Manifesto da Campanha Justiça para Pedro Henrique

3 ANOS DE IMPUNIDADE, EXIGIMOS PUNIÇÃO PARA OS ASSASSINOS! Na madrugada do dia 27 de dezembro de 2018, três homens encapuzados invadiram a casa de Pedro Henrique Santos Cruz Souza enquanto ele dormia no bairro Nova Esperança, na cidade de Tucano, interior da Bahia, se identificaram como policiais militares, lhe deram voz de prisão e o executaram sumariamente com 8 tiros de pistola, 2 tiros atingiram o rosto de Pedro enquanto estava com as mãos na cabeça e outros 6 quando já estava caído em um colchão. Após o assassinato covarde roubaram seu celular e em seguida fugiram em um veículo prata. Pedro Henrique, morto com 31 anos, foi um ativista de direitos humanos que organizava desde 2013, em Tucano (BA), a Caminhada da Paz. Após sofrer diversas ameaças e registrar denúncias na Delegacia de Tucano e no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) sobre abordagens violentas feitas pelos policiais militares Alex Andrade Sidnei Santana, Bruno Montino e Edvando Cerqueira, Pedro foi covardemente executado em um crime premeditado, um assassinato político cometido por agentes do Estado. A Caminhada da Paz, organizada por Pedro em Tucano, sempre teve como objetivo denunciar as ações violentas e criminosas da PM na cidade baiana, como a “Chacina de Tucano”, quando 5 jovens da periferia foram arrancados de suas casas, torturados e assassinados por policiais em junho de 2015. Após a realização da VI Caminhada da Paz, última organizada por Pedro, em maio de 2018, quando PMs tentaram aterrorizar e amedrontar manifestantes pacíficos, as abordagens violentas aumentaram. Em outubro de 2018, Pedro teve sua casa invadida por policiais e guardas municipais, sendo conduzido, preso por cultivar alguns pés de maconha no seu quintal para consumo próprio e liberado da falsa acusação de tráfico de drogas logo em seguida. Foi após esse episódio de repressão contra a Caminhada da Paz e posterior invasão ilegal da casa de Pedro, que as ameaças dos policiais militares aumentaram, até que cumprindo essas ameaças, Pedro Henrique seria brutalmente assassinado em 27 de dezembro de 2018. Os assassinos foram reconhecidos pela testemunha ocular do crime, a companheira de Pedro que dormia com ele no local, um inquérito policial foi aberto e concluído, cabendo ao Ministério Público do Estado da Bahia oferecer denúncia contra os assassinos, mas o MP-BA segue novamente se omitindo e retardando o processo por meses e meses. Apenas no segundo semestre de 2021 foi criado o Grupo de Operação Especial e Operacional de Segurança Pública (GEOSP) para atuar junto ao Ministério Público nas investigações. Os policiais militares Bruno de Cerqueira Montino, Sidnei Santana Costa e José Carlos Dias dos Santos, que atuam 2ª Companhia da PM-BA de Tucano e no 5º Batalhão da PM-BA de Euclides da Cunha, foram reconhecidos, apontados pela testemunha e indiciados como assassinos de Pedro, mas mesmo assim, não foram nem mesmo afastados da corporação e seguem atuando impunemente na Polícia Militar da Bahia. Pedro Henrique é uma vítima do Terrorismo de Estado. Sua morte foi um assassinato político cometido por agentes do Estado. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), é cúmplice e conivente com a brutalidade policial, a violência estatal e o genocídio que atinge principalmente jovens homens negros e pobres na Bahia. A Polícia Militar da Bahia é responsável por milhares de assassinatos extrajudiciais todos os anos, figurando entre as corporações que mais matam jovens pobres no país. Os grupos de extermínio atuam sob o silêncio e a cumplicidade das autoridades e a própria lógica genocida de atuação da PM-BA é de inteira responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e do governo do Estado da Bahia.            Os policiais envolvidos no assassinato de Pedro Henrique, após as denúncias do caso também passaram a tentar intimidar a professora Ana Maria Cruz, mãe de Pedro, que além de ameaçada, foi processada e acusada de injúria e difamação. A Campanha Justiça para Pedro Henrique, formada por familiares e amigos de Pedro, entidades de direitos humanos e organizações negras e populares da Bahia e do Brasil exige do Governo da Bahia, da Secretaria de Segurança Pública, do judiciário e do Ministério Público do Estado da Bahia o posicionamento público e o imediato afastamento da PM-BA dos policiais miliares Bruno de Cerqueira Montino, Sidnei Santana Costa e José Carlos Dias dos Santos, assim como, a prisão preventiva, o julgamento e a punição devida e exemplar dos assassinos de Pedro. Nessa data que marca os 3 anos do assassinato de Pedro e a memória de um mártir e jovem lutador do povo assassinado covardemente, convocamos todos e todas para se somarem à nossa mobilização, pois é preciso dar um basta na impunidade e exigir a punição imediata dos assassinos. PEDRO HENRIQUE VIVE E LUTA!PUNIÇÃO PARA OS ASSASSINOS!ABAIXO O TERRORISMO DE ESTADO E O GENOCÍDIO! 27 de dezembro de 2021, Bahia, Brasil. CAMPANHA JUSTIÇA PARA PEDRO HENRIQUE Familiares e Amigos de Pedro Henrique; Alternativa Popular; Casa da Resistência; Centro Popular George Américo; Coletivo Carranca – FOB; Coletivo Negro Minervino de Oliveira – PCB; Contrapoder; Cooperativa Ujamaa; Editora Grito do Povo; Editorial Adandé; Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil – FOB; Frente Estadual pelo Desencarceramento na Bahia; Mandato da Resistência Dep. Estadual Hilton Coelho (PSOL-BA); Mídia1508; Mídia Independente Coletiva – MIC; Movimento de Unidade Popular – MUP.

Você não está sozinho! Justiça para Pedro Henrique!

Militante que denunciava a violência policial, Pedro Henrique foi brutalmente assassinado após sofrer uma série de ameaças e agressões de policiais militares, na cidade de Tucano (Bahia). Denunciamos a Polícia Militar da Bahia como uma instituição racista, criminosa e assassina, e o terrorismo de Estado do governo genocida de Rui Costa e seu secretário de segurança pública Maurício Teles Barbosa. Na madrugada do dia 27 de dezembro de 2018, três homens encapuzados invadiram a casa de Pedro Henrique Santos Cruz Souza, de 31 anos, enquanto ele dormia no bairro Nova Esperança (conhecido como Matadouro), em Tucano (sertão da Bahia), se identificaram como policiais, o deram voz de prisão, o obrigaram a deitar em um colchão e o executaram sumariamente pelas costas com oito tiros de pistola na cabeça, roubaram seu celular e em seguida fugiram em um veículo prata. Familiares ouvidos pela investigação aberta pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), apontam que antes de chegarem na casa de Pedro, os assassinos invadiram a casa do seu pai, de 68 anos, e o obrigaram a dizer onde o filho estava, a testemunha do assassinato brutal em depoimento à Corregedoria Geral da SSP-BA, identificou pelas características físicas e tom voz dois policiais militares, citando seu nomes, envolvidos também em outras abordagens violentas contra Pedro Henrique e que teriam o ameaçado dois dias antes em um mercado local, além de um terceiro policial que sempre estaria em companhia desses dois. [ver glo.bo/2Sq2TNG e glo.bo/2WEEHXw] Pedro Henrique era organizador da Caminhada da Paz contra a violência policial na cidade de Tucano, identificado com a cultura rastafari, trabalhava como artesão e tatuador, e militava pelos direitos humanos. Desde o final do ano de 2012, Pedro vinha sofrendo uma série de abordagens truculentas, ameaças e agressões por agentes da repressão de Tucano, denunciando ao Ministério Público diversas essas ações. Em 2013 iniciou a organização da Caminhada da Paz, com o objetivo de denunciar as ações violentas e criminosas da Polícia Militar, incluindo a “Chacina de Tucano” quando cinco jovens da periferia da cidade foram arrancados de suas casas, torturados e assassinados em junho de 2015. Após VI Caminhada da Paz, última organizada por Pedro, em maio de 2018 onde policias militares tentaram aterrorizar e amedrontar manifestantes pacíficos, as abordagens violentas aumentaram e após uma invasão ilegal de sua casa em outubro de 2018, por polícias e guardas municipais, Pedro foi conduzido e preso por cultivar alguns pés de maconha no seu quintal para consumo próprio, sendo liberado da falsa acusação de tráfico de drogas em menos de 24h, após esse episódio as ameaças vindas de policiais aumentaram, e cumprindo essas ameaças Pedro Henrique foi brutalmente assassinado em 27 de dezembro de 2018. Pedro Henrique foi vítima do terrorismo de Estado, executado sumariamente, segundo testemunha, por agentes da Polícia Militar da Bahia, uma tropa neocolonial e neonazista que assassina todos os dias pretos e pobres como baratas, destrói vidas e famílias aos milhares todos os anos, tudo com o aval do governador genocida Rui Costa (PT) e as ordens do carniceiro e secretário de segurança Maurício Teles Barbosa. Não devemos ter nenhuma confiança na justiça burguesa e na investigação do Estado sobre seus próprios crimes, como prova o caso de Marielle Franco e tantos outros. Devemos exigir o fim da Polícia Militar, essa instituição criminosa, e construir nossos próprios organismos de segurança e autodefesa. É necessário e urgente ampliar e construir as organizações de base do povo e uma cultura de segurança militante, que projeta nosso povo e seus lutadores e lutadoras. A luta por justiça e paz de Pedro Henrique deve seguir, sua voz deve ser ampliada. A justiça popular deve cobrar a todos os carrascos do povo e os robôs do Estado, da supremacia branca e do capital. Não temos tempo para ter medo. Convocamos todas as organizações populares, grupos, coletivos e movimentos para ampliar essa denúncia e para garantir o suporte aos familiares e amigos/as de Pedro Henrique, assim como, apoiar a realização da VII Caminhada da Paz, em 2019, com a palavra de ordem sugerida por ele: VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! PEDRO HENRIQUE VIVE E VENCERÁ!CONTRA O TERRORISMO DE ESTADO E O FASCISMO INSTITUCIONAL!CONSTRUIR O PODER DO POVO E A AUTODEFESA POPULAR! 2 de fevereiro de 2019, Bahia, Brasil.