta de diagnóstico, que constam como SRAG, ver: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56529762

Movimentos e Organizações Combativas convocam Campanha pela Greve Geral 

A Campanha pela Greve Geral é uma construção nacional e unitária reunindo diversas organizações populares, movimentos de luta, coletivos independentes, lutadores e lutadoras do povo de todo o Brasil para impulsionar a mobilização de massas e coordenar a luta combativa, radical e coletiva contra as políticas de morte, o genocídio, a agenda neoliberal e em defesa da vida e dos direitos sociais do povo pobre e da classe trabalhadora brasileira, como alternativa ao imobilismo da esquerda institucional e domesticada, das direções covardes e burocracias das centrais sindicais e entidades oficiais. Nós, a classe trabalhadora e o povo pobre brasileiro, vivemos uma situação de calamidade. São milhares e milhares de mortes subnotificadas todos os dias por culpa da ganância capitalista e da irresponsabilidade e ingerência do governo federal e dos governos locais diante da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, um auxílio emergencial miserável, o fim do programa de manutenção do emprego, demissões em massa, explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, avanço das privatizações entreguistas, ataques aos serviços públicos e aos servidores, retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, tragédias e destruição ambiental, despejos desumanos e ilegais, assassinatos e prisões racistas, feminicídios, violência contra o povo negro, camponeses pobres e povos indígenas. Esse cenário catastrófico pode apenas ser revertido com a unidade da luta popular combativa e revolucionária, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e uma oposição covarde e conciliatória. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de unidade de ação e organização coletiva das lutas contra o governo genocida, militar e neoliberal de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais para impulsionar a rebelião justa e necessária de nosso povo. A Campanha pela Greve Geral é construída nas bases e localmente através dos Comitês pela Greve Geral, que são instâncias de mobilização popular permanente e abertas aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, aos militantes independentes e de movimentos populares, a juventude combativa e aos estudantes do povo, aos desempregados e desempregadas, aos sindicatos combativos e autônomos, aos camponeses pobres, organizações dos povos indígenas, ativistas das periferias e favelas, as donas de casa, as mulheres do povo, ao povo negro, aos precarizados e todos os lutadores e lutadoras do povo pobre e trabalhador com disposição para organizar a ação direta popular, a propaganda e a agitação de massas e a luta combativa em defesa de nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo neofascista e pelos capitalistas. A unidade dos que lutam, a radicalização e os métodos combativos são as respostas necessárias frente à catástrofe e ao avanço do genocídio e da guerra biológica dos capitalistas contra o povo brasileiro, por um lado, e ao imobilismo deliberado das direções conciliadoras e covardes das grandes centrais sindicais e partidos eleitorais, por outro. Os partidos da esquerda institucional sabotam e domesticam as lutas do povo, insistindo na defesa e legitimação das instituições apodrecidas da democracia burguesa, mesmo sob o avanço da gestão da extrema-direita, dos militares saudosistas da ditadura e da agenda ultraliberal que não respeitam nem mesmo as próprias instituições do Estado burguês. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de organização coletiva, luta combativa e antifascista, construída a partir da ação direta, da independência de classe, do anti-imperialismo, da solidariedade e da unidade popular. Os Comitês pela Greve Geral devem coordenar e articular a mobilização de massas baseados na unidade de ação, método pelo qual lutadores e lutadoras do povo atuam conjuntamente, a partir de uma lógica não-sectária e supraideológica, com um programa mínimo comum. O comitê local é parte da campanha nacional pela Greve Geral e aberto para movimentos combativos, organizações de luta e coletivos independentes. Organizam a ação local e podem ser formados mais de um comitê na mesma cidade com diferentes setores populares, desde que orientados pelos mesmos métodos e buscando a coordenação de ações. A Campanha pela Greve Geral é baseada em um calendário nacional de lutas em defesa da vida de nosso povo e contra governos e patrões, para avançar até a Greve Geral e uma rebelião de massas em nosso país. Convocamos, portanto, todo o povo pobre e trabalhador brasileiro, para: • Derrotar nas ruas, com greves, barricadas, ocupações e lutas combativas o governo militar e genocida Bolsonaro/Mourão, o Congresso Nacional corrupto, os capitalistas e as oligarquias; • Pela vacinação imediata de toda a população, com garantia de medidas sanitárias e sociais até a imunização completa contra a Covid-19 no país; • Por uma renda básica no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres; por um amplo programa contra a fome e pela garantia da soberania alimentar para o povo brasileiro; • Pelo controle e fixação dos preços dos alimentos e itens da cesta básica, assim como, dos combustíveis, do transporte público e das contas de aluguel, energia e água; • Pelo fim do genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, dos ataques aos povos indígenas, quilombolas e ao meio ambiente, dos despejos e violência contra acampamentos e assentamentos camponeses e ocupações sem-teto. 

