Solidariedade ao Acampamento Manoel Ribeiro: abaixo o latifúndio e a repressão!

O Acampamento Manoel Ribeiro existe desde agosto de 2020, quando famílias de camponeses pobres, organizadas na LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, retomaram a Fazenda Nossa Senhora Aparecida no município de Chupinguaia, no estado de Rondônia e próximo a cidade de Corumbiara, palco do violento conflito em 1995 no episódio da “Heroica Resistência de Santa Elina”. A Fazenda Nossa Senhora Aparecida é a última parte da Fazenda Santa Elina. Desde o fim do mês março desse ano, o governo de Rondônia, a PM-RO, pistoleiros e o judiciário à serviço do latifúndio preparam um novo “Massacre de Corumbiara” contra as famílias camponesas que retomaram de forma justa as terras da Fazenda Nossa Senhora Aparecida. O governo reacionário de Marcos Rocha (PSL) mesmo antes de qualquer ordem judicial, mobilizou um aparato de guerra contra o Acampamento Manoel Ribeiro, cercando e tentando invadir o acampamento diversas vezes. A Polícia Militar sequestrou camponeses e fez diariamente sobrevoos de helicópteros, usando balas de borracha, munição letal e bombas de gás contra as famílias camponesas. O latifúndio, a PM-RO e o governo de Rondônia iniciaram também uma grande campanha de criminalização contra a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), para tentar justificar sua intenção de produzir esse novo massacre no campo. No último dia 12 de abril, diante da heroica resistência camponesa do Acampamento Manoel Ribeiro e da importante campanha de solidariedade nacional e internacional, o governo reacionário de Rondônia foi obrigado a recuar e a decisão judicial de reintegração de posse foi suspensa por tempo indeterminado. Mas mesmo com essa importante vitória das famílias camponesas, a região segue com o aparato repressivo mobilizado, demonstrando a clara intenção do governo, da PM e do latifúndio em seguirem seus planos para massacrar os camponeses pobres, por isso, é fundamental redobrar a solidariedade à luta do Acampamento Manoel Ribeiro e da LCP em Rondônia. A violência contra os trabalhadores rurais, o avanço do agronegócio, da monocultura e do latifúndio precisam ser enfrentados com a solidariedade entre as lutas do campo e da cidade e com a unidade das organizações combativas do povo pobre e trabalhador contra nossos inimigos comuns, o Estado e os capitalistas, por isso, as organizações, coletivos e movimentos que constroem e articulam a Campanha pela Greve Geral se colocam ao lado e em solidariedade permanente ao Acampamento Manoel Ribeiro e com a luta das famílias camponesas por terra e trabalho e contra o latifúndio e a repressão. VIVA O ACAMPAMENTO MANOEL RIBEIRO E A RESISTÊNCIA CAMPONESA!CONQUISTAR A TERRA, DESTRUIR O LATIFÚNDIO! 

Movimentos e Organizações Combativas convocam Campanha pela Greve Geral 

A Campanha pela Greve Geral é uma construção nacional e unitária reunindo diversas organizações populares, movimentos de luta, coletivos independentes, lutadores e lutadoras do povo de todo o Brasil para impulsionar a mobilização de massas e coordenar a luta combativa, radical e coletiva contra as políticas de morte, o genocídio, a agenda neoliberal e em defesa da vida e dos direitos sociais do povo pobre e da classe trabalhadora brasileira, como alternativa ao imobilismo da esquerda institucional e domesticada, das direções covardes e burocracias das centrais sindicais e entidades oficiais. Nós, a classe trabalhadora e o povo pobre brasileiro, vivemos uma situação de calamidade. São milhares e milhares de mortes subnotificadas todos os dias por culpa da ganância capitalista e da irresponsabilidade e ingerência do governo federal e dos governos locais diante da pandemia de Covid-19, o avanço a passos largos da fome e da miséria, o maior nível de desemprego da história do país, um auxílio emergencial miserável, o fim do programa de manutenção do emprego, demissões em massa, explosão da inflação e o aumento vertiginoso do custo de vida, avanço das privatizações entreguistas, ataques aos serviços públicos e aos servidores, retirada de direitos dos trabalhadores e a precarização, tragédias e destruição ambiental, despejos desumanos e ilegais, assassinatos e prisões racistas, feminicídios, violência contra o povo negro, camponeses pobres e povos indígenas. Esse cenário catastrófico pode apenas ser revertido com a unidade da luta popular combativa e revolucionária, sem as ilusões vendidas pela esquerda eleitoral e legalista e uma oposição covarde e conciliatória. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de unidade de ação e organização coletiva das lutas contra o governo genocida, militar e neoliberal de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais para impulsionar a rebelião justa e necessária de nosso povo. A Campanha pela Greve Geral é construída nas bases e localmente através dos Comitês pela Greve Geral, que são instâncias de mobilização popular permanente e abertas aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, aos militantes independentes e de movimentos populares, a juventude combativa e aos estudantes do povo, aos desempregados e desempregadas, aos sindicatos combativos e autônomos, aos camponeses pobres, organizações dos povos indígenas, ativistas das periferias e favelas, as donas de casa, as mulheres do povo, ao povo negro, aos precarizados e todos os lutadores e lutadoras do povo pobre e trabalhador com disposição para organizar a ação direta popular, a propaganda e a agitação de massas e a luta combativa em defesa de nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo neofascista e pelos capitalistas. A unidade dos que lutam, a radicalização e os métodos combativos são as respostas necessárias frente à catástrofe e ao avanço do genocídio e da guerra biológica dos capitalistas contra o povo brasileiro, por um lado, e ao imobilismo deliberado das direções conciliadoras e covardes das grandes centrais sindicais e partidos eleitorais, por outro. Os partidos da esquerda institucional sabotam e domesticam as lutas do povo, insistindo na defesa e legitimação das instituições apodrecidas da democracia burguesa, mesmo sob o avanço da gestão da extrema-direita, dos militares saudosistas da ditadura e da agenda ultraliberal que não respeitam nem mesmo as próprias instituições do Estado burguês. A Campanha pela Greve Geral é um espaço de organização coletiva, luta combativa e antifascista, construída a partir da ação direta, da independência de classe, do anti-imperialismo, da solidariedade e da unidade popular. Os Comitês pela Greve Geral devem coordenar e articular a mobilização de massas baseados na unidade de ação, método pelo qual lutadores e lutadoras do povo atuam conjuntamente, a partir de uma lógica não-sectária e supraideológica, com um programa mínimo comum. O comitê local é parte da campanha nacional pela Greve Geral e aberto para movimentos combativos, organizações de luta e coletivos independentes. Organizam a ação local e podem ser formados mais de um comitê na mesma cidade com diferentes setores populares, desde que orientados pelos mesmos métodos e buscando a coordenação de ações. A Campanha pela Greve Geral é baseada em um calendário nacional de lutas em defesa da vida de nosso povo e contra governos e patrões, para avançar até a Greve Geral e uma rebelião de massas em nosso país. Convocamos, portanto, todo o povo pobre e trabalhador brasileiro, para: • Derrotar nas ruas, com greves, barricadas, ocupações e lutas combativas o governo militar e genocida Bolsonaro/Mourão, o Congresso Nacional corrupto, os capitalistas e as oligarquias; • Pela vacinação imediata de toda a população, com garantia de medidas sanitárias e sociais até a imunização completa contra a Covid-19 no país; • Por uma renda básica no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres; por um amplo programa contra a fome e pela garantia da soberania alimentar para o povo brasileiro; • Pelo controle e fixação dos preços dos alimentos e itens da cesta básica, assim como, dos combustíveis, do transporte público e das contas de aluguel, energia e água; • Pelo fim do genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, dos ataques aos povos indígenas, quilombolas e ao meio ambiente, dos despejos e violência contra acampamentos e assentamentos camponeses e ocupações sem-teto. 

A resposta ao Estado racista e seu genocídio é organizar a Rebelião Negra e Popular

“Quanto a aqueles massacres locais, periódicos, malditos a qual todos vocês estão sempre vulneráveis, vocês precisam se vingar deles do seu próprio jeito. […] Esse é o começo do respeito! Vocês não são, de forma alguma, indefesos. Pois a tocha do incendiário, que se sabe ser capaz de mostrar a assassinos e tiranos a linha do perigo, a qual eles não podem atravessar com impunidade, não pode ser tirada de vocês.” Lucy Parsons, histórica dirigente operária e revolucionária afro-indígena dos EUA. Vivemos uma situação de massacre permanente contra o povo. Por um lado as milhares de mortes diárias por Covid-19, com a intenção deliberada dos governos e dos capitalistas, especialmente do governo fascista e genocida Bolsonaro/Mourão. Por outro, prosseguem as matanças e chacinas contra o povo negro e pobre nas favelas e periferias do país, que se somam ao avanço da situação de miséria e fome, ao maior nível de desemprego da história, aos despejos desumanos e a violência contra camponeses pobres e os povos indígenas, em uma guerra aberta e permanente do Estado brasileiro a serviço dos ricos contra o povo pobre e a classe trabalhadora no país. A Chacina do Jacarezinho é um episódio brutal dessa guerra contra o povo pobre e do genocídio negro no Brasil. Uma operação ilegal, a serviço das milícias e dos corruptos e fascistas que estão no poder. O terrorismo de Estado que deixou 29 mortos no Jacarezinho é extermínio programado, os governos de Bolsonaro e Cláudio Castro dão seguimento as políticas genocidas dos governos do PT/PMDB, com o encerramento em massa e as UPPs, que transformaram o Rio de Janeiro em um laboratório da guerra racial e neoliberal contra negros e pobres, com uma política inédita de ocupação militar de territórios racializados que nem mesmo a ditadura militar-empresarial fez. O massacre no Jacarezinho não pode ser visto de forma isolada, pois faz parte da dinâmica da dominação capitalista e racista no Brasil, onde a brutalidade policial, o extermínio, os massacres e o genocídio negro são políticas de Estado e não apenas decisões de governos, variando sua intensidade de acordo com as gestões de turno, mas que permanecem inalteradas em sua essência. Os massacres nas favelas brasileiras são também parte do genocídio transnacional contra os povos. Com tropas treinadas nos massacres da famigerada Minustah no Haiti, utilizando a tecnologia sionista-israelense do apartheid palestino e as táticas de guerra suja do Estado militarizado da Colômbia, tudo obviamente sob coordenação do principal inimigo da humanidade, o imperialismo estadunidense. Bolsonaro e Cláudio Castro, são dois facínoras, que tem obviamente interesses diretos na Chacina do Jacarezinho, para fortalecer as milícias e rivalizar com a decisão do STF que regulamenta as operações em favelas, mas os massacres têm uma lógica mais profunda que unifica toda a cadeia de dominação burguesa. As polícias matam, a grande mídia justifica, o poder executivo legitima e o judiciário é cúmplice. Racismo e capitalismo são duas faces da mesma moeda, como nos avisou Steve Biko, por isso o capitalismo brasileiro, estruturado pela escravidão e pelo ódio antinegro se entrelaça com a lógica do programa neoliberal e a necessidade em queimar capital variável e aumentar os níveis de exploração, reduzir o exército de reserva de desempregados, ao mesmo tempo em que controla através da brutalidade policial e do terror institucional o proletariado marginal e a revolta contra a situação de miséria, fome e desemprego que o governo fascista Bolsonaro/Mourão vem aprofundando. Construir a Greve Geral e organizar a rebelião negra e popular precisa ser a nossa resposta ao Estado brasileiro e aos governos genocidas. Nesse 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo reafirmamos a necessidade da construção da autodefesa comunitária como nosso caminho para enfrentar a brutalidade policial e pôr fim aos massacres de nosso povo. Exigimos o fim da polícia assassina e das operações e massacres nas favelas, da violência no campo e dos despejos, nos solidarizamos com os povos em luta contra o genocídio transnacional também na Colômbia, no Haiti e na Palestina. Campanha Nacional pela Greve GeralBrasil, 13 de maio de 2021. Baixe em formato de panfleto para impressão A4, aqui.

29 de Maio: Retomar as ruas para derrotar o governo genocida de Bolsonaro e Mourão

É preciso derrotar o governo fascista de Bolsonaro e Mourão e parar o projeto genocida que avança contra o povo pobre e trabalhador brasileiro. Só a mobilização nas ruas e a luta do povo organizado pode mudar nossa situação de miséria, fome, desemprego, precarização do trabalho e as milhares de mortes diárias por falta de medidas sanitárias e sociais. Com 450 mil mortes por Covid-19, segundo os dados oficiais, mas com nossa tragédia real podendo passar de 1 milhão de mortes, o governo negacionista de Bolsonaro a serviço dos ricos e de uma burguesia doentia é o grande responsável pelas centenas de milhares de mortes. Apenas nossa luta coletiva e radical pode vingar as mortes de nosso povo e derrotar esse governo criminoso com mobilizações nas ruas, paralisações, greves e barricadas para avançar até a Greve Geral e à rebelião popular. Precisamos pôr fim ao governo militar e genocida de Bolsonaro e organizar a luta também contra os patrões, o Congresso Nacional corrupto, os governos estaduais e as prefeituras. Exigir vacinação imediata para o povo, renda básica digna para não morrer de fome e medidas sanitárias para não morrer de Covid-19, assim como, o fim dos massacres do povo negro e favelado, dos despejos desumanos e da violência contra camponeses pobres e os povos indígenas. Nesse dia 29 de maio participe do Dia Nacional de Luta, mobilize sua comunidade, colegas de trabalho, escola ou faculdade. Nossa reposta precisa ser a revolta e a luta organizada, combativa e radicalizada nas ruas. Participe da construção da Campanha Nacional pela Greve Geral e dos comitês para a mobilização de base em sua cidade para organizar a ação coletiva e defender a vida de nosso povo. CONSTRUIR A GREVE GERAL E ORGANIZAR A REBELIÃO!ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA DE BOLSONARO E MOURÃO!

Colômbia: parar o massacre com a Revolução Social

A Greve Geral iniciada em 28 de abril que tomou contornos insurrecionais na Colômbia vai chegando há uma semana ininterrupta, com as ruas tomadas pela revolta do povo em luta em diversas cidades e departamentos do país. O Paro Nacional convocado pelas organizações sindicais, populares, estudantis e indígenas derrotou a reforma tributária anti-povo e o governo narcoterrorista do uribista Iván Duque respondeu às mobilizações radicalizadas com uma brutal repressão. Foram até o momento diversos massacres, com cenas bárbaras de manifestantes sendo fuzilados nas ruas, além de um decreto para a militarização das cidades. A polícia nacional e o ESMAD (Esquadrão Móvel Anti-Motim) assassinaram, segundo as informações mais atualizadas, pelo menos 35 pessoas e prenderam mais de 400 lutadores do povo, além de registros de estupros e ferimentos graves de centenas de manifestantes pela repressão. A resistência heroica do povo colombiano segue nas ruas, com a continuidade da Greve Geral e a unidade popular das organizações de trabalhadores, indígenas e afro-colombianas para derrotar o governo fascista de Iván Duque. O protagonismo e a coragem da juventude combativa no enfrentamento à repressão e a autodefesa popular são importantes elementos das mobilizações. A convergência entra as mobilizações radicalizadas, a Greve Geral e os movimentos insurgentes que atuam no país é agora fundamental e podem fazer a luta do povo colombiano avançar até a derrubada do governo uribista e o início de um processo revolucionário com tomada do poder pelo povo em luta. VIVA A GREVE GERAL INSURGENTE!ABAIXO O GOVERNO NARCOTERRORISTA DE IVÁN DUQUE!MORTE AO URIBISMO!PARAR O MASSACRE COM A REVOLUÇÃO SOCIAL!

Manifesto Unificado do 1º de maio: Construir a Greve Geral

O governo de Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e dos generais a serviço dos capitalistas, latifundiários e banqueiros é o grande responsável pela tragédia que vive o povo pobre e trabalhador brasileiro. O avanço da fome e da situação miséria que já atinge mais da metade da população, o aumento do custo de vida e o maior nível de desemprego da história se somam as milhares de mortes diárias por Covid-19. Com cerca de 400 mil mortes subnotificadas, nossa tragédia real pode ser até 4 vezes maior, com o país se tornando o centro mundial da pandemia. Em ônibus e metrôs lotados, trabalhos precários e subempregos nosso povo caminha para a morte todos os dias. Entre passar fome ou ser contaminados pela Covid-19, escolhemos lutar pela vida e contra o genocídio. Lutar e vencer os governos e patrões genocidas, para vingar nossos mortos e honrar a memória das milhares de vidas perdidas. O auxílio emergencial miserável é um escárnio com o trabalhador brasileiro. O aumento nos preços dos alimentos, itens básicos e combustíveis é insuportável. No mesmo país que ganhou 11 novos bilionários durante a pandemia e os ricos furam a fila da vacina, falta oxigênio, medicamentos e vagas nos hospitais para os pobres. A contaminação e as variantes da doença se espalham pelo país. Enquanto isso, as direções das centrais sindicais e dos partidos eleitorais seguem de forma covarde e oportunista se negando a lutar contra o governo militar e genocida de Bolsonaro, interessados apenas nas eleições de 2022. Para reverter esse quadro e defender nossas vidas é necessário construir desde agora a Greve Geral e organizar a rebelião do povo pobre e trabalhador brasileiro, para: 1) Derrotar nas ruas o governo Bolsonaro/Mourão, os militares e o Congresso Nacional corrupto; 2) Garantir a vacinação imediata de toda a população e medidas sanitárias até a imunização completa contra a Covid-19 no país; 3) Conquistar uma renda básica digna no valor de um salário-mínimo para todos os trabalhadores e famílias pobres, exigir um amplo programa contra a fome, o controle e a fixação dos preços dos alimentos e dos combustíveis, a suspensão das contas de aluguel, energia e água, e; 4) Parar o genocídio do povo negro e pobre nas favelas e periferias, os ataques aos povos indígenas e ao meio ambiente, os despejos e a violência contra os acampamentos e assentamentos camponeses e as ocupações sem-teto. A Campanha pela Greve Geral é uma articulação nacional que reúne diversas organizações populares, movimentos combativos e coletivos independentes no país, para organizar a ação direta e a mobilização popular permanente com greves, ocupações, barricadas, ocupações, lutas combativas e unidade popular. Nesse 1º de Maio, data histórica de luta de nossa classe e memória dos mártires operários, convocamos os trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, a juventude combativa, os desempregados, as organizações indígenas, o povo negro, as associações de favelas e periferias e todos os lutadores e lutadoras do povo para construir a Greve Geral pela base e organizar a rebelião popular em defesa das nossas vidas e contra o genocídio promovido por esse governo fascista e pelos capitalistas. CAMPANHA NACIONAL PELA GREVE GERAL

Manifesto do 1º de Maio Global – UM MUNDO, UMA LUTA!

Em todo o mundo, nós, trabalhadoras e trabalhadores, somos submetidos a níveis de superexploração para aumentar as taxas de lucro dos capitalistas e seu sistema de produção. Independentemente do nosso lugar de residência, de nosso gênero, sexualidade e nacionalidade, querendo ou não, estamos envolvidos em uma mesma luta. Os cortes nos serviços públicos e sociais, a precarização do trabalho, o arrocho salarial, as privatizações, o aumento do custo de vida, assim como a mercantilização da educação e a destruição dos ecossistemas e do meio ambiente, são apenas alguns dos sintomas do sistema econômico global. Um sistema baseado na exploração e na competição, que impõem a mercantilização de todos os aspectos de nossas vidas. Vivemos em uma situação crescente de exploração, assim como, de alienação de nossas necessidades e relações de trabalho. Isso ocorre tanto com trabalhadores como com os estudantes, e cada vez mais com jovens e crianças. A lógica dos mercados e dos Estados capitalistas impõem a produtividade e a competição acima do desenvolvimento humano. A reivindicação por uma Renda Básica Universal em nível global pode ser o primeiro passo para avançar na superação das relações de superexploração dos trabalhadores. Não pretendemos apenas parar, pretendemos impor nossas demandas. Considerando a natureza transnacional do sistema capitalista, também é necessário a articulação de trabalhadores e trabalhadoras em nível global. Conectando-nos através das fronteiras e das as relações globais que definem nossas condições locais, fazendo visíveis nossas lutas. Dessa forma, se abrem novas potencialidades e possibilidades de ação na luta contra a exploração e as condições de vida e trabalho precários. A capacidade de luta dos trabalhadores aumenta muito com a unidade como classe trabalhadora internacional. Especialmente em tempos de chauvinismo e racismo, desejamos uma luta comum, e nos negamos a sermos jogados uns contra os outros. Por uma vida digna para todos e todas! Abaixo as fronteiras! Nota sobre a pandemia de Coronavírus O mundo segue atravessando a grave pandemia de Covid-19. Como em todas as crises, os trabalhadores e pobres são os mais afetados. Diversas empresas obrigam a continuar produzindo sem condições sanitárias, negando o direito à quarentena. Se aprofundam as demissões em massa e os trabalhadores autônomos e ambulantes não possuem qualquer assistência social. Imigrantes e refugiados vivem sem locais dignos e condições sanitárias mínimas. Nós, lutamos por: – Garantia de renda e necessidades básicas para todos trabalhadores e trabalhadoras do mundo; – Condições sociais e sanitárias dignas para todos e todas; – Garantia do acesso livre e gratuito as vacinas contra a Covid-19 para todo o mundo; – Imediata suspensão dos pagamentos de água, energia, gás, aluguéis, telefone e internet. Que os ricos paguem por sua crise! Participam da iniciativa do 1º de Maio Global 2021: SAC – Suécia ∙ CGT – Espanha ∙ IWW – Reino Unido ∙ IWW – Alemanha ∙ FAU – Alemanha ∙ GWTUC – Bangladesh ∙ FOB – Brasil ∙ IP – Alemanha ∙ SR1M – Alemanha ∙ IWW – Irlanda Leia a chamada original em inglês e outros idiomas em globalmayday.net/gmd2021

Haiti: por uma nova Revolução Negra contra a ditadura neoliberal

O povo haitiano protagonizou a primeira revolução libertadora latino-americana, abolindo a escravidão e conquistando a independência do país. A vitoriosa rebelião negra de São Domingos, liderada por Jean-Jacques Dessalines na abertura do séc. XIX (1791-1804), sacudiu o Caribe colonial, aterrorizou senhores de escravos e inspirou diversas rebeliões negras em todo o mundo. Mas desde sua libertação do domínio colonial francês, o país passa por um interminável ciclo de governos despóticos, intervenções estrangeiras, golpes, tiranicídios, rebeliões e profunda pobreza. Nos últimos meses o Haiti vive uma situação de rebelião popular permanente, com mobilizações massivas nas ruas contra o governo neoliberal de Jovenel Moïse, a corrupção e as condições sociais do povo, e ao mesmo tempo, entrou em uma nova uma espiral de caos e violência reacionária. A situação política se deteriorou ainda mais, quando em 7 de fevereiro desse ano o presidente reacionário Jovenel Moïse consumou um novo Golpe de Estado. Membro do partido neoliberal Tèt Kale (PHTK), o corrupto Moïse tem 52 anos e é empresário. Chegou ao poder em meio a acusações de fraude e após eleições com apenas 21% de participação, em 2016. A crise do seu governo teve início com o esquema de corrupção que desviou mais de 2 bilhões de dólares do fundo da Petrocaribe e das agressivas medidas neoliberais aplicadas, impostas após um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que acabaram com os subsídios dos combustíveis e iniciaram a privatização do setor elétrico do país. Com o Golpe de Estado, Moïse tenta manter seu mandato indefinidamente usando a violência política paramilitar e a repressão contra o povo e a oposição, contando com o apoio de potências imperialistas, principalmente dos Estados Unidos, Canadá e França. O legislativo foi fechado em janeiro, após os parlamentares entregarem seus mandatos e agora o governo golpista quer alterar a constituição através de um referendo em 25 de abril organizado pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP), cujos membros foram indicados pelo próprio Moïse, e que tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA. As centrais sindicais do país, organizações de trabalhadores rurais e urbanos, movimentos de mulheres, diversas agrupações da diáspora, além do próprio judiciário, parlamentares, câmaras empresariais, a Conferência Episcopal, setores evangélicos e a ordem dos advogados conformam a oposição e se colocam contra essa nova ditadura neoliberal, dando início a uma situação de duplo poder, já que o governo Moïse mantém o controle do Estado haitiano – em particular as suas forças repressivas – enquanto a grande maioria dos setores da sociedade civil decidiram nomear um presidente provisório – o juiz Joseph Mécène Jean Louis – com o objetivo de comandar o que chamam de “transição de ruptura” e convocar eleições a médio prazo. Esse presidente provisório tem o apoio de toda oposição, que inclui setores progressistas e liberais, assim como, nacionalistas e anti-neoliberais que se articulam no polo de oposição mais radical chamado de Fórum Patriótico Popular. O setor conservador da oposição, por sua vez, compete pelo apoio da Embaixada dos EUA. O grande número de fundações, agências de cooperação, ONGs coloniais e igrejas neopentecostais norte-americanas tentam cooptar e desmobilizar os movimentos de trabalhadores rurais e urbanos, mas isso não foi suficiente para impedir que o povo haitiano fosse para as ruas protestar em mobilizações radicalizadas e massivas contra o Golpe de Estado, a violência estatal, a corrupção e a ingerência estrangeira. As grandes mobilizações nacionais continuam nesse mês de abril. Em fevereiro, trabalhadores paralisaram o país com uma Greve Geral e outra foi convocada no último dia 15 de março. A longa tradição combativa e de luta pela vida do povo haitiano é marcada também por tragédias. Em 2010 um terremoto deixou cerca de 300 mil mortos e mais 300 mil feridos, destruindo parte da capital, Porto Príncipe. Após o terremoto, uma epidemia de cólera tomou conta da ilha afro-caribenha, que tem cerca de 10 milhões de habitantes e é um dos países mais pobres do mundo. Os governos imperialistas, principalmente os EUA, intervém e ocupam militarmente o Haiti por décadas, com a desculpa de realizar “missões humanitárias”. As últimas ações militares se deram com a ocupação da MICIVH (1993) e depois com a sanguinária Minustah (2004-2017), quando o país foi ocupado por tropas da ONU lideradas pelo Brasil durante os governos do PT/PMDB e coordenadas por figuras como carcomido e fascista general Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo genocida Bolsonaro/Mourão. A ocupação militar do Haiti pela Minustah, com massacres, estupros e diversas violações de direitos humanos prepararam as tropas brasileiras para a inédita política de ocupação militar de territórios urbanos no Brasil, as Unidades de Polícia Pacificadora, as famigeradas UPPs, implementadas pela política de segurança pública genocida dos governos do PT/PMDB. Desde 1957 todos os governos haitianos tiveram intervenção do imperialismo norte-americano, que também patrocinou os golpes que derrubaram o governo do ex-padre progressista Jean-Bertrand Aristide, primeiro em 1996 e depois em 2004. O povo negro haitiano segue com uma disposição heroica de luta e resistência nas ruas, em um país destruído economicamente, esgotado pela pobreza extrema, tragédias ambientais, corrupção, políticas neoliberais e intervenções imperialistas. Apenas a unidade anti-imperialista e a aliança entre trabalhadores da cidade e do campo, a juventude combativa e as organizações populares podem derrotar a ditadura neoliberal de Jovenel Moïse e garantir a construção de um futuro digno para o sofrido povo haitiano. ABAIXO A DITADURA NEOLIBERAL DE MOÏSE E O IMPERIALISMO NO HAITI!TODO PODER AO POVO! POR UMA NOVA REVOLUÇÃO NEGRA E LIBERTADORA!

Paraguai: crise sanitária e insurreição popular contra o governo genocida

O povo paraguaio toma as ruas da capital Assunção, Cidade do Leste, na fronteira com o Brasil, e outras cidades do país desde o início desse mês de março para derrubar o governo neofascista de Mario Abdo Benítez, reacionário neoliberal que assim como seu aliado Jair Bolsonaro, faz uma gestão desastrosa e genocida da pandemia de Covid-19 no país. Sob os gritos de “Que se vayan todos” e “ANR nunca más” (sigla do Partido Colorado) o povo em revolta fez a polícia de Assunção recuar exigindo a saída do presidente, o fim da corrupção, a vacinação em massa da população, melhores condições para atendimentos aos doentes, visto que assim como o Brasil, o Paraguai tem seu sistema de saúde colapsado e vacinou apenas cerca de 0,1% da população até agora. Mario Abdo Benítez, filho do braço direito do ditador, pedófilo e estuprador Alfredo Stroessner, que comandou a brutal e corrupta ditadura mais longa da América do Sul entre 1954 e 1989, tentou vender seu governo como um modelo de gestão da pandemia em 2020, usando as medidas sanitárias para aumentar a repressão contra o povo pobre. Após o relaxamento das medidas no segundo semestre de 2020 o país assistiu um aumento vertiginoso dos números de internados e mortos por Covid-19, além de registrar diversos casos de corrupção com os recursos da saúde pública. Com o início das manifestações combativas do sofrido povo paraguaio, Mario Abdo que se encontra encurralado e refém da ala do Partido Colorado comandada pelo oligarca reacionário e ex-mandatário Horacio Cartes, para evitar um impeachment tenta se segurar no cargo demitindo o ministro da saúde, seu chefe de gabinete e pedindo para que outros ministros entreguem os cargos. O levante popular que demonstra a coragem e a disposição heroica do povo enfrentando a repressão acontece de forma espontânea, com atos autoconvocados pela internet, a despeito do imobilismo, como aqui no Brasil, da esquerda institucional paraguaia. O governo reacionário de Mario Abdo Benítez já havia enfrentado fortes protestos com o escândalo de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro e a hidrelétrica de Itaipu em 2019, quando o governo brasileiro usou inclusive como moeda de troca presos acusados de relações com a organização insurgente Exército do Povo Paraguaio (EPP) que se encontravam encarcerados no Brasil. A Asociación Nacional Republicana (ANR) que é nome oficial Partido Colorado, é o mesmo partido fascista da ditadura sanguinária de Stroessner que atualmente é dominado por duas alas conservadoras, uma ligada ao ex-presidente corrupto e fascista Horácio Cartes e outra ao próprio Benítez, que é também responsável pelo assassinato brutal e desaparecimento das crianças da família Villalba. Lilian Mariana Villalba e María Carmen Villalba, ambas de 11 anos, foram assassinadas no dia 2 de setembro de 2020 em uma operação da corrupta e narcoterrorista Força Tarefa Conjunta (FTC), que também sequestrou a menina de 14 anos, Carmen Elizabeth Oviedo Villalba, vista pela última vez no dia 30 de novembro de 2020, além disso o governo Benítez prendeu Laura Villalba. Lilian e María Carmen eram filha e sobrinha de Laura, assim como, sobrinhas de Carmen Villalba. Carmen Elizabeth é filha Carmen Villalba e Alcides Oviedo, comandante do EPP e preso político. Desde a prisão, Carmen Villalba que é porta-voz do EPP e enfrenta um complô jurídico-midiático juntamente com Alcides e outros presos políticos epepistas, enviou uma carta às mobilizações populares onde que afirma que “democracia com fome, sem trabalho, sem saúde, sem terra, sem moradia não é democracia, é ditadura do capital e sua elite parasita que eterniza este mal sobre as grandes maiorias populares. Hoje, apenas um objetivo deve nos manter unidos. Todo o poder ao povo pobre mobilizado e organizado. Por uma assembleia popular permanente e mobilizada, até que colocar absolutamente todos para fora. […] Revolução ou revolução!”

Chile: uma nova rebelião contra a brutalidade policial e a repressão

O assassinato brutal de Francisco Martínez Romero, um jovem artista de rua de 24 anos na última sexta-feira (dia 5 de fevereiro) pela polícia em Panguipulli, cidade de Valdivia, na região sul do país, faz novamente o Chile arder em chamas com a revolta popular. O assassinato de Pancho (ou Franco), como era conhecido o malabarista, por um carabineiro (nome dado a polícia chilena) foi filmando em plena luz do dia e logo se espalhou pelo país, causando uma nova onda de protestos e confrontos. O povo chileno em uma nova jornada de lutas, também pela libertação dos presos políticos da revolta popular, ergue barricadas nas ruas e toma praças públicas. Em Panguipulli, a prefeitura e a comissaria de polícia arderam em chamas, o Tribunal de Justiça e outros prédios públicos também foram incendiados em uma reposta contundente e decidida do povo trabalhador e da juventude combativa para exigir justiça por Francisco Romero. Diversas organizações combativas chilenas convocam jornadas para que a revolta de Panguipulli se estenda por todo o país, tomando a forma de Greve Geral e uma nova fase da rebelião. O governo de Sebastián Piñera novamente treme dentro do palácio de La Moneda, herdeiro da ditadura brutal do narcotraficante Augusto Pinochet que assassinou mais de 30 mil pessoas e introduziu a gestão neoliberal no nosso continente, e que conhecemos bem, visto que o atual ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, trabalhou para a ditadura chilena. A fúria popular no Chile que se iniciou em outubro de 2019, a partir dos protestos contra o aumento das passagens de ônibus e metro em Santiago, tomou forma de uma rebelião permanente e durou até o início da pandemia de Covid-19. A repressão covarde do governo, forças armadas e da polícia resultou em cerca de 200 denúncias de violência sexual praticada pelos agentes do Estado, 450 atos de torturas, 800 de uso excessivo da força, além de 32 mortos e mártires da revolta, com centenas e centenas de feridos. Para criminalizar as lutas do povo, 25 mil pessoas foram processadas e 2.500 foram colocadas em prisão preventiva, com a acusação de participarem dos protestos por direitos sociais e vida digna para o povo chileno. Não por acaso, Pancho, que foi falsamente acusado de porte de arma branca para justificar seu assassinato covarde, era tio do jovem Anthony, um menor de idade que caiu da ponte Pio Nono no rio Mapocho em outubro do ano passado tentando escapar da repressão de carabineiros durante os protestos. Com o regime político acuado e mesmo tentando ceder com o processo constituinte ou reformas na polícia e forças armadas, o governo reacionário, corrupto, neoliberal e fascista de Piñera, que também é responsável por uma gestão desastrosa da pandemia, ver nascer uma nova chama de revolta popular. Que a justiça seja feita para Francisco Martínez e todos os mártires do heroico povo chileno. Que a rebelião, o socialismo e a revolução social sejam os caminhos para os povos. JUSTIÇA PARA FRANCISCO MARTÍNEZ ROMERO!LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS DA REVOLTA POPULAR!ABAIXO A REPRESSÃO E O GOVERNO REACIONÁRIO DE PIÑERA!POR UMA SAÍDA REVOLUCIONÁRIA E SOCIALISTA PARA O CHILE!