Palestina: Massacre Sionista e Nova Intifada

O Estado sionista de Israel iniciou uma nova ofensiva contra o povo palestino, são ataques covardes à Faixa de Gaza, utilizando inclusive bombardeios com armas químicas, que já mataram pelo menos 90 palestinos, incluindo 20 crianças. Esta nova onda de violência israelense ocorre nos últimos dias do mês sagrado muçulmano do Ramadã. Os eventos tiveram início com a repressão na Mesquita de Al-Aqsa e a resistência palestina contra os despejos no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental. A polícia israelense deixou mais de 300 palestinos feridos na Esplanada das Mesquitas, centenas de nazi-sionistas marcharam nas ruas gritando “morte aos árabes” e o massacre se estendeu até a Porta de Damasco, entrada do bairro muçulmano Sheikh Jarrah, onde famílias palestinas resistem a mais uma invasão de colonos israelenses. Desde o início do Ramadã, a polícia israelense tenta impedir que palestinos celebrem seu mês sagrado, o que gerou protestos em Jerusalém, Haifa, no norte de Israel, e nas proximidades de Ramallah, na Cisjordânia. A Mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islã e os conflitos se intensificaram com a celebração anual sionista da conquista de Jerusalém Oriental e da Cidade Velha por setores da extrema-direita israelense, que chamam a data de “Dia de Jerusalém”. Da repressão em Jerusalém e em Sheikh Jarrah, e a exigência pela resistência palestina pelo fim dos massacres, da repressão e das prisões, o governo israelense do corrupto e nazi-sionista Benjamin Netanyahu iniciou uma suposta vingança contra foguetes lançados pelo Hamas, com ataques aéreos contra Gaza e disparos de tanques e navios de guerra por todo o território, atingindo residências palestinas, escolas, entidades civis, fábricas e plantações. Nessa madrugada de 12 de maio, Israel bombardeou a Faixa de Gaza com fósforo branco, arma química que tem uso proibido internacionalmente. Tudo isso ocorre com a complacência do governo democrata de Joe Biden nos EUA, e mesmo diante da condenação da comunidade internacional, tudo indica que Israel deve seguir com seus ataques e com o holocausto que promove contra o povo palestino. Desde a Nakba (catástrofe, em árabe) em 1948, o povo palestino resiste heroicamente ao Estado sionista de Israel. São 73 anos de apartheid com a negação de direitos aos palestinos, expropriação de terras e expulsão forçada, despejos arbitrários, demolição de casas, bombardeios aéreos, invasões de tanques de guerra, assassinatos deliberados, ataques a refugiados, imposição do exílio e ocupação militar. Mesmo diante de tudo isso, Israel, que impede também o acesso palestino às vacinas contra a Covid-19, tenta pintar a resistência do povo palestino e o movimento internacional de apoio à causa palestina como antissemita, utilizando-se de um gigantesco lobby judaico que compra diversos setores para tentar pintar o sionismo como vítima do próprio massacre que promove, organizando uma espécie de 4º Reich contra os territórios palestinos e repetindo os métodos da Alemanha nazista contra judeus, visto também que o sionismo parte do mesmo princípio de “povo escolhido” usado pelos arianos. Israel é uma peça fundamental do genocídio transnacional, o Estado fantoche do imperialismo norte-americano, exporta sua tecnologia e inteligência militar para as polícias e a repressão dos Estados em todo o mundo, por isso mesmo, o genocídio do povo negro e pobre aqui no Brasil tem uma relação direta com o holocausto palestino promovido por Israel. O povo palestino em mais de 7 décadas de resistência heroica merece nossa solidariedade permanente para que avance até uma nova intifada contra Israel. Defender a Palestina é nossa obrigação internacionalista e humanitária. As intifadas, termo que pode ser traduzido como rebelião, revolta ou insurreição, ocorreram em 1987 e 2000, e duraram alguns anos. A situação atual indica uma nova insurreição palestina contra Israel, que precisa ter a solidariedade ativa de lutadores e lutadoras de todo o mundo, ampliando os movimentos de boicote, os atos internacionalistas e a agitação e propaganda em apoio à resistência contra Israel. A causa e bandeira palestina devem tremular nas ações, lutas e atividades dos movimentos populares. A luta palestina em Gaza, Cisjordânia e nos territórios ocupados pelo nazi-sionismo de Israel é a luta da humanidade contra a barbárie. TODO APOIO À RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO CONTRA OS COVARDES ATAQUES ISRAELENSES!

Manifesto Unificado do 1º de maio: Construir a Greve Geral

O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais a serviço dos capitalistas, latifundiários e banqueiros é o grande responsável pela tragédia que vive o povo pobre e trabalhador brasileiro. O avanço da fome e da situação miséria que já atinge mais da metade da população, o aumento do custo de vida e o maior nível de desemprego da história se somam as milhares de mortes diárias por Covid-19. Com cerca de 400 mil mortes subnotificadas, nossa tragédia real pode ser até 4 vezes maior, com o país se tornando o centro mundial da pandemia. Em ônibus e metrôs lotados, trabalhos precários e subempregos nosso povo caminha para a morte todos os dias. Entre passar fome ou ser contaminados pela Covid-19, escolhemos lutar pela vida e contra o genocídio. Lutar e vencer os governos e patrões genocidas, para vingar nossos mortos e honrar a memória das milhares de vidas perdidas. O auxílio emergencial miserável é um escárnio com o trabalhador brasileiro. O aumento nos preços dos alimentos, itens básicos e combustíveis é insuportável. No mesmo país que ganhou 11 novos bilionários durante a pandemia e os ricos furam a fila da vacina, falta oxigênio, medicamentos e vagas nos hospitais para os pobres. A contaminação e as variantes da doença se espalham pelo país. Enquanto isso, as direções das centrais sindicais e dos partidos eleitorais seguem de forma covarde e oportunista se negando a lutar contra o governo militar e genocida de Bolsonaro, interessados apenas nas eleições de 2022. Para reverter esse quadro e defender nossas vidas é necessário construir desde agora a Greve Geral e organizar a rebelião do povo pobre e trabalhador brasileiro, para: 1) Derrotar nas ruas o governo Bolsonaro/Mourão, os militares e o Congresso Nacional corrupto; 2) Garantir a vacinação imediata de toda a população e medidas sanitárias até a imunização completa contra a Covid-19 no país; 3) Conquistar uma renda básica digna no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres, exigir um amplo programa contra a fome, o controle e a fixação dos preços dos alimentos e dos combustíveis, a suspensão das contas de aluguel, energia e água, e; 4) Parar o genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, os ataques aos povos indígenas e ao meio ambiente, os despejos e a violência contra os acampamentos e assentamentos camponeses e as ocupações sem-teto. A Campanha pela Greve Geral é uma articulação nacional que reúne diversas organizações populares, movimentos combativos e coletivos independentes no país, para organizar a ação direta e a mobilização popular permanente com greves, ocupações, barricadas, ocupações, lutas combativas e unidade popular. Nesse 1º de Maio, data histórica de luta de nossa classe e memória dos mártires operários, convocamos os trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, a juventude combativa, os desempregados, as organizações indígenas, o povo negro, as associações de favelas e periferias e todos os lutadores e lutadoras do povo para construir a Greve Geral pela base e organizar a rebelião popular em defesa das nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo fascista e pelos capitalistas. CAMPANHA NACIONAL PELA GREVE GERAL

Haiti: por uma nova Revolução Negra contra a ditadura neoliberal

O povo haitiano protagonizou a primeira revolução libertadora latino-americana, abolindo a escravidão e conquistando a independência do país. A vitoriosa rebelião negra de São Domingos, liderada por Jean-Jacques Dessalines na abertura do séc. XIX (1791-1804), sacudiu o Caribe colonial, aterrorizou senhores de escravos e inspirou diversas rebeliões negras em todo o mundo. Mas desde sua libertação do domínio colonial francês, o país passa por um interminável ciclo de governos despóticos, intervenções estrangeiras, golpes, tiranicídios, rebeliões e profunda pobreza. Nos últimos meses o Haiti vive uma situação de rebelião popular permanente, com mobilizações massivas nas ruas contra o governo neoliberal de Jovenel Moïse, a corrupção e as condições sociais do povo, e ao mesmo tempo, entrou em uma nova uma espiral de caos e violência reacionária. A situação política se deteriorou ainda mais, quando em 7 de fevereiro desse ano o presidente reacionário Jovenel Moïse consumou um novo Golpe de Estado. Membro do partido neoliberal Tèt Kale (PHTK), o corrupto Moïse tem 52 anos e é empresário. Chegou ao poder em meio a acusações de fraude e após eleições com apenas 21% de participação, em 2016. A crise do seu governo teve início com o esquema de corrupção que desviou mais de 2 bilhões de dólares do fundo da Petrocaribe e das agressivas medidas neoliberais aplicadas, impostas após um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que acabaram com os subsídios dos combustíveis e iniciaram a privatização do setor elétrico do país. Com o Golpe de Estado, Moïse tenta manter seu mandato indefinidamente usando a violência política paramilitar e a repressão contra o povo e a oposição, contando com o apoio de potências imperialistas, principalmente dos Estados Unidos, Canadá e França. O legislativo foi fechado em janeiro, após os parlamentares entregarem seus mandatos e agora o governo golpista quer alterar a constituição através de um referendo em 25 de abril organizado pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP), cujos membros foram indicados pelo próprio Moïse, e que tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA. As centrais sindicais do país, organizações de trabalhadores rurais e urbanos, movimentos de mulheres, diversas agrupações da diáspora, além do próprio judiciário, parlamentares, câmaras empresariais, a Conferência Episcopal, setores evangélicos e a ordem dos advogados conformam a oposição e se colocam contra essa nova ditadura neoliberal, dando início a uma situação de duplo poder, já que o governo Moïse mantém o controle do Estado haitiano – em particular as suas forças repressivas – enquanto a grande maioria dos setores da sociedade civil decidiram nomear um presidente provisório – o juiz Joseph Mécène Jean Louis – com o objetivo de comandar o que chamam de “transição de ruptura” e convocar eleições a médio prazo. Esse presidente provisório tem o apoio de toda oposição, que inclui setores progressistas e liberais, assim como, nacionalistas e anti-neoliberais que se articulam no polo de oposição mais radical chamado de Fórum Patriótico Popular. O setor conservador da oposição, por sua vez, compete pelo apoio da Embaixada dos EUA. O grande número de fundações, agências de cooperação, ONGs coloniais e igrejas neopentecostais norte-americanas tentam cooptar e desmobilizar os movimentos de trabalhadores rurais e urbanos, mas isso não foi suficiente para impedir que o povo haitiano fosse para as ruas protestar em mobilizações radicalizadas e massivas contra o Golpe de Estado, a violência estatal, a corrupção e a ingerência estrangeira. As grandes mobilizações nacionais continuam nesse mês de abril. Em fevereiro, trabalhadores paralisaram o país com uma Greve Geral e outra foi convocada no último dia 15 de março. A longa tradição combativa e de luta pela vida do povo haitiano é marcada também por tragédias. Em 2010 um terremoto deixou cerca de 300 mil mortos e mais 300 mil feridos, destruindo parte da capital, Porto Príncipe. Após o terremoto, uma epidemia de cólera tomou conta da ilha afro-caribenha, que tem cerca de 10 milhões de habitantes e é um dos países mais pobres do mundo. Os governos imperialistas, principalmente os EUA, intervém e ocupam militarmente o Haiti por décadas, com a desculpa de realizar “missões humanitárias”. As últimas ações militares se deram com a ocupação da MICIVH (1993) e depois com a sanguinária Minustah (2004-2017), quando o país foi ocupado por tropas da ONU lideradas pelo Brasil durante os governos do PT/PMDB e coordenadas por figuras como carcomido e fascista general Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo genocida Bolsonaro/Mourão. A ocupação militar do Haiti pela Minustah, com massacres, estupros e diversas violações de direitos humanos prepararam as tropas brasileiras para a inédita política de ocupação militar de territórios urbanos no Brasil, as Unidades de Polícia Pacificadora, as famigeradas UPPs, implementadas pela política de segurança pública genocida dos governos do PT/PMDB. Desde 1957 todos os governos haitianos tiveram intervenção do imperialismo norte-americano, que também patrocinou os golpes que derrubaram o governo do ex-padre progressista Jean-Bertrand Aristide, primeiro em 1996 e depois em 2004. O povo negro haitiano segue com uma disposição heroica de luta e resistência nas ruas, em um país destruído economicamente, esgotado pela pobreza extrema, tragédias ambientais, corrupção, políticas neoliberais e intervenções imperialistas. Apenas a unidade anti-imperialista e a aliança entre trabalhadores da cidade e do campo, a juventude combativa e as organizações populares podem derrotar a ditadura neoliberal de Jovenel Moïse e garantir a construção de um futuro digno para o sofrido povo haitiano. ABAIXO A DITADURA NEOLIBERAL DE MOÏSE E O IMPERIALISMO NO HAITI!TODO PODER AO POVO! POR UMA NOVA REVOLUÇÃO NEGRA E LIBERTADORA!

Memória e justiça: 7 anos do assassinato brutal de Cláudia Ferreira

Cláudia Silva Ferreira, conhecida como Cacau, era mãe de quatro filhos e cuidava de outros quatro sobrinhos. Foi assassinada pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro quando caminhava para comprar comida para seus filhos na manhã do dia 16 de março de 2014. Morta pela PMERJ durante uma operação no Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro, Cláudia Silva Ferreira teve seu corpo colocado dentro da mala da viatura pelos PMs, que alegavam prestar socorro, e durante o trajeto o porta-malas do carro abriu, o corpo de Claudia caiu na pista e ficou preso por um pedaço de roupa, resultando nas imagens brutais do seu corpo sendo arrastado por 350m na estrada Intendente Magalhães. A trabalhadora negra, que era auxiliar de serviços gerais em um hospital, foi assassinada aos 28 anos. Até hoje os policiais que mataram Cacau seguem impunes, todos os envolvidos seguem trabalhando normalmente na PMERJ, sem receber qualquer tipo punição criminal ou administrativa. Durante esses 7 anos de processo, apenas uma audiência sobre o caso foi realizada. Respondem pela morte de Claudia, o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura e os policiais Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, Adir Serrano, Rodney Archanjo, Alex Sandro da Silva e Gustavo Ribeiro Meirelles. A LUTA DO POVO VINGARÁ SUA MORTE! CLÁUDIA FERREIRA, PRESENTE!ABAIXO O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO NAS FAVELAS E PERIFERIAS! 

Em defesa da vida de Mumia Abu-Jamal

O ex-pantera negra e jornalista Mumia Abu-Jamal, caso mais emblemático de prisioneiro político da supremacia branca nos EUA encontra-se em uma situação de saúde grave e sua vida está em risco por conta da Covid-19 e sua condição carcerária. Vítima de uma montagem jurídico-policial da América racista, Wesley Cook (nome de batismo de Mumia) é um preso político preto desde 1981, e teve sua pena de morte convertida em prisão perpétua após mobilizações em todo o mundo. Mumia foi diagnosticado com Covid-19 no fim do mês de fevereiro desse ano e encontra-se em quarentena e com dificuldades respiratórias. O ex-pantera negra e integrante da família revolucionária MOVE, que ficou conhecido por seu programa de rádio “A voz dos sem voz” na Filadélfia (EUA), enfrenta uma condição precária de saúde na prisão, com problemas cardíacos, nos rins e na visão por ter seu tratamento negado, podendo desenvolver um caso grave de coronavírus em decorrência das precárias condições carcerárias. O movimento pela libertação de Mumia solicita a solidariedade ativa e a mobilização das organizações e militantes internacionalistas e antirracistas em defesa da vida, saúde e liberdade de Mumia Abu-Jamal, que vai completar 67 anos em abril. Segundo sua advogada de longa data, Johanna Fernandez, o movimento por sua libertação exige do governador da Pensilvânia que aplique a lei de indulto aos presos com mais 65 anos para libertar Mumia da prisão estadual em que se encontra, assim como outros presos idosos, para evitar mais mortes por Covid-19 nas prisões racistas dos EUA. LIBERDADE IMEDIATA PARA MUMIA ABU-JAMAL!FOGO NA AMÉRICA RACISTA! MORTE AO IMPÉRIO! Uma forma de apoiar Mumia é enviando mensagens exigindo sua liberdade para os e-mails do governo, justiça e sistema carcerário da Filadélfia: justice@phila.gov, jowetzel@pa.gov, brunelle.michael@gmail.com (governador Tom Wolf). URGENT SOLIDARITY IN LIFE DEFESS AND MUMIA ABU-JAMAL FREEDOM Tradução em inglês da nota pela Campanha Internacional Mobilization4Mumia Former black panther and journalist Mumia Abu-Jamal, most emblematic white supremacist political prisoner in the U.S. is in a serious health situation and his life is at risk because of Covid-19 and his prison condition. Victim of a racist American legal-police montage, Wesley Cook (Mumia’s baptismal name) is a political prisoner black since 1981, and had his death penalty converted into life after mobilizations worldwide. Mumia was diagnosed with Covid-19 at the end of February of that year and is in quarantine and breathing difficulties. Former black panther and member of the revolutionary family MOVE, who became known for his radio show ′′The Voice of the Voiceless′′ in Philadelphia (USA), faces a precarious health condition in prison, with heart, kidney and kidney problems vision for having his treatment denied, and could develop a serious case of the coronavirus due to the precarious precarious incarceration. Mumia’s liberation movement calls for active solidarity and mobilization of internationalist and anti-Racist organizations and militants in defense of the life, health and freedom of Mumia Abu-Jamal, who will turn 67 in April. According to her longtime lawyer Johanna Fernandez, the movement for her release demands Pennsylvania governor to apply the law of pardon to prisoners with 65 more years to release Mumia from the state prison she is in, as well as other elderly prisoners , to prevent more Covid-19 deaths in racist US prisons. IMMEDIATE FREEDOM FOR MUMIA ABU-JAMAL!FIRE IN RACIST AMERICA! DEATH TO THE EMPIRE! One way to support Mumia is by sending messages demanding her freedom to Philadelphia’s emails, justice, and prison system: justice@phila.gov, jowetzel@pa.gov, brunelle.michael@gmail.com (Governor Tom Wolf